* * *
Atualmente tenho o privilégio de trabalhar ao lado de um dos cenários mais lindos do mundo. Do 30º andar, tenho uma visão privilegiada da Baía de Guanabara, Aterro do Flamengo, Pão de Açúcar e Corcovado, além da Marina da Glória. Com uma vista dessas, é fácil aliviar as tensões do dia a dia em apenas alguns minutos de contemplação.
Todos os dias, faça chuva ou faça sol, uma turma animada desfila perto da minha janela e consegue desviar a atenção do observador. Eles são menos disciplinados, às vezes sós, às vezes em bando, com uma aparente falta de preocupação com o mundo ao seu redor. Não são bonitos, mas impressiona a beleza de seus voos e como dominam uma área na qual, por mais progresso e tecnologia que tenhamos, jamais conseguiremos um índice de eficiência parecido com os deles.
Parecem voar por prazer, abrindo as asas e deixando o vento e as térmicas conduzi-los através do nada, em alguns momentos lembram os homens-asa, que cortam os céus do Rio também com prazer e maestria embora sejam apenas humanos e limitados em seus sonhos.
Elas são mais elegantes e simpáticas, parecem mais “ligadas” na sua função de voar, aparentam estar sempre procurando alguma coisa, que elas mesmas ainda não definiram. Ao contrário dos amigos de asas negras, gostam de voar em formação e dificilmente estão desgarradas da “esquadrilha”, que pode ser pequena ou chegar a algumas dezenas de membros.
As paisagens urbana e selvagem do Rio se misturam naturalmente. Encostas, praias e prédios misturam-se na geografia. As aves estão totalmente integradas ao cenário e nos desafiam todos os dias com a sua capacidade de alcançar o inatingível para nós, seres humanos, utilizando apenas o que lhes deu a natureza. Cumprem sua missão sem questionamentos, leves, seguindo suas rotas já definidas há séculos, guiadas por seus instintos e asas.
Refletindo sobre isso, constato, mais uma vez, como nós, seres humanos, somos limitados em nossa tão desejada liberdade de “ir e vir”. Vamos aonde é possível e, invariavelmente, nos preocupamos com a volta. Ao contrário dos amigos alados, que conseguem, sem grande esforço definir o “plano de voo” de acordo com suas necessidades e vontades.
A única coisa que vislumbro em comum entre as duas espécies, humanos e aves, é a luta para sobreviver numa cidade que é maravilhosa no apelido, no contorno e na realidade, mas, guarda em seus recantos e paisagens o risco e o imprevisível, o urgente e o relaxado, o exuberante e o feio, o admirável e o maltrapilho.
Visto de cima é tão lindo!!!
Por Léo Monçores
Somos antagônicos no modo de agir, mas semelhantes na luta pela sobrevivência.
ResponderExcluirParabéns ao amigo pela inspiração e a vc por nos dar a oportunidade de ler tão bela reflexão.
bjs
E como somos, Salete!!
ResponderExcluirO Léo é um grande amigo e tem mostrado esse lado "escritor"...temos mais é compartilhar...vai que ele se empolga!! rsrs
Ele está sem acesso aos comentários durante o dia, mas a noite poderá interagir por aqui...
Beijos..
Que linda a mistura dos passaros e dos homens-asa. Sua visão privilegiada me fez entrar em seu mundo e contemplar por um momento as belezas naturais do Rio.
ResponderExcluirA nossa moda também podemos voar, veja só....acabei de fazer um vôo inesquecivel!!!!
Obrigada!
Beijos
Cris.
Morei cinco anos no Rio e muitas vezes tive esse mesmo pensamento. É realmente uma cidade maravilhosa, mas como o homem tem o dom de criar e destruir, a atitude humana que maltrata o Rio com toda essa violência, nos trás muitos pontos de tristeza. Até por que toda essa violência tem todo um contexto a sua volta. Adorei ler isso. Parabéns ao escritor e a você Rafael, pela sensibilidade em divulgar. bjs
ResponderExcluirOi Rafael, muito prazer! Nem sabe o quanto foi prazeroso para mim, aterrissar nesse teu blog! Que crônica maravilhosa de teu amigo Léo.
ResponderExcluirFoi uma surpresa muito boa ver teu coment lá no meu Café.
Espero que possamos tomar umas e "outros" juntos, outras vezes. Abraços
Olá Glorinha!!
ResponderExcluirEu que agradeço a sua visita e essa emocionante vibração que me deixou aqui...fico muito contente que tenha gostado daqui...o prazer é todo meu!!
Fique à vonta de e seja bem-vinda..mais tarde o Léo chega por aqui...
Tomemos todas!!
[]sss
Para alguns os olhos servem para ver, mas, para outros, felizmente, servem também para OLHAR; é o caso do autor deste belo texto.
ResponderExcluirGostei bastante.
Um forte abraço.
Pois é Cris. Voar é preciso!
ResponderExcluirObrigado!
É isso Gil. A Cidade será sempre maravilhosa, só depende de nós!!
ResponderExcluirObrigado!
Obrigado Glorinha. Valeu!
ResponderExcluirObrigado Carlos! Olhar é realmente muito importante! Mas, infelizmente não olhamos tudo com a ótica que precisamos.
ResponderExcluirGrande abraço!
