sexta-feira, 22 de junho de 2012

Tempos Sentidos

Houve tempos em que, com os sentimentos,
De tão considerados e encarnados no cotidiano humano,
Justificavam-se até mesmo as mortes matadas e as morridas.

Tempos em que as fraquezas
Se definiam pela ignorância e desleixo aos próprios sentimentos,
E as forças, méritos da vivência e da guerra pelos seus mais supérfluos sentimentos.

Hoje é tempo em que, os sentimentos em si,
Fagulhas primitivas da nossa natureza, quando muito, aprisionados no lar,
São a constatação, irrevogável, da fraqueza [própria] que, se considerados,
São rifados a preço de desdenhosas gargalhadas.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Dos Meus Quereres

Dos meus caminhos quero as pedras que lhe dão sentido,
Dos inimigos quero a distância, não a derrota que tanto aproximaria,
Do amor quero a mão à minha para juntos caminhar.

Das saudades quero as felizes,
Dos erros quero as soluções,
Da luz quero o lampejo.

Das cores quero a da cinza, fácil colorir e reviver,
Das dores quero as cicatrizes a me lembrar de seus porquês,
Das desistências quero as oportunidades outras.

Do caminho quero o meio, não o fim nem os cantos,
Das crianças quero os sorrisos, que tanto colorem a vida,
Pois a inocência quero a das flores, que não se perde ao amadurecer.

*          *          *

Este texto foi originalmente elaborado para o "II Concurso de Poesia Autores/SA", mas, infelizmente, não passou da primeira fase. Fica a dica deste concurso que está indo muito bem!