terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Carta ao Papai Noel

Com o ensejo da carta a seguir, desejo que reine novamente em todos nós a simplicidade do olhar de uma criança, que vê com objetividade as reais importâncias da vida. Não em 2013, mas a partir de agora e sempre. Os frutos de 2013 já estão garantidos pelo plantio deste ano, então, que plantemos somente boas sementes para a outra colheita. Lembremo-nos uns dos outros, compreendamo-nos e respeitemo-nos. Plantemos sorrisos e colhamos felicidades! Feliz Natal e um Execelente 2013! 

*          *         *
Querido Papai Noel,

Assim como no ano passado, me comportei muito bem neste: não briguei com meu irmãozinho, ele que brigou comigo; não desobedeci a mamãe, apesar de que ela anda muito brava; não respondi para o papai, ele está sempre trabalhando; comi beterrabas, chuchu e espinafre, sem reclamar, mas continuo os achando muito ruins; tirei boas notas, não foram melhores do que as da Aninha, como sempre, mas passei de ano.

Enfim, Papai Noel, como no ano passado, me comportei muito bem, apesar de o senhor não ter trazido a minha bicicletinha no último Natal. Neste ano, eu estava pensando em pedir um videogame, além da bicicletinha que o senhor já me deve; mas acho que isso não vai resolver muito as coisas por aqui, então, Papai Noel, quero combinar com o senhor uma nova lista de presentes. A lista é um pouco grande, mas é porque têm coisas para outras pessoas também. O senhor pode jogar fora a outra lista. Para esta lista, quero que o senhor não se esqueça do meu bom comportamento nestes dois anos e, inclusive, pode considerar já o bom comportamento o do ano que vem e também considerar o que o senhor já me deve, tá?

Aqui está minha nova lista:

  • Queria que o senhor conversasse com o chefe do papai para ele dar mais dinheiro para o papai e deixá-lo trabalhar menos, porque ele fica muito tempo naquele lugar trabalhando e a mamãe está brava dizendo que não tem dinheiro para nada.
  • Queria que o senhor conversasse com a mamãe para ela não ficar mais brava daquele jeito e nem mais chorar no quarto dela como ela faz. Sabe, Papei Noel, o papai falou estes dias que estava cansado de tudo e que queria sumir. Eu não quero que ele vá embora, tenho medo que eles briguem igual meu tio e minha tia que agora moram em casas diferentes. Minha priminha foi embora com minha tia e tenho muita saudade dela. Ah, mas não conta isso para a mamãe, ela não ia gostar de saber que lhe falei isso.
  • Queria que o senhor nos ensinasse a fazer as coisas direito. A mamãe sempre fala que ninguém faz nada direito, mas eu faço igualzinho ela fala pra fazer, mas acho que esqueço alguma coisa. O meu pai também não faz nada direito. Ela disse que ele é inútil, mas ainda não sei o que é isso. Fui perguntar pra ela, mas ela não gostou não.
  • Queria que o senhor pedisse para as pessoas pararem de brigar. Está todo mundo bravo, Papai Noel. O motorista do ônibus da escola fala cada nome feio para as pessoas dos outros carros e depois sai balançando o ônibus, dá até medo. Acho que o senhor devia lavar a boca dele com sabão. O homem da televisão conta todo dia sobre as pessoas matam as outras. Por que eles fazem isso? O Luizinho falou para mim que escutou o pai dele falando que o mundo está acabando e que está tudo está perdido. É verdade, Papai Noel? Eu não quero que o mundo acabe.
  • Queria que o senhor curasse as pessoas que estão doentes, como o vovô. É muito ruim, porque já faz tempo que ele está dormindo naquele hospital e não volta para brincar comigo. Ele só dorme e a mamãe falou que é porque ele está doente e quem tem muita gente assim. Queria que ele acordasse logo.
  • Queria que minha tia voltasse com minha prima. O papai falou que meu tio está muito triste e que agora bebe bastante. Eu não entendi, mas não queria que ele ficasse triste. Deve ser de saudade, né? Por que eles brigaram, Papai Noel?
  • Queria que o senhor conversasse com os presidentes para eles pararem de jogar aqueles foguetes nas pessoas. Machuca! E se alguém morre, Papai Noel? Fala para eles pararem, tá bom?
  • Queria que as nuvens fossem sempre branquinhas e que quando chovesse caíssem flores amarelas para todos os lados. Queria que o senhor fizesse um arco-íris bem bonito e bem grande, que passasse do lado do sol e que nunca saísse do céu e que dele saísse uma música bem bonita, só para as pessoas ficarem muito felizes todos os dias quando olharem para o céu.
  • Queria que o senhor colocasse comida no prato das pessoas que não tem o que comer. Passou na televisão um monte de crianças bem magrinhas que não tem o que comer. Se precisar, pode pegar do meu prato, tá?
  • Queria que o senhor levasse uns cobertores que tem aqui em casa para as pessoas que não tem onde morar e passam frio nas ruas. Aqui tem bastante cobertor, nunca usamos todos eles, mas avisa a mamãe, hein?

Papai Noel, se não der para fazer tudo isso, o senhor pode levar alguns brinquedos meus para compensar, eles estão bem cuidados, pode vir ver.

Feliz Natal Papai Noel!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Carta ao Amigo Infeliz

Caro amigo infeliz,

Foi com muito pesar que terminei de ler a sua carta. É triste saber que não acha na vida mais a felicidade. É triste saber que aborrecido é como tem se encontrado. É triste saber que se encontra estagnado nem mesmo vendo a vida passar. É triste vê-lo inútil diante de si mesmo, resmungando aos outros as suas responsabilidades, pois, acredite amigo, ninguém pode fazer nada por si que não você mesmo.

A sua falta de alegria não é culpa do mundo, aliás, pode até ser; mas a sua continuidade não. Não é culpa do mundo ou de outrem que continua você sem felicidade, sem alegria. É sua! Penso que esteja revoltado ao ler isso, mas precisa se conscientizar. De nada adianta aos outros atribuir esta culpa que é sua.

A felicidade está em todos os lugares, em todos os momentos e em todas as coisas. Difícil de ver, concordo, mas apenas enquanto nosso orgulho e nossas dificuldades diante da própria derrota nos caem como uma névoa escura.

