segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Diferentes Nomes

Chamem-me de ignorante se não consigo entender os limites que me são impostos,
Os sinais que estão ao redor ou simplesmente por fechar os olhos para o que não me convém.

Chamem-me de teimoso se insisto em rondar as mesmas armadilhas,
Me embrenhar pelos mesmos caminhos e querer as mesmas coisas que me são negadas.

Chamem-me de errante se no fim, arrebentado e calejando, volto ao mesmo ponto de partida,
Trêmulo e fraquejado, levantando com dificuldades para um novo tudo de novo.

Chamem-me de egoísta se me calei, se decidi manter o eu em mim e dele apenas eu cuidar,
Por não poder ou não querer compartilhar aquilo que importa para mim e que, no fim, é conto, piada.

Chamem-me de moleque se me perco em meus sonhos, meus ideais e minhas sensações que transbordam de mim.
Meu coração ainda dança, canta e ri a minha vida!

Chamem-me de fraco se me entristeço, se sofro minhas dores ao invés de ignorá-las – despreocupem-se, já são somente minhas.

Chamem-me de imbecil se depois de tudo ainda escrevo e me firmo nesse meu caminho,
Mas jamais, jamais, me chamem de covarde – jamais!
O que não me falta é coragem para continuar minha caminhada em busca de tudo aquilo que realmente me importar, que me completar, que me fizer.

Invejem-me ao me verem, em meio a tudo, ainda arrebentado, caminhando a passos largos, peito enorme às gargalhadas e coração em paz, rumo a mim mesmo.

Assoviemos!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Vida Falada

Já me disseram que o Papai Noel não existe,
Que o coelhinho da páscoa também não.
Já me disseram que ser criança era melhor que ser adulto,
E que quando fosse adulto iria querer ser criança.

Sempre me disseram que eu era novo demais para aquilo que queria fazer
E que tudo que queria fazer era perigoso.

Já me disseram que o mundo antes de mim era muito melhor,
E que no meu tempo tudo estava mudado, perdido.
Já me disseram que Deus me puniria diabolicamente se eu não fosse bom,
Que o Brasil não teria mais jeito e que o mundo iria acabar.

Também me disseram que a vida é bela,
Que tudo nela está reservado pelo destino.
Que a vida é fácil e nós a complicamos
E que a felicidade está sempre aí e nós lhe damos as costas.

Já me disseram tantas outras autoajudas.

Alguns me disseram que o amor é uma pedra rara, real, eterno e indefinível;
Outros disseram que o amor é entrega plena, cruel e perpétua ao amado;
Outros, ainda, que eu nunca soube o que é amar.

Já me disseram que me amavam, que eu era algo bom e único - horas antes de partirem ou me pedirem para sumir.

Já me disseram que as pessoas são boas,
Que o bem sempre prevalece sobre o mal.
Já me disseram também que tudo passa, que tudo vai melhorar. [Por si só?]

Já me disseram tantas mentiras, tantas hipocrisias e tantas outras porcarias pré-fabricadas que em nada mais acredito.
Não me importam: canto a minha vida e rio para o resto!

Quer saber? Vou para o bar...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Blog do Manu: Uma Parceria Luso-Tupiniquim

Durante o árduo trabalho de divulgação do “Desce Mais Uma!”, me deparo com blogs de de muitos interesses e conteúdos alinhados. Nestes dias encontrei o blog do lusitano amigo Manu "MANULOMELINO". Manu tem uma ótima iniciativa em seu blog: além de divulgar seu trabalho, ele busca e divulga outros trabalhos literários em língua portuguesa que encontra pela internet. Torna-se um ponto de extrema importância na tão dita Blogosfera, apoiando a divulgação dos nossos trabalhos. É agradável a constante visita ao blog do Manu para conferir seus achados.

Esta semana o “Desce Mais Uma!” foi gentilmente referenciado no post Poetas da blogosfera e não só”.

Estabelecendo esta parceria luso-tupiniquim, convido a todos a visitar o blog do Manu e conferir suas indicações.

Um grande abraço a todos,

Rafael

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O Amigo Mario Gomes propõe: "Paixão"

Palavra que gramaticamente é tão pequena, mas que trás em si um significado imenso
Muitas vezes, ela se porta de maneira traiçoeira, pois, na maioria das vezes, chega sem avisar,
Não pede licença nem nos prepara para o que virá,
Nos proporciona momentos memoráveis e inesquecíveis,
Faz-nos de bobo e muitas vezes menino.
Ganhamos consciência de que gestos pequenos podem significar coisas imensas,
E o inverso também acontece transforma coisas gigantes em pequeninas
Deixa-nos ao bel prazer da causadora da paixão;
Muitas vezes nada pede a não ser um pouco de atenção.
O que faço contigo paixão...

A você coração...

Por Mário Gomes

"Desce Mais Uma!" no Twitter

Olás!

Considerando as necessidades de divulgação do "Desce Mais Uma!" e as novas ondas tecnológicas disponíveis, resolvi tentar o Twitter para divulgação dos eventos relacionados ao blog.

O endereço é: http://twitter.com/rafaelcastellar ("descemaisuma" já está sendo utilizado).

A idéia é abrir um novo canal de comunicação e nunca substituir os existentes. Assim, este blog continua sendo o ponto central dos eventos e evoluções do meu trabalho.

Vamos ver no que dá! Acompanhem...

Abraços a todos!!

Rafael

terça-feira, 8 de setembro de 2009

De Volta ao Fim do Mundo

Está acontecendo de novo, já vi esse filme e não quero ver de novo.
Quero voltar, para tudo, vou descer!
Não, não adianta me dizer que não; está tudo errado.
Chega desta mesma velha história, tão cansada, tão batida – não pode ao menos inventar algo novo?

Aqui estou eu novamente: quilômetros, quilômetros e quilômetros longe de casa,
À beira do fim do mundo, no escuro, bem onde fomos parar.

Pode ir, não precisa olhar para trás, sei muito bem como fazer, sei como funciona.
Apenas vou tomar um fôlego, enxugar meu rosto e pegar meu rumo de volta – de volta não sei para onde.
Casa já se tornou um abstrato e se ainda houver algo de concreto, são escombros dispensáveis.

Para que tanto me pedir para não lhe deixar, para não lhe esquecer, para não lhe faltar, para sempre lhe desejar se no fim é você, de lábios ainda molhados, corpo suado e alvo definido, quem vira as costas no primeiro obstáculo e de alma leve me faz engolir tudo a seco?

Chega desse jogo ridículo.

Sempre a mesma coisa: acordar num dia escuro e chuvoso, sozinho no meio do nada e de tudo, com o corpo enjoado, a cabeça doendo e ver suas promessas, seus carinhos, seus sorrisos deslizando pueris no céu às gargalhadas sob desculpas esfarrapadas que espedaçam nossos sonhos e não merecem o mais medíocre questionamento vazio.

Voem, voem para longe, voem para o nunca mais!
E levem consigo suas piedades e suas boas resoluções e as escondam debaixo da mais alta e assustadora montanha, pois nem os infernos as merecem.

Eu gostaria de poder parar, gostaria de ter para onde voltar e nunca mais acreditar.
São muitos anos, muitas vezes, muitas mentiras, muitos lugares, muitas dores, tudo em vão!

Daqui continuamos eu e minha sombra!
Apenas seguirei o meu caminho, não importa para onde.
Habitarei em mim e serei meu mundo até a hora que eu me quebrar e não mais me levantar.
Até lá, quanto mais mal resolvido, mais eu!