segunda-feira, 21 de julho de 2014

Ao Naufrágio

Ignorou o nobre capitão o alerta desesperado do vigia no topo do mastro.

Obstinou-se em sua decisão.
Convicto, manteve a rota,
Pulso firme no timão,
Olhar fixo e expressão impassível.

Rajadas de ventos assoviavam uma nova rota,
Espessas nuvens negras anunciavam a tormenta,
Súplicas indiscretas eram rogadas pelo contramestre,
Murmúrios e gemidos amedrontados latejavam o convés.

Ignorou o nobre capitão o alerta desesperado do vigia no topo do mastro.
Intransigente, surdo e cego, seguiu convicto,
Guiando vidas ao anunciado e terrível fim evitável.

domingo, 13 de julho de 2014

Felicidade

Aviso àqueles à procura da felicidade: DESISTAM!

Não está a felicidade em um lugar esperando para ser tomada,
Está ela em todos os lugares, sob todas as formas, mas nunca escondida.

Está no sorriso alheio, no sol que brilha,
No pão quente, no barulho da chuva,
Nos cheiros de café recém-coado, nos sabores da comida materna,
Nos olhares, nos gestos, nos toques,
Nas flores, nos animais, no céu azul, nas crianças...

Felicidade não pode ser encontrada, mas construída!
Deve ser colhida, amontoada, lapidada,
Todos os dias, aos poucos,
Entre as tristezas, as decepções e as dificuldades da vida.

Felicidade é como areia:
Corre pelos dedos,
Se vai com o vento,
E pode formar lindos castelos.

A cada enxadada, um sorriso
E se não houver, causemo-los!

É preciso olhar ao redor com olhos e corações abertos,
Caçar estas pequenas maravilhas, construir a felicidade,
E vivê-la intensamente até que se vá novamente.
Felicidade pede verbo estar, jamais o ser.

A felicidade contamina tudo e a todos:
Estejamos felizes e causemos uma pandemia!