É preciso um força que vem de dentro, um querer verdadeiro de ver novamente, para dissipá-la. Atente os olhos, não com esforço, mas com a simplicidade do coração. Olhe, não procure. Sinta, não busque. Continue, não espere. Inale o mundo, entorpeça-se dele, não o respire. Alargue os passos e não corra. Deixe que o redemoinho de pensamentos aconteça, não se concentre. Ouça tudo como música, não apure. Saboreie de tudo, não tente se saciar. Reflita a si mesmo, não o que poderia e deveria ser (você não sabe!). Transforme-se em todas as formas, não assuma uma. Mude, sempre mude, não se adapte, mude, mude porque sim, mude para viver, mude para ser o tudo em sua própria vida, permita-se mudar, não apenas queria, mude! Mude aos poucos, mude aos muitos, mude o que já mudou, mantenha a mudança, mude, de novo!

Procure a simplicidade e a inocência do sorriso de uma criança. Inveje as rugas nos olhares cansados dos mais velhos. Sinta a dor dos rostos tristes que cruzam seu caminho. Ria com os sorrisos que lhe passem. Atravesse a rua em um lugar diferente, mude seu caminho mais vezes. Misture as cores e faça tons novos. Mude seus gostos. Cante! Orgulhe-se do que pode ser, não do que tem. Faça caminhos, pule sobre as pedras, deite os galhos tortos e espinhentos. Deite em um riacho e se refresque. Continue... Foque, desfoque, foque. Despenteie-se. Ria, sem motivo algum. Não consegue? Então ria da ironia de não ter motivo. Admire as formas e estilos diferentes. Admire a você! Mude!

Mas nunca, meu amigo, nunca atribua a culpa da continuidade da sua infelicidade a alguém que não seja você mesmo. Fazer isso não resolve em nada o seu problema, causa estagnação e o torna rabugento, além de magoar aqueles que querem o seu bem, mas não sabem como fazer, pois depende de você. A estes, peça licença e volte sorrindo, abrace-os como nunca! Quanto aos que não se importam, tire-os de sua vida como se tira do talo o espinho lhe espeta a mão ao apanhar uma rosa. Jogue para longe.

A felicidade está por aí, como sempre esteve: espalhada em pequenas doses para que não nos entojemos dela e a tornemos comum, pois o comum é algo novo e gracioso que tanto nos fez bem e depois o colocamos em uma prateleira, ao lado de outros tantos, e o deixamos empoeirar para depois reclamar que, além de inútil, só faz ocupar espaço e nos dar trabalho.

Então, meu caro, permita-se, limpe o caminho do que é ruim e mantenha o que o decora. Mas, acima de tudo, acima de tudo mesmo: mude!

Um feliz Natal para você e para os seus e que não próximo ano, mas no próximo minuto, consiga ver um dos pequenos e iluminados momentos da sua vida, e que este pequeno momento lhe despeje uma tímida vontade de sorrir!

Com muito, muito mais,

Seu amigo.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Fest Clip 2012 - Programação Diária

Já está disponível no blog do Ateliê Pé Vermelho a programação do Fest Clip 2012.

Em sua terceira edição, o Fest Clip, um evento puramente da terrinha, está ainda maior, contando com participantes de todo o país. Vale a pena conferir!


Participei da sua primeira edição com o vídeo Inconsistências e foi uma experiência muito gratificante. Seguem os links:

- Blog Ateliê Pé Vermelho;
- Página no Facebook do Fest Clip;
- Programação Diária do Fest Clip 2012;
- Minha participação na primeira edição do Fest Clip.

Vamo que vamo!

Rafael

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Corrente de Poesias - Lançamento Oficial

Pessoal, em setembro divulguei aqui no blog o lançamento da antologia Corrente de Poesias do Espaço Infantil Corrente do Bem, da qual sou contribuidor com muito orgulho.

Agora gostaria de divulgar o lançamento oficial que acontecerá amanhã (04/12/2012) na Academia Campinense de Letras. A seguir está o convite com os detalhes dos eventos de lançamento para quem puder participar e ajudar o Espaço Infantil Corrente do Bem (exemplares também podem ser adquiridos diretamente pelo site do da Corrente do Bem):



Abraços,

Rafael

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Urubus

Os urubus daqui são outros que os de lá.
Aqui, como lá, por muito se plaina,
Mas aqui o vento é mais forte e rasga baixo.

Plainam aqui com asas curvas,
Não estiradas como os lá.

De tão baixo que plainam,
Nos de cá uma plumagem branca se vê,
Que não se vê nos de lá.

Os urubus daqui são os mesmos dos de lá,
Mas cá voam mais baixo do que lá.
Cá enfeitam!

domingo, 25 de novembro de 2012

Resultado - TopBlog 2012

Pessoal, foi há pouco divulgado o resultado dos finalistas do Prêmio TopBlog 2012. Infelizmente o "Desce Mais Uma!" não está entre eles, mas vale a pena conferir e conhecê-los:

Resultado TopBlog 2012.

Obrigado a todos que apoiaram o "Desce Mais Uma!", votando e divulgando, neste concurso. Aguardemos a próxima!

Abraços,

Rafael

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Errar - Presente do Indicativo

Eu, quando muito, me engano
Tu erras, e muito
Ele erra pra cacete, é claro
Nós erramos, por culpa vossa
Vós errais descomedidamente, por culpa vossa
Eles só fazem cagadas, não é?

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Sugestão de Blogs

É fácil notar o crescimento exponencial que tem tido a blogosfera, publicando cada vez mais inúmeros conteúdos dos mais diversos tipos e vertentes, para nosso deleite. Costumo dizer que "andar" pela blogosfera é uma atividade de mineração, pois temos de tudo um muito disponível.

De tempos em tempos (e já faz muito tempo) costumo publicar uma pequena lista de blogs que têm me chamado a atenção pelo excelente conteúdo publicado e que gostaria de compartilhar/divulgar com vocês.

Vale a pena conferir:


Abraços...

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Das Falsidades

Deve-se, da falsidade, somente as verdades guardar,
Fáceis de se notar à constatação da primeira.

Ademais, está nelas a garantia de que foi o todo provido e gerado,
Simples e exclusivamente, ludíbrio a garantir a conveniência própria.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Está Feito: "Patos" Saiu do Forno e Está Servido!

Pessoal!

É com grande alegria que informo a todos que meu livro "Patos" está pronto e disponível no site da Bookess (em versão impressa e eletrônica)!

Este é um grande sonho sendo realizado, pelo qual agradeço a todos que sempre me apoiaram, sempre torceram e acreditaram em mim. Está feito!

Criei a página "Patos" aqui no blog (parte superior) com os detalhes e informações sobre o livro, na qual manterei atualizações e novidades, assim como a lista das principais livrarias eletrônicas na qual "Patos" será comercializado.

