segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Concretização do "Desce Mais Uma!" - Feliz 2010

Estava aguardando algumas definições para dar essa notícia e também achei o momento propício: o “Desce Mais Uma!” deixará de ser apenas virtual e se tornará um livro – e agora não tem mais volta!

SIM, meu primeiro livro!

Ao completar um ano de vida, meus amigos Chacon e Robinson me infernizaram com a ideia de aproveitar o embalo e publicar os textos deste primeiro ano; pois bem, dei ouvido a eles e aqui estamos, a alguns passos desta publicação e grande momento para mim.

Trata-se de uma árdua produção independente com a conclusão estimada para o início de fevereiro de 2010. Como não poderia deixar de ser, e seguindo a sugestão do José Manuel, o “lançamento” será feito em um bar! Isso mesmo, vamos literalmente concretizar o “Desce Mais Uma!”. Ainda não há uma definição da data e local, mas estamos na luta e assim que eu tiver mais informações, comunicarei a todos vocês, pois já são meus convidados!!

Este é meu primeiro livro, apenas o primeiro! Não é um item da lista das dez coisas a se fazer antes de morrer; isto é a realização de um sonho, não um sonho de ano novo, mas um sonho de uns quatro anos velhos – ou mais! Este ano está no fim, mas sempre existirá tudo de bom e ruim que nele aconteceu. A vida é um acúmulo de eventos, de coisas – agrupadas em anos – que são tidas como boas ou ruins dependendo da forma que as encaramos, que as enfrentamos e que as recebemos. Nada se apaga com o fim deste ano, nem nada nascerá do nada no novo ano. Enchamo-nos de esperanças para tornar a vida melhor, façamos simpatias, rezemos, levantemos, lutemos, dancemos, celebremos e nos abracemos, juntos, durante o todo dos nossos próximos anos; não amaldiçoemos tudo o que vivemos naqueles que terminam, mas usemos o tudo a nosso favor e envelheçamos sabiamente, pois esse tudo é o que realmente somos. Os anos vêm e vão, a vida é única e contínua.
Somos nós que mudamos o calendário, não o contrário!

Agradeço a todos vocês que me apoiaram e me acompanharam durante a concretização de mais este sonho! Têm sido fundamentais!

Um ótimo 2010 para todos nós e uma excelente continuação da vida! Brindemos!!

Beijos e Abraços,

Rafael

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Feliz Natal!!


A todos os amigos, visitantes, seguidores, fregueses e navegantes (inclusive os que erraram o endereço e caíram aqui): um Feliz Natal! Que esse breve "tempo de paz e alegria" impregne em todos nós e passe a ser regra vivida e, quem sabe, apenas nos referenciaremos aos “tempos de tristeza e indiferença”.





Feliz Natal! O bar está aberto e o Papai Noel acabou de sair, sem pagar a conta...


Do site Drunk Santa , visitem e assistam aos outros!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Sonho Vivido

Uma vez tive um sonho!
Não como um sonho matinal que vem com o anúncio de um novo dia ensolarado,
Mas um sonho formado aos poucos, pelos detalhes, pelas faltas e pelas vontades, fundamentado em mim.
Um sonho idealizado, tratado como bobagem por aqueles a quem um dia, estupidamente, o confidenciei.
Um sonho de menino, um sonho de sonhos, um sonho de livro, um sonho sonhado para ser vivido.

Sonhei com um lugar onde havia ouvidos que me ouviam atentamente;
Onde havia uma boca que me falava das coisas novas e das coisas de ontem;
Onde havia mãos para eu tocar, segurar quando trêmulas, e repousar em meu peito nas frescas noites de verão;
Onde havia um corpo ao qual eu me condenava, cuja simples existência me permitia existir, por completo, por mim mesmo, eu mesmo, comigo mesmo.

Sonhei com um lugar onde eu podia ser o meu eu mais profundo que nem mesmo eu conhecera.
Não apenas sendo, mas sendo da mais pura forma, espontâneo, sem pudores, totalmente acelerado, totalmente alucinado, a toda intensidade e totalmente desprotegido, me compondo.

Um lugar onde o mundo parava e nenhuma importância existia para o resto – não havia resto.
Um lugar que eu podia visitar sem avisar, por simplesmente ser bem-vindo, bem-quisto.

E num dia desses, um dia comum, mais um, um dia, eu saboreei esse sonho!
E o fiz de boca cheia, da forma mais intensa, entregue e completa que pude.
E mesmo durando apenas um instante, foi suficiente para talhar em mim cada segundo, cada momento, cada cheiro, cada gesto, cada sensação, cada respiração, cada olhar, cada tudo.

Mas sou insatisfeito por natureza
Não me contento com pouco – talvez um pouco com o todo!
Quero mais! Muito mais! Mais!
Quero me lambuzar desregradamente, me empanturrar, me entorpecer, me perder, transbordar, pecar!

Mas enquanto a hora não chega – se chega – vou criando novos sonhos,
Vivendo-os, um atrás do outro, feito um louco, deixando pelo caminho uma trilha de sonhos inventados e vividos.
Sonhos inventados e sonhados pelas minhas vontades, pelos meus desejos e pelas minhas ambições;
E os vivo não por covardia ou mediocridade na concepção, mas porque quero!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Inconsistências no LiveStream da Multipoesia

Olás!!

Agora sim! Meu vídeo Inconsistências foi adicionado ao LiveStream da revista italiana MultiPoesia. Agora pode ser visto também neste canal de TV via Web voltado à poesia mundial.

Abraços.....