Mais uma vez agradeço ao amigo Rafa pela oportunidade e generosidade de mostrar minhas idéias.
ResponderExcluirValeu!!
Olá Rafael!
ResponderExcluirObrigada pela visita no meu blog. Seja sempre bem vindo!
Adorei aqui. Ótimos textos.
Já estou lhe seguindo.
Beijos.
Que nada Léo!! Eu que agradeço...assim dá um ar diferente por aqui...e como pode ver, vale a pena!!
ResponderExcluir[]sssss
Olá Kátia!!
ResponderExcluirSeja bem-vinda!! Eu que agradeço sua visita por aqui...fico muito contente que tenha gostado...
Beijos...
Oi querido, bom te ler hoje! alias, sempre!
ResponderExcluirOlha só, Rafa, fiz um fotoblog: http://fleshspriscillamarfori.blogspot.com/
Gostaria de te-lo como amigo lá também!
B-Jos.
Olá Priscilla!!
ResponderExcluirPode deixar...vou passar por lá sim!!
beijos..
As palavras do Léo, nos levam a voar com elas... Como ele escreve bem!... As palavras fluem com a mesma leveza que o vôo dos pássaros! rs
ResponderExcluirO Rio é lindo!!! E, ele, realmente um ser privilegiado em poder descortinar, todos os dias, de tão grandiosa paisagem!
Obrigada pela visita, Rafael! Apareça mais vezes!
Eu tardo mas não falho! rs
Bj
Helô
Muito bom, não é, Helô!! O cara manda bem...tem muito jeito pra coisa...faz a gente viajar longe...fico imaginando a cena real...
ResponderExcluirBeijos e obrigado pela visita!
a beleza se evidencia nas contradições..alma e concreto.
ResponderExcluirbeijos cintilantes
Valeu Helô, acho que fica difícil pensar "pesado" observando e procurando entender, um pouquinho só, a natureza.
ResponderExcluirObrigado!
Valeu Helô, acho que fica difícil pensar "pesado" observando e procurando entender, um pouquinho só, a natureza.
ResponderExcluirObrigado!
Gostei muito ! Seguindo já. Pssa lá no meu tb ;*
ResponderExcluirOlá Malu!!
ResponderExcluirPode deixar...
muito obrigado!
Partir, ficar. Eis a questão. Ambos movem músculos diferentes.
ResponderExcluirAmigo Rafael,
ResponderExcluirEstive aproveitando uns dias de ferias de minha filhota e deixei o meu blog meio no piloto automatico e somente hoje estou podendo visitar aos amigos.
Pouco a pouco estou colocando a leitura em dia, afinal sao duas semanas de atrasos (risos).
Beijos, flores e muitos sorrisos!
Olá Carmem!!
ResponderExcluirSei muito bem como é...e como duas semanas impactam, não é? Mas aos poucos tudo volta ao normal sim...
Beijos!!
Pessoal, peço desculpas pelo atraso nas respostas, mas é que estive sem tempo para "voar" rsrsrs.
ResponderExcluirObrigado à todos pela força!
Valeu
Descreveu também a cena que fiquei com ela na cabeça.
ResponderExcluirSei que não tem muito haver, mas me lembrou isso. Eu ainda estudo, estou no primeiro ano do ensino médio, minha escola é no centro e da janela da nossa sala de aula dá pra ver as casas, prédios e tudo mais, é realmente uma vista muito bonita, mesmo sem praia ou cartões postais e as vezes fico observando as pessoas que vejo de lá, mas em volta da nossa escola tem também muitas árvores e essa semana tinha um casal de passaros lá que procriaram todo dia, teve um dia que a professora de biologia chegou a parar a aula...
Enfim, invejei sua vista também.
Beijos e muito obrigada pelo comentário no meu blog, eu demoro a respondê-los porque passo a semana estudando igual louca, mas vou colocar seu link na lista de blogs do lado direito do meu, porque aí venho mais vezes.
Vista de cima é linda e se embaixo, é como toda metrópole.
ResponderExcluirAssustadoramente sedutora.
Olá Marcella!!
ResponderExcluirSei muito bem como é..eu mesmo me encontro em uma situação complicada que quase não me deixar passar por aqui...mas vamos caminhando, às vezes um pouco mais devagar, rsrs, mas caminhando...
Beijos..
Dá para pensar o quanto somos frágeis e distantes relativamente às aves, e ao mesmo tempo, o quanto somos parecidos com elas nos "voos" que fazemos.
ResponderExcluirBeijinho aos dois
Parabéns pela excelente postagem, adorei o texto..a dualidade sempre presente..
ResponderExcluirMuito obrigada por compartilhar.
Grata e honrada com sua visita, venha sempre que desejar e será sempre bem vindo!
Linda noite e tudo de bom sempre!
Beijos.
Marion
Marcella, desculpe o atraso na resposta. Mas é isso mesmo, observar o mundo ao nosso redor nós leva à reflexões inimagináveis.
ResponderExcluirObrigado,
Léo
B,
ResponderExcluirRealmente, descobrimos a sedução no cotidiano da cidade.
Obrigado
Eu que agradeço Marion!!
ResponderExcluirDesculpem a demora em publicar estes comentários, mas tive uma semana de folga e sumi para a beira do rio...rsrs
[]sss