Obrigado, obrigado e obrigado!

Rafael

domingo, 14 de outubro de 2012

TopBlog 2012 - Estamos no Segundo Turno!

Buenas, pessoal!

Nem mesmo esfriaram as comemorações pela publicação de Patos e já temos um novo motivo para comemorar. Há alguns meses pedi o apoio de vocês votando no Desce Mais Uma! no Prêmio TopBlog 2012. Acontece que no dia último dia 10 saiu o resultado do primeiro turno e, graças ao apoio de todos vocês, o Desce Mais Uma! está entre os cem finalistas da categoria "Literatura" e foi para o segundo turno!

"O período de votação do SEGUNDO TURNO pelo júri popular (Internauta) e avaliação pelo Júri Acadêmico começa no dia 10/10/2012, às 14h – horário de Brasília e encerra dia 10/11/2012, às 14h - horário de Brasília. No segundo turno somente participam da eleição os blogs eleitos no TOP100 'OS MAIS VOTADOS' - júri popular, em cada grupo e categoria que receberem o maior número de votos no primeiro turno.

Os votos do PRIMEIRO TURNO não serão computados para o SEGUNDO TURNO, assim sendo serão zerados os votos dos selecionados TOP100 quando passam para a segunda fase TOP3, concorrendo todos os cem mais votados no primeiro turno, em igualdade no segundo turno."


Assim, neste segundo turno (que vale a pena), peço, mais uma vez, o apoio de todos vocês votando no Desce Mais Uma! e também compartilhando e divulgando pelas redes e contatos.

Para votar:
- Clique na figura abaixo do concurso TopBlog 2012 (esta figura também estará disponível na barra direita do blog durante o período de votação);
- Será aberto o site do TopBlog para votar no Desce Mais Uma!;
- Na parte superior, realize seu voto pela melhor forma para você (podem ser usadas mais de uma forma de votação);
- Em seguida, siga as instruções de confirmação do voto e,
- Pronto, você ajudou o Desce Mais Uma!


Muito, muito obrigado pelo apoio de todos vocês!

Abraços,

Rafael

domingo, 7 de outubro de 2012

Patos, Saindo do Forno!

Agora sim! Estamos na reta final para "Patos"!

Este meu primeiro romance está sendo finalizado e nas próximas semanas já estará disponível em versões impressa e eletrônica, a qual estará disponível nas mais importantes lojas de comércio de livros eletrônicos.

Enquanto isso, deixo aqui uma prévia desta obra e também o seu link no site da Bookess, que é a editora parceira nesta publicação que tanto busquei.



Link do livro no site da Bookess: http://www.bookess.com/read/13429-patos/

Estamos quase lá! Em breve voltarei com mais informações aqui no blog.

Obrigado e abraço a todos que sempre me apoiaram!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Subida em Espiral

Neste já tão batido eterno retorno da vida,
De um finito ir e vir de completos ciclos,
Uns desapercebidos, outros ignorados,
A se passar por tão conhecidos erros e tão desprezados acertos,
Valho-me da oportunidade de tudo rever e de muito refazer,
Às vezes melhor, outras nem tanto, mas nunca igual,
E ponho-me a subir, círculo a círculo numa espiral oriental,
Não por arrogância, mas por ter excomungado um passivo conformismo
Das idênticas repetições de círculos sobrepostos,
Definidos e impostos por um acaso divino.

Sigo adiante, errante e certeiro, decidido e indeciso,
Mas com a única certeza de nunca ser o mesmo,
Sem deixar de ser único, até o último fim.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Um Novo Fim

Fechou a última das malas com todo seu passado dentro e as colocou num canto da sala. Voltou ao quarto e novamente alisou saudoso o lençol da cama. Foi à cozinha e bebeu lentamente um copo d'água e, pensativo, deixou-o solitário sobre a pia. Cruzou a sala em direção à porta, mas parou antes e voltou-se para trás. Passou os olhos marejados pelo o que havia sido por longo tempo o seu lar.

Na estante ficaram as memórias. Na mesa de canto as solitárias refeições dominicais. No canapé as tristezas e os anseios. Nas gavetas, bem no fundo, os sonhos e os defeitos. Sob o tapete os pecados.

Decidido e desolado, aspirou todos os seus medos para tê-los sempre consigo. Num só golpe se voltou à porta e partiu, deixando tudo para trás. Partiu de si mesmo, para si mesmo; mas não sem deixar no velho aparador um bilhete que lhe diria: “Não devia ter voltado!”.


domingo, 2 de setembro de 2012

Corrente do Bem

Localizada em Campinas, interior de São Paulo, o  Espaço Infantil Corrente do Bem é uma instituição filantrópica que objetiva acolher gratuitamente crianças de 3 a 5 anos das famílias cujos pais necessitam trabalhar e não têm como prover o amparo durante estes períodos. Atualmente, a instituição atua como uma creche comunitária, enquanto caminha firme, passo a passo, para este objetivo maior.


Há algum tempo, o diretor e poeta Saulo Lalli idealizou a Corrente de Poesias: uma antologia de fins filantrópicos com 99 poesias de 40 escritores de 13 estados brasileiros (sim, sou um deles, com três poesias!). Um trabalho árduo e feito em tempo recorde, a Corrente de Poesias está concluída e disponível para que quiser uma boa dose de literatura brasileira e ainda ajudar as crianças da Corrente do Bem

Cada exemplar custa R$ 25,00 (com frete incluso, para todo país). Torne-se também um elo desta corrente: clique aqui e faça sua reserva.

Abraços,

Rafael

domingo, 26 de agosto de 2012

Comeu Bem Hoje?

Por volta das 13h30 de um domingo em pleno CEAGESP... Dispensa qualquer comentário.


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

De Repente...

Foi de repente,
Quase sem querer,
Que das trevas luzes surgiram,
Que do cinza cores se misturam,
Que no nada contornos deram sentidos.

Não num piscar de olhos,
Mas num abrir-se.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ação Penal 470 - Corruptocracia

Na semana passada, em um momento de revolta e indignação, escrevi o texto abaixo e publiquei no Lado-B. Não publiquei imediatamente aqui para não estragar o aniversário do Desce Mais Uma!, mas agora vai:

*          *         *

"A Corruptocracia de Justo Verissimo é cada vez mais uma realidade!"



