quinta-feira, 29 de maio de 2014

Fuga Inexistente (Direto do Túnel do Tempo)

Ontem o Rangel Barel, amigo de Santa Gertrudes, me enviou este texto que ele achou entre seus pertences. Trata-se de uma "letra" de música que eu havia escrito para nossa banda em 1996! Incrível!

Sempre digo que eu escrevia "coisas" há um bom tempo, mas sempre acabava rasgando-as em seguida. Está aí um registro de 18 anos (como passa!) de meus primeiros rabiscos:

(Valeu Rangel!)

*          *          *


Estou preso num vale
Cercado de montanhas
E coberto por nuvens suspensas no céu azul
Corro do som das aves
Dos ruídos da floresta

Na prisão da natureza
Eu procuro uma saída
Na dúvida da incerteza
Eu quero árvores caídas

Me jogo no lago tentando fugir
Sou surpreendido com a transparente escuridão
E pelo barulho do silêncio
Um novo mundo, quieto e vivo
Me lembro da fumaça, dos carros
Das buzinas irritantes, dos telefones
Dos edifícios, das construções e dos amores

No desperdício das impurezas
No horror das jazidas
Eu quero o teor da natureza
Que está quase destruída

Então eu percebo que não estou preso
Percebo que estou libertado
Estou fora da prisão
Aqui é o meu lugar
Aqui é o nosso lugar
Venha comigo baby
Cavalgar de costas sob o lago
Entre os galhos sem nos arranharmos

Venha sem frieza
Ache sua saída
Venha ver a beleza
Venha sentir-se viva

Aqui não há mal nenhum
Não tem problemas
O meu coração está aqui
Traga o seu, vamos viver.

14 comentários:

  1. Nossa Rafa, que incrível!!! Sabe as letras de músicas americanas, as quais a gente busca tradução? Me senti assim lendo essa letra, parece uma tradução de algo que já existe. Achei linda, se não colocaram música ainda, valerá a pena colocar. Desde tão cedo, incrível, a mesma linhagem dos poemas, de uma forma tão sua de abstrair. Choquei!
    Beijo amor
    Cris.

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    1. Muito legal, né tia? Sério que teve esta sensação? Que legal...
      Não teve música ainda não, até começamos a arranhar algo na época, mas não foi pra frente....mas é verdade...desde aquela época eu arriscava, pena que jogava tudo fora...
      Mas gostei muito de saber que você encontrou as mesmas linhas...eu não conseguiria perceber isso.. :)

      Beijão tia!!

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  2. Oi, Rafael, que sensação legal, nostálgica! Também achei em meus baús coisas do arco. E gostei de relembrar aquela época que não volta mais. Lembranças, lembranças...

    bjs.

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    1. Muito legal, né Tais? Eu não guardei nada no baú, joguei tudo fora ou está com alguém, como neste caso...rs

      Beijos

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  3. Gostei muito!

    Que bom, seu amigo ter guardado o texto...

    Esperemos que apreçam mais por aí.

    Tudo de bom, :)

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    1. Obrigado, São!!

      Que bom mesmo... logo aparecerão!! rsrs

      Pra vc também!

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  4. Pior que, no começo eu achei que era algo ~meio existêncial~. Daí a música muda no final. S[o eu achei confuso? Tinha uma banda de rock? Se tiver áudio, seria legal postar também.

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    1. hehehe....é, foi um dos meus primeiros escritos...não chegamos a criar o áudio não, na época começamos estudar isso, mas acabei saindo da minha cidade e deixando a banda...

      []s

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  5. Primeiros rabiscos e já preciosos. Parabéns, Rafael!!

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  6. Já estou com saudade de novos poemas. Avante Rafa!!!kkkkkkkk
    Saudades...
    Beijos
    Cris.

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    1. Pior que é tia...tô tentando preparar um ainda para essa semana...tá difícil! rsrs...perdi a mão...haha....mas não parei não!

      beijos!

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  7. Olá Rafael, é pena quando se perdem escritos tão bons.
    Agora anda lá fazer a música ;)
    Abç amigo

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    1. Olá Carmem!!

      hahahaha...estou muito enferrujado na música, mas de repente é o que falta...

      Abraço!!

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