terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Sozinha

Naquele sábado à noite,
Ela enviou alguns e-mails,
Comentou algumas postagens,
Publicou alguns pensamentos,
Mas não teve respostas...

Aborrecida por encontrar-se sozinha,
Desconectou-se,
Tomou um gole d’água,
Trocou as roupas,
Sentou-se à cama a ler um livro.

Decepcionada, interrompeu a leitura,
Deitou-se por completo,
Acomodou-se e chorou debaixo das cobertas,
Pois não mais se encontrou: estava sozinha de si.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Abomináveis Sacolinhas de Plástico

Sou do tempo dos sacos de papel e das caixas de papelão, e me lembro quando foram anunciadas as sacolas de plástico como sendo as grandes soluções para embalar e acondicionar as compras na boca do caixa dos supermercados, pela praticidade e pela possibilidade de reciclagem. Hoje, em São Paulo, as “grandes redes de supermercados” deixaram de distribuir estas sacolas plásticas, conforme anunciado há algum tempo. Pela manhã, presenciei algumas confusões e reclamações, inevitáveis com este tipo de mudança imposta. Mas como sempre, vamos nos adaptar. É tudo apenas uma questão de tempo.
Mas enquanto isso não acontece, mantém-se minha irritação com esta conversinha sobre as tais sacolas de plástico! Entendo e não desconsidero os problemas que o uso destas sacolas podem trazer ao nosso planeta; mas não a forma como tudo isto é tratado e colocado. Se estão os supermercados realmente preocupados com os danos causados ao planeta pelas sacolas de plástico, por que simplesmente não as banem de suas lojas? Por que não descontam dos produtos os valores a eles já atribuídos pelo fornecimento destas sacolas? Não! Ao invés disso, continuam as faturando sobre nós e, o que não é difícil de compreender, passam a comercializá-las, novamente! Isso resolve alguma coisa, que não para os próprios números?
A questão toda é que, via de regra, ninguém sai arremessando sacolas plásticas pela janela do carro, ou por cima do muro da casa ou as enfiando na descarga. Ainda via de regra, estas sacolas passam a ser usadas também para embalar lixo e são entregues aos serviços de limpeza pública que, também já pagos, se encarregam, ou deveriam, do restante do processo sem prejudicar a natureza. Ainda, vejamos bem, ainda precisamos comprar sacolas de lixo para acondicionar e despachar todo o lixo de nossas casas, de nossos condomínios e, adivinhem? São de plástico!
Existem diversas maneiras saudáveis, práticas e de leves impactos para cuidar da nossa natureza, de frear o ritmo alucinado em que nosso planeta é poluído e condenado. Podemos separar o lixo para reciclagem já dentro das nossas casas, podemos usar combustíveis alternativos, podemos fazer muitas outras coisas que já devíamos fazer há muito tempo. Mas, por favor, vender sacolinhas plásticas duas vezes causando um clima hipócrita de “oba, estou ajudando a natureza!”, já é um pouco demais!
Deixemos sim de prejudicar o planeta, façamos mais do que estamos fazendo, não deixemos de procurar cada vez mais alternativas; mas, acima de tudo, tenhamos atenção e vejamos realmente o que e quem é que estão sendo realmente ajudados.

Vamos que vamos...(de cara nova!)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

"Patos" está no forno... E crescendo!

No fim do ano, muito empolgado, fiz aqui o anúncio sobre o lançamento do meu livro "Patos". E, conforme prometido, venho atualizá-los sobre a evolução deste processo.

A Editora Novitas já começou os anúncios de seus lançamentos para o primeiro trimestre de 2012, dentre os quais, "Patos" está incluído! Vejam o anúncio "Prepare-se para 2012":


Quem puder dar uma força compartilhando e divulgando estas notícias, me ajudará muito e ficarei muito agradecido!

Um grande abraço a todos e obrigado por sempre me acompanharem...

Rafael

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Estúpida Essência

Envolvido pela prepotente certeza de uma autoatribuída perfeição própria, que o libertara de qualquer necessidade de compreensão alheia e o fundamenta em uma indubitável verdade de si, garantida sobre quaisquer outras contraversões, ele pôs abaixo todos os que lhe cercavam, não pelo acaso ou conveniência, mas pela exacerbação de si ao exigir o que não lhe era de direito: a perfeição alheia, de acordo com seus próprios padrões.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Véspera de Natal

Cercados por imponentes muros estilizados,
Enfeitavam os largos jardins floreados,
Acompanhados de sombrosas árvores volumosas,
Os casarões encantadores que margeavam meu caminho naquela manhã.

À luz vermelha, parei.
Tomaram-me os deliciosos aromas dos alegres preparativos natalinos
Que, então, naquela manhã, anunciavam o tão esperado banquete.

À esquerda, na esquina, ele, de cabelos desgrenhados,
Metido apenas numa calça de uma só perna,
Mergulhava seus pés, um após o outro,
No pouco de água suja represada à sarjeta.

Postando-se por completo n’água, purificou-se,
Com mãos penitentes, olhar envergonhado para os céus,
E, por mais um dia, talvez sem sabê-lo ao certo,
Fez o Sinal da Cruz!