Nem Chico Anysio e Mazzaropi juntos me divertem tanto quanto os advogados de defesa da Ação Penal 470. Popularmente e justamente conhecida como o “Processo do Mensalão”, a “Ação Penal 470” é uma das manobras cômicas da defesa que tenta impor à imprensa a obrigação de uso exclusivo desta última nomenclatura, afinal, “Processo do Mensalão” poderá manchar a integridade moral de seus clientes que, pelo jeito da defesa, já têm absolvição garantida.

A defesa tenta articular das mais diversas formas, as quais eu, leigo em direito, porém honrado, só consigo descrever como absurdas, sem-noção e infantis. Temos como exemplo esta imposição da nomenclatura. Outro exemplo é a tentativa de provar que o Caixa 2 da eleição não é crime, ou até é, mas eleitoral e, com isso, deveria ser tratado em outro fórum. Outro ainda é o empurra e empurra para ganho de tempo, ou desperdício, que ajudará a aproximar a aposentadoria de um dos senhores ministros da justiça e, por lei, deixa-lo fora do julgamento. E por aí vai...

Esta tal defesa é formada por grandes nomes do direito criminal do país que têm estado mais na moda que os personagens da novela das oito. Esta defesa é praticamente dirigida pelo senhor doutor Márcio Thomaz Bastos que, para quem não se lembra, era, até 2007, ninguém mais ninguém menos do que o Ministro da Justiça! Ver esta defesa composta pelo senhor ex-ministro e colegas como o senhor doutor Antônio Carlos de Almeida Castro (Kakay – que fashion!) me esclarece do real motivo do abandono, por ambos, de casos que poderiam ser marcantes às suas carreiras (salvo engano, o menor dos honorários está em torno de R$ 500 mil). Bom, e por aí também muito se vai...

Mas, o mais engraçado do que toda esta movimentação desta corja de raposas velhas e sedentas, que se confundem com seus clientes, virá mais ao fim. Virá quando eles, após estas ditas articulações absurdas, sem-noção e infantis, finalizarem a AP 470 com massa, tomate e queijo, diante de mais de 190 milhões de palhaços!

Com todo respeito, mantenho em mim a esperança de que estes 38 safados e mais seus comparsas doutores da lei sejam condenados. Mantenho o desejo lhes caia uma maldição “malígrina”, como as de Bento Carneiro, o Vampiro Brasileiro. Mas, inevitavelmente, mantenho também o medo da impunidade desmedida e desenvergonhada, garantida pela história de safadeza, malandragem e descaso deste meu país.


domingo, 5 de agosto de 2012

Quatro Anos de Desce Mais Uma!

Nestas correrias do dia a dia, muitas coisas acabam me passando despercebidas e outras incompletas por falta de tempo. Foi o que aconteceu com o aniversário do "Desce Mais Uma!". Somente hoje pela manhã me dei conta que no último dia 29 de julho o blog completou quatro anos de existência!

Manter um blog vivo não é uma tarefa tão simples quanto possa parecer, mas é de grande prazer e que proporciona grandes momentos, principalmente pelas interações com os amigos leitores.

Pensando em tudo isso, me vem à cabeça um filme completo de tudo o que se passou desde o início da ideia deste blog, das necessidades que me levaram a firmar este trabalho e de tantos outros que venho desenvolvendo, de tantas coisas que se passaram na minha vida nestes anos.
Para relembrar e compartilhar um pouco com todos vocês, que mantêm este blog vivo, selecionei algumas postagens de comemorações dos outros aniversários:

O Início
- A Primeira Postagem
- O Primero Texto

O Primeiro Aniversário
- Presente do programa de Rádio Culturando de Santa Gertrudes, da Odila Góes
- Comemoração

O Segundo Aniversário
- Um novo projeto
- Uma conquista

O Terceiro Aniversário
- 500 seguidores
- Na Revista Cultural Novitas


Agradeço a todos por sempre acompanharem e incentivarem o meu trabalho aqui no Desce Mais Uma!. Ainda há muito por vir e somente tem valor com o apoio de vocês!

Muito obrigado e abraços!

terça-feira, 24 de julho de 2012

O Barco e as Ondas

É com tranquilidade e obstinação,
Guiado por experientes mãos calejadas,
Que cruza o pequeno barco as ciumentas ondas
Que lhe irrompem o caminho.

Ora as enfrenta a insultantes trancos,
Ora as desliza sob gentis respingos carinhosos;
Mas aderna e afunda quando é dela o desejo.


*          *          *

E a votação continua, pessoal! É só clicar no selo na barra lateral do Desce Mais Uma!

sábado, 14 de julho de 2012

Prêmio TopBlog 2012 - Vote no Desce Mais Uma!

Olásss, Pessoal!

Está aberto o concurso de blogs Prêmio TopBlog de 2012. O Desce Mais Uma!, que já participou da edição 2010, está participando este ano na categoria "Literatura". O Prêmio TopBlog é um sistema interativo de incentivo cultural destinado a reconhecer e premiar, mediante a votação popular e acadêmica (Júri acadêmico) os Blogs Brasileiros mais populares, que possuam a maior parte de seu conteúdo focado para o público brasileiro, com melhor apresentação técnica específica a cada grupo (Pessoal, Profissional e Corporativo) e categorias.

O concurso está dividido em diversas etapas, sendo que esta primeira trata-se da Votação do Júri Popular (internautas), que tem o período de votação inciado dia 14/07/2012, às 14h00 (horário de Brasília) e encerrado dia 30/09/2012, às 14h00 (horário de Brasília). No primeiro turno quem seleciona e indica, por meio de voto eletrônico, é o internauta representando o júri popular. Nesta fase são selecionados os TOP100 (Cem Blogs em cada grupo e categoria que receberem o maior número de votos - vide o regulamento para detalhes).

Desta forma, gostaria de, mais uma vez, pedir o apoio de todos vocês votando no Desce Mais Uma! e também compartilhando e divulgando pelas redes e contatos.

Para votar:
- Clique na figura abaixo do concurso TopBlog 2012 (esta figura também estará disponível na barra direita do blog durante o período de votação);
- Será aberto o site do TopBlog para votar no Desce Mais Uma!;
- Na parte superior, realize seu voto pela melhor forma para você (podem ser usadas mais de uma forma de votação);
- Em seguida, siga as instruções de confirmação do voto e,
- Pronto, você ajudou o Desce Mais Uma!


Muito obrigado pelo apoio de todos vocês! Manterei todos atualizados no blog.