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Carta ao Inimigo

Querido Inimigo,

          Há muito não conversamos e nem mesmo seus passos tenho mais seguido. Prometo me redimir e tomar as rédeas da nossa situação que precisa de uma definição.
          Para seu deleite, as coisas não têm andado muito bem por aqui. As últimas circunstâncias exaltam verdades que merecem ser ditas a você, ao menos por justiça. Não sei ao certo se é pela nossa posição ou pela sua má índole – mesmo nos conhecendo como conhecemos, não consigo, ainda, entender de onde vem tudo isso –, mas vejo que entre nós se firma uma das mais claras e verdadeiras relações que já se viu ou se ouviu, algo realmente invejável. Sim, invejável e por muitos, acredite só. Claro que isso é assim agora, pois sabemos muito bem como era antes. Mas deixemos de lado essa conversa de lado, o que está feito está feito.
          Mas é engraçado ser dessa forma apenas com você. Estou falando desta transparência que temos um para com o outro. Sem dúvida alguma, nos odiamos, nos detestamos e queremos o mal um do outro, simples assim. E este é o ponto: não há dúvidas! É claro a forma como vemos um ao outro e tratamos a situação de hoje. Não é um ódio disfarçado, não é algo ofuscado, turvo. Não é um rancor com pitadas de carinho ou piedade que podem se alternar a qualquer momento. É o velho e destrutivo ódio! Puro em sua essência!

          Ao contrário disso, as pessoas por aqui precisam ser temidas. Não porque não nutram sentimentos benévolos, mas justamente por os nutrirem por serem, digamos, necessários. Isso é um perigo, o pior dos disfarces, peço que saiba! Não há como saber o que está por vir destas pessoas. Não há como entender o que é pleno nelas por nós. Não há como se permitir a isso. É uma alternância de estados que me dá repugnância só em pensar. Não se trata de uma alternância constante, mesmo porque é impossível alguém se submeter a ela; é extrema entre os extremos e avassala quando se revela e é quando nos pomos a correr, caso ainda nos reste algum chão. O mesmo sorriso que cativa é o que se apresenta sarcástico durante a queda; a mesma mão que acalenta é a mesma que espanca e apunhala pelas costas; os mesmos lábios que beijam e anunciam o grande encontro, as grandes promessas, são os que nos humilham e rebaixam ao mais lamentável nível da incompreensão e delatam nossas mais temidas fraquezas depositadas em confiança no coração tão amável e bondoso, como outrora apresentado, que agora, empolgado, retumba uma quase marcha fúnebre para nos encomendar.
          Acredito que as coisas caminhem da mesma forma para você. Pessoas que são caridosas, de bom coração e publicamente admiradas, mas que já na superfície do âmago se revelam traiçoeiras egocêntricas e sem escrúpulo algum. Abra os olhos! Esse é um jogo complicado e perigoso, pois não dá para se saber quem são os inimigos; ainda mais quando se apresentam como amigos, pessoas queridas, sonhadas. Não dá para fugir da própria sombra, mas dá para mantê-la a certa distância. Por isso digo que nossa relação é uma das melhoras, uma das mais verdadeiras que se firmou e agora, pensando bem, acredito que seja pela situação.

          Isto tudo é apenas uma constatação que achei justo compartilhar com você, uma vez que faça parte integral; contudo, não se trata de nenhum tipo de reaproximação – espero que isto também esteja bem entendido.

          Ademais, fico por aqui desejando que tudo vá bem consigo e que tome estas palavras como um aviso para que se mantenha bem, pois pretendo ser o único e completo responsável por todo castigo que você merece – acredite!

          Sinceramente seu, Remissor.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Encantadoramente Passageira

Foi mais cedo, a última vez – o mundo ainda se aquecia quando cheguei à plataforma.
Em minha espera, no mesmo instante em que imaginava como seria incrível e impossível encontrá-la mais uma vez,
Senti-a flutuando às minhas costas, quase despercebida, em seu encantador bailar.

E pela terceira vez naquela semana, as folhas do livro, novamente ignorado em minhas mãos, viravam-se descontroladas ao vendaval do trem que urrava túnel a fora.

Seus cachos dourados apenas balançavam, gentilmente, como que acariciados,
Úmidos e únicos moviam toda a paisagem.

Seus olhos claros, amendoados pelo amanhecer arrastado e reluzentes como em uma manhã de verão à beira da praia,
Lançavam um olhar penetrante e sedutor, indiferente ao que se passava, a mim;
Mas que me incendiava por dentro, fervia o sangue e descontrolava os nervos.

Sua boca parecia pintura de ligeiras pinceladas geniais,
Com lábios suculentos, deliciosamente prolongados até róseas maçãs delineadas,
Um conjunto especial resguardando um afilado nariz atrevido.

Seus dedos finos e delicados compunham mãos cuidadosamente desenhadas,
Frágeis, de menina, capazes de afagar com pureza;
Firmes, de mulher, que me rasgariam insanamente as costas.

Seu corpo esguio, de medidas ponderadas, completava a leveza e derramava a intensa sensualidade das formas dionisiacamente moldadas, e sensualmente reveladas por leves e comportadas vestes despropositadas.

E novamente, em meio a tudo, me encontro empurrado vagão adentro,
Violentamente trazido a mim pela massa.
Plataformas, pessoas, vidas e planos se passavam, e ela ali sentada, aproveitando os últimos instantes de calmaria.
Eu, convenientemente posicionado a contemplá-la, a me insinuar, a imaginá-la e a desejá-la.

E me toma o desespero à chegada de sua estação, anunciada pelo desventurado condutor.
E como em um pesadelo adolescente, permaneço petrificado,
Apenas a contemplá-la, indo, por mais alguns passos a sumir na multidão.

[Suspiro]
Bem, voltemos...
Página 136? Não, não...
Ah, 138... Isso!

Droga, não fui ao banco!