Abraços,

Rafael

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Alegrias

São ínfimos, por nossa atual natureza e condição, os verdadeiros momentos de diversão e alegria que salpicam nossas vidas. Não falo daqueles como os das crianças ou aqueles das conversas descontraídas nos corredores; mas os outros, aqueles entre pessoas que se permitem verdadeiramente, baixando dos dentes as armas e entregando-se aos desejos e vontades, inesperados e deliciosamente inusitados, reproduzindo-os, descomedidamente, então sim, como crianças até, não pela inocência, mas pela liberdade – cada vez mais rara no andar da vida.

Andar este que é convenientemente proposto sob uma arrogante forma de maturidade, esperada e cobrada, com a qual a tudo se justifica, a modelos pré-definidos se satisfaz e, por ignorância à vida ou por castidade própria – que dão no mesmo – se põe tudo a perder, estragando não apenas o momento – pois é isso o que é a alegria – mas também o brilho que ainda restara nos olhos de seus poucos e teimosos sujeitos ativos.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Tempos Sentidos

Houve tempos em que, com os sentimentos,
De tão considerados e encarnados no cotidiano humano,
Justificavam-se até mesmo as mortes matadas e as morridas.

Tempos em que as fraquezas
Se definiam pela ignorância e desleixo aos próprios sentimentos,
E as forças, méritos da vivência e da guerra pelos seus mais supérfluos sentimentos.

Hoje é tempo em que, os sentimentos em si,
Fagulhas primitivas da nossa natureza, quando muito, aprisionados no lar,
São a constatação, irrevogável, da fraqueza [própria] que, se considerados,
São rifados a preço de desdenhosas gargalhadas.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Dos Meus Quereres

Dos meus caminhos quero as pedras que lhe dão sentido,
Dos inimigos quero a distância, não a derrota que tanto aproximaria,
Do amor quero a mão à minha para juntos caminhar.

Das saudades quero as felizes,
Dos erros quero as soluções,
Da luz quero o lampejo.

Das cores quero a da cinza, fácil colorir e reviver,
Das dores quero as cicatrizes a me lembrar de seus porquês,
Das desistências quero as oportunidades outras.

Do caminho quero o meio, não o fim nem os cantos,
Das crianças quero os sorrisos, que tanto colorem a vida,
Pois a inocência quero a das flores, que não se perde ao amadurecer.

*          *          *

Este texto foi originalmente elaborado para o "II Concurso de Poesia Autores/SA", mas, infelizmente, não passou da primeira fase. Fica a dica deste concurso que está indo muito bem!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

O Roteiro está pronto... E agora?

Esse negócio de escrever é algo interessante, não pela escrita em si, mas pela criação. Como em todo processo de criação é necessária a inspiração. E inspiração é algo que vem sem avisar, de qualquer jeito, meio alucinada, e temos de aproveitar do jeito que der, porque é algo intermitente que costuma desaparecer...

Depois que escrevi minha Carta ao meu Eu-Passado e a Carta ao meu Eu-Futuro, acabei "revendo" a cena que elas compunham em minha mente e tive uma ideia de um roteiro de uma possível peça teatral. Entre os trancos e barrancos, entre outras iniciativas e outros bloqueios, noites em claro e dias turbulentos, acabei, na semana passada, meu primeiro roteiro de teatro: "Tempos Verbais". Sim, meu primeiro roteiro de teatro! Mas... Mas... E agora??

Bom... E agora é que venho pedir uma mãozinha! Tenho enviando este roteiro para alguns amigos, algumas indicações que recebi e para algumas Cias de Teatro que tenho encontrado. Então, peço a ajuda de vocês com alguma indicação de pessoas e companhias do meio ou qualquer dica que puderem me dar para que eu leve este roteiro adiante e, quem sabe, se torna uma peça de verdade!


Muito obrigado e abraços a todos!

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Como você acessa o Desce Mais Uma!?

Mais difícil que chegar a algum lugar é se manter nele. Ultimamente a quantidade de acessos ao "Desce Mais Uma!" tem caído vertiginosamente. São diversos os fatores que influenciam isso, mas acho que a necessidade de mudanças está sempre presente e deve ser considerada.

A fim de entender melhor algumas características dos acessos, convido-os a participar das três enquetes ao lado direito que me ajudarão a identificar as principais formas de acessos ao conteúdo deste blog e, assim, atuar para melhorar a divulgação e conteúdo do nosso Desce Mais Uma!.

Obrigado e abraços!

Rafael


quarta-feira, 9 de maio de 2012

Rubber Soul

Direto de Santa Gertrudes, para o mundo: Rubber Soul (se prepara Liverpool)!

Cover dos Beatles, a banda Rubber Soul tem origem na "terrinha" e está a todo vapor, cada vez mais estilizada e caracterizada, tocando com qualidade aquilo que tanto revolucionou e definiu (a indefinição?) do nosso Rock 'n Roll.

O vídeo a seguir é uma entrevista recente na qual a banda conta melhor um pouco de sua história. Dá para sentir um pouco do peso da coisa:



Seguem os links para quem quiser conhecer mais, ouvir mais, ver mais e entrar em contato:

Site oficial

Página no Facebook

Canal no YouTube

Abraços...


sexta-feira, 27 de abril de 2012

Asquerosas Caixas de Papelão

          Esta semana, meu amigo Tony me enviou a reportagem “Projeto pede fim da distribuição de caixas de papelão em supermercados de São Paulo”, publicada pelo UOL. Trata-se de um projeto que está tramitando na Câmara Municipal de São Paulo e que objetiva a proibição, sim, a proibição, do fornecimento de caixas de papelão, pelos supermercados, para acomodação dos produtos de seus consumidores.

          Bom, achei que a fantástica proibição das “Abomináveis Sacolinhas de Plástico” seria suficiente, mas a minha ingenuidade não me permite enxergar, antecipadamente, que nunca há limites! Agora a desculpa, lógico que esfarrapada, é que as caixas de papelão, então principais substitutas das sacolinhas plásticas, possuem maior quantidade de bactérias, fungos e outros micro-organismos do que as saudosas antecessoras.

          Bonita esta preocupação do legislativo para com a saúde e o bem-estar dos nossos concidadãos, não acham? Só que a minha ingenuidade sim tem limites. A verdade é que se instaura mais uma baboseira que convence a população de estar fazendo uma boa ação sob a fachada de melhorias para o meio-ambiente e bem-estar público cumprindo seu dever de cidadão, enquanto, nos bastidores, são discutidas e distribuídas as conveniências próprias daqueles ilustres senhores que só fazem encher os próprios bolsos acima de qualquer coisa e qualquer um.

          Ainda deixa claro que o “Procon-SP informou que o Código de Defesa do Consumidor não obriga a entrega de nenhuma alternativa sem custo para o consumidor levar suas compras”. Bom, se agora vamos nos basear única a exclusivamente na lei, estamos na roça, para não dizer outra coisa. Esta não é a mesma lei que permite ainda, com jeitinho, a cobrança dos valores das sacolinhas plásticas e que também permitirá a das caixas de papelão nos valores dos produtos por parte dos supermercados? A relação cliente-fornecedor que conhecíamos está cada vez mais perdida e baseada, por lei, única e exclusivamente na troca seca entre as partes com o benefício maior de uma sobre a outra. Havemos de lembrar também das maravilhas surreais de propostas de leis que nossos tão queridos e instruídos legisladores oferecem como fruto de uma recreativa e vazia masturbação cerebral (acho que agora achei o real foco de micro-organismos).

          Acho que já deu e já podemos acordar para as verdades em torno destas papagaiadas e agirmos de verdade para ajudar nosso meio-ambiente e nosso bem-estar comum. São várias as alternativas, várias as recomendações e pequenas as ações que fazem completamente a diferença.


          Um viva às prósperas indústrias de sacolas “ecológicas”!

          Dois vivas ao nosso brilhante legislativo que tanto nos acode!


Fonte: UOL - Projeto pede fim da distribuição de caixas de papelão em supermercados de São Paulo.

sábado, 21 de abril de 2012

"Dia da Terra" - Por Marcos Mairton

Nesta caminhada pelo mundo dos blogs, vamos conhecendo muita gente bacana que contribui com nosso trabalho e que faz trabalhos muito bacanas. Há muito tempo, encontrei o blog "Mundo Cordel" do, desde então amigo, Marcos Mairton, Juiz Federal e, acima de tudo, Cordelista. Marcos e eu sempre compartilhamos nossos trabalhos, pelos blogs e pelos correios, e sempre nos apoiamos e nos incentivamos. Esta postagem é um grande trabalho musical e visual (que eu não conhecia) do Marcos e que celebra o Dia da Terra. Sem mais delongas: aproveitem! Parabéns, Marcão!

*          *          *



22 de abril, Dia da Terra. Da nossa “Mãe Terra”

Chamar nosso Planeta de “Mãe Terra” pode ser uma adesão à Hipótese de Gaia, segundo a qual a Terra é um ser vivo.

Mas pode ser também uma metáfora. Uma forma de reconhecer o quanto ela é generosa e paciente com os filhos que gera, principalmente nós, os mais levados, cujas estrepolias põem em risco a nós mesmos e tantos outros seres vivos, nossos irmãos.

Isso mesmo: IRMÃOS. Porque reconhecer-se filho da “Mãe Terra” é permitir a si mesmo o sentimento da fraternidade não apenas por cada ser humano, mas também por cada animal, cada planta, cada fonte de água...

Em 1855, um índio disse ao presidente dos Estados Unidos: “Os gamos, os cavalos, a majestosa águia, todos são nossos irmãos...”. Mais de meio século antes, na cidade de Assis, um jovem chamado Francisco fazia louvores a Deus pela “nossa mãe, a Terra, que nos sustenta e nos governa, e dá tantos frutos e coloridas flores, e também as ervas”.

No “Dia da Terra”, é um prazer cantar para o Planeta maravilhoso, que, com verdadeiro amor de mãe, nos alimenta, abriga e acolhe carinhosamente...



Voar,

Cruzar teu céu e sobrevoar teu mar

De leve de tocar

E então mergulhar!

Correr,

Pelos teus campos à luz do alvorecer.

Quero te conhecer

E sentir o prazer...

De viver,

Ó, Mãe Terra,

A vida inteira assim.

Pois bem se que sou parte de ti

E tu és parte de mim!


Faça o download gratuito da canção.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Fim

Uma grande e intensa poesia do meu grande amigo Chacon.

*         *         *

Hoje busco em mim
O dique que represa minhas lágrimas
Quero rompê-lo
E inundar minha cidade de tristeza

Pois estou farto desse tempo que não há
Para viver e ver o que a vida tem pra dar
Pois se for a vida só urgência, tensão e destempero
Não haverá então mais tempo de gozar, um tempo

Se me passarem mais dois dias como vento
Se os meus dias se forem só de obrigações
Muito obrigado, direi eu à minha vida
Foda-se vida, compromissos e paixões

Quero uma praia, qualquer praia do Brasil
Em que um mar sem fim um fim enfim me ofereça
Pois se no sal de minhas lágrimas não vou me afogar
Que eu me afogue então, feliz, no sal do mar.


Por Chacon

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Regras das Vidas - Participe!

A quantidade de eventos e momentos que realmente marcam as nossas vidas é diretamente proporcional à intensidade em que vivemos. Positivos ou negativos, estes momentos, se bem observados, nos deixam alguma lição e que passamos a utilizar como regras a serem consideradas pelo resto dos nossos caminhos. Daí vem a grande sabedoria das pessoas, variando pela forma e intensidade como encaram a vida.

Convido a todos a participar desta postagem coletiva, compartilhando algumas destas regras próprias e que agora fazem parte da vida de cada um. Enviem para o meu e-mail (está no meu perfil aqui do lado direito do blog), ou por comentários, e vou incluindo-as nesta postagem.
Fiquem à vontade em enviar também informações de contato para divulgação (endereço de blog, página pessoal, endereço de twitter e afins) ou simplesmente em solicitar anonimato.

Participem!

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"Vacile um só instante e verás como és tão fácil e cruelmente aniquilado."
Rafael Castellar das Neves


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"Cuidar de si é cuidar do próximo."
"Existe poesia até numa pedra."
"Quem tem mesmo razão não a fica procurando o tempo todo em todo lugar"
Amigo Anônimo 1


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O indivíduo realmente se salva se cultivarmos o que ele tem de melhor. A árvore nasce, as flores desabrocham e os frutos crescem, gerando novas sementes que se espalham e continuam a germinar, continuando o ciclo. Desse jeito, o que é ruim e negativo fica tão pequeno, que quase não o percebemos, tamanha é a força da nova vida que se anuncia!!
Léo Monçores


*        *        *

"Nosso coração não é como um prato, que pode ser lavado, enxugado e posto no armário, à espera da ocasião para ser usado. Nosso coração é antes como a terra do jardim, que, depois de limpa, deve ser adubada e ocupada com a grama ou as roseiras, pois a terra ociosa é rapidamente tomada pelo mato"
Marcos Mairton - Mundo Cordel




quarta-feira, 28 de março de 2012

O Bem-Te-Vi Manco

          Quando eu era pequeno, estava passando pela praça perto de casa, em Santa Gertrudes, e percebi algo voando meio desengonçado por entre as plantas. Fiquei curioso e fui atrás para ver o que era. Vai daqui, vai dali, e eis que sai um bem-te-vi. Ele ficou parado por alguns instantes olhando para mim com olhos vidrados. Não entendi bem porque ele ficou tão parado e resolvi dar uma olhada mais de perto. Ele se debateu, atrapalhado, num nem voar, nem saltar. Estava manco! Foi quando percebi que uma das pernas estava completamente dependurada, presa apenas por uma tira de pele. Sem pestanejar, mas com jeito, consegui pegá-lo e o levei para casa.
          Meu pai sempre criou canários e vez ou outra o via realizando procedimentos, digamos, veterinários. Entreguei o coitado para meu pai pensando que ele poderia “colar” novamente a perna do pobre coitado. Não teve jeito. Após exames minuciosos, veio o diagnóstico: teremos de amputá-la! Fiquei um bocado chocado, pois só pensava em qual seria o jeito que meu pai daria para “colar” a tal da perna do bem-te-vi. Em momento algum pensei numa amputação. Mas, sem quase eu perceber, meu pai cortou o que restava da pele. Eu me retorci, ele fez um curativo simples no que restou da perna e colocou o bem-te-vi em uma gaiola com comida e água à vontade, se virou para mim e disse para o deixarmos sozinho, me explicando que ele melhoraria.
          Os dias seguintes eu passei ansioso. Visitava o bem-te-vi antes da escola, depois da escola, durante as tardes, no começo da noite, e antes de dormir. Sempre tentava me certificar de que o curativo havia sido feito, de que ele estava se alimento e bebendo água, de que estava se equilibrando bem e de que seu olhar estava menos penoso.
          Mas os tais dias seguintes foram poucos e rápidos. No último deles, meu pai me chamou e disse: Ele já está bom, vamos soltá-lo!
          Fiquei sem reação. Por mais que soubesse que um dia iríamos soltá-lo, não esperava que fosse naquele, ou talvez, de alguma forma, em algum lugar, acreditava que nunca iríamos soltá-lo, que ele seria meu, que eu poderia cuidar dele pelo tempo que durássemos. Mas nada fiz, nada disse, apenas acompanhei meu pai até o quintal que colocou a gaiola em uma mureta, abriu a portinha, pegou o bem-te-vi, tirou-o da gaiola e abriu a mão.
          Não me lembro para qual lado ele foi, mas lembro de que ele saiu voando imediatamente, entusiasmado como se nunca tivesse se machucado. Voou sem olhar para trás, sem agradecer e logo desapareceu. Não cheguei a ficar triste, foi tudo muito rápido e eu estava um tanto atrapalhado com tudo; mas senti uma sensação boa, uma sensação de ter feito algo certo, de ter ajudado, de ter cumprido um papel importante na vida daquele bem-te-vi, o meu bem-te-vi manco.
          Nunca soube o que aconteceu com ele, nem haveria como. Mas desejei e, acima de tudo, acreditei que ele tivesse ficado bem. Mas, ainda mais acima de tudo, aquele dia me mostra hoje que a vida segue, que cada um segue, que todos seguem e que tudo passa. Aquele dia me mostra hoje que havemos de viver saboreando o que pudermos de bom de tudo o que passamos, havemos de sorrir mesmo que tímidos ou entre lágrimas, havemos de voar por nossos sonhos e por nossas ternas lembranças, havemos de fazer valer a pena. Aquele dia me mostra hoje que foi o meu bem-te-vi manco que teve um papel importante na minha vida e me ensinou a não ser mais o cativo do tal do Bilac.

*         *         *

Já que citei, fica a dica da poesia "Pássaro Cativo" do Olavo Bilac.

terça-feira, 20 de março de 2012

Vela Velha

Em um canto escuro,
Sozinha e inconformada,
Agoniza em seus últimos relutantes flamejos,
A se esquivar do repouso final em um fundo qualquer,
Irreconhecível e flácida, aquela que foi um dia uma vela formosa,
Que provocara sorrisos e conforto ao ser acesa,
A espantar, vívida, a escuridão daqueles que a cercaram, um dia.


quinta-feira, 15 de março de 2012

Culturando (Sessão Remember)

Há um pouco mais de dois anos, participei do programa "Culturando" da Odila Góes, na Rádio Cidade de Santa Gertrudes (minha terra). A Odila é uma das mães da minha tão memorável turma de grandes amigos da minha infância e que, ao encontrar meu trabalho, me permitiu este grande momento. Este foi um grande momento para mim, um momento que levarei para meu sempre com muita alegria; um retorno, uma nova apresentação de um "eu" diferente às minhas próprias raízes.

E é por isso (e um pouco mais), que proponho novamente esta postagem. Vale a pena ver, ler e ouvir de novo! [E também rir de mim gaguejando nervoso..rs]

Culturando em Santa Gertrudes: Presente de Aniversário! (é só clicar!)


Abraços a todos!

terça-feira, 6 de março de 2012

Existe...

Em um momento de inspiração, de forma repentina e espontânea, minha tia Cristina criou este texto e me enviou. Não dá para ficar na gaveta!

*          *         *

Existe mal e bem nesse mundo, mas a escolha depende de cada um de nós.
Existe o sol e existe a lua, cada um a iluminar seu período, alguns preferem a claridade, mas outros a escuridão.
Existe a trindade em cada um de nós, se pensarmos em mente, corpo e alma, mas nós somos apenas um.
Existe um risco para cada uma de nossas ações, o resultado pode ser bom, mas também pode ser desastroso.
Existe um legado repleto de boas intenções, mas essas podem se tornar pesarosas.
Existe um grande número de pessoas aniquilando seres inocentes com apenas palavras, mas que depois de proferidas vão desempenhar sua função.
Existe a água que cura e que mata a sede, mas essa mesma água é capaz de destruir um metal.
Existem aqueles que julgam, mas condenam, sem sequer darem uma chance de defesa às vítimas.
Existem aqueles que conspiram e humilham sem pudor, mas a natureza se encarregará do retorno.
Existem juramentos e alianças que são feitos, mas que por ignorância se perdem no além.
Existe uma vida após a morte, mas algumas pessoas preferem morrer já em vida.
Existem seres que precisam evoluir, mas já reina aqui na terra os seres imortais.
Existem bruxas e fadas, mas precisamos descobrir quem é quem.
Existe amor suficiente nesse mundo, mas muitos preferem o ódio.
Existe uma infinidade de perguntas a serem respondidas, mas existe apenas uma resposta que revela tudo:
Evolução!

Por Cris Castellar.

*          *         *

Aproveitando, tem nova contribuição minha no Livro e Afins, confiram "A Profecia de Orwell".

segunda-feira, 5 de março de 2012

Resultado do Sorteio do "Desce Mais Uma! - Primeria Rodada" no "Livros e Afins"

Pessoal, já saiu o resultado do sorteio

Confiram a lista dos sortudos: http://sorteie.me/fb/a8C

Parabéns aos vencedores (já enviei mensagens a vocês para envio do livro)!!

E obrigado a todos que participaram se inscrevendo e/ou divulgando aos amigos!

Grande abraço a todos!!


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Sorteio do "Desce Mais Uma! - Primeria Rodada" no "Livros e Afins"

Pessoal,

Em parceria com o blog Livros e Afins, do Alessandro Martins, sortearemos, no dia 05 de março, dez exemplares do meu livro “Desce Mais Uma! – Primeira Rodada”. Acessem o link abaixo e participem, apoiem, divulguem e ganhem:


Sorteio de 10 Exemplares do "Desce Mais Uma! - Primeira Rodada"


Boa-sorte!!

Ah, aproveitem também para ler meu novo texto no Livros e Afins: "25 Anos Sem Andy Warhol".

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Vaga-lumes

Surgiram-me, às sombras de um grande jardim,
Numa fresca noite na montanha,
Distante de mim, com a cabeça a esvaziar,
Coração a desacelerar
E meu amor a me acompanhar, vaga-lumes!

Inesperados, por de mim extintos,
Piscando em descompasso,
Multiplicando-se, fantasiando o todo,
Brincando de esconder-se do meu ver.

Enfeitaram o jardim,
Inebriaram minha mente,
Pacificaram meu coração,
Como há muito não havia.

Tantas foram as lembranças,
Não as lembradas, mas as sentidas,
Do tempo em que ainda havia,
Que, por um instante, um piscar talvez, senti-me novamente o menino,
Não aquele que nunca deixei de ser, mas aquele que deixei de sentir.

Apenas vaga-lumes,
Tilintando por minhas sombras, como há muito não via,
Como há muito não havia,
Lumes, vagando, por aqui, por ali...

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Agora Também no "Livros e Afins"

Quando eu ainda pensava em criar ou não este blog, naveguei pela internet em busca de informações e abordei alguns blogueiros em busca de opiniões e dicas. Neste caminho, encontrei o Alessandro Martins, do blog Livros e Afins, que me deu uma grande força para criação deste blog, como vocês podem ver na primeira postagem do Desce Mais Uma!.

Hoje é um grande dia, pois foi publicado meu primeiro texto no Livros e Afins, do qual agora sou também um colaborador!!

E com muita alegria e satisfação, convido a todos a visitarem e a conhecerem o Livros e Afins, que é um blog de grande referência e abrangência na comunidade literária na internet e a acompanharem comigo a minha primeira publicação:

O Primeiro Livro

Agradeço muito ao Alessandro pela grande oportunidade e confiança, sempre apoiando e incentivando o meu trabalho.

Obrigado e Abraços a todos...


terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Sozinha

Naquele sábado à noite,
Ela enviou alguns e-mails,
Comentou algumas postagens,
Publicou alguns pensamentos,
Mas não teve respostas...

Aborrecida por encontrar-se sozinha,
Desconectou-se,
Tomou um gole d’água,
Trocou as roupas,
Sentou-se à cama a ler um livro.

Decepcionada, interrompeu a leitura,
Deitou-se por completo,
Acomodou-se e chorou debaixo das cobertas,
Pois não mais se encontrou: estava sozinha de si.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Abomináveis Sacolinhas de Plástico

Sou do tempo dos sacos de papel e das caixas de papelão, e me lembro quando foram anunciadas as sacolas de plástico como sendo as grandes soluções para embalar e acondicionar as compras na boca do caixa dos supermercados, pela praticidade e pela possibilidade de reciclagem. Hoje, em São Paulo, as “grandes redes de supermercados” deixaram de distribuir estas sacolas plásticas, conforme anunciado há algum tempo. Pela manhã, presenciei algumas confusões e reclamações, inevitáveis com este tipo de mudança imposta. Mas como sempre, vamos nos adaptar. É tudo apenas uma questão de tempo.
Mas enquanto isso não acontece, mantém-se minha irritação com esta conversinha sobre as tais sacolas de plástico! Entendo e não desconsidero os problemas que o uso destas sacolas podem trazer ao nosso planeta; mas não a forma como tudo isto é tratado e colocado. Se estão os supermercados realmente preocupados com os danos causados ao planeta pelas sacolas de plástico, por que simplesmente não as banem de suas lojas? Por que não descontam dos produtos os valores a eles já atribuídos pelo fornecimento destas sacolas? Não! Ao invés disso, continuam as faturando sobre nós e, o que não é difícil de compreender, passam a comercializá-las, novamente! Isso resolve alguma coisa, que não para os próprios números?
A questão toda é que, via de regra, ninguém sai arremessando sacolas plásticas pela janela do carro, ou por cima do muro da casa ou as enfiando na descarga. Ainda via de regra, estas sacolas passam a ser usadas também para embalar lixo e são entregues aos serviços de limpeza pública que, também já pagos, se encarregam, ou deveriam, do restante do processo sem prejudicar a natureza. Ainda, vejamos bem, ainda precisamos comprar sacolas de lixo para acondicionar e despachar todo o lixo de nossas casas, de nossos condomínios e, adivinhem? São de plástico!
Existem diversas maneiras saudáveis, práticas e de leves impactos para cuidar da nossa natureza, de frear o ritmo alucinado em que nosso planeta é poluído e condenado. Podemos separar o lixo para reciclagem já dentro das nossas casas, podemos usar combustíveis alternativos, podemos fazer muitas outras coisas que já devíamos fazer há muito tempo. Mas, por favor, vender sacolinhas plásticas duas vezes causando um clima hipócrita de “oba, estou ajudando a natureza!”, já é um pouco demais!
Deixemos sim de prejudicar o planeta, façamos mais do que estamos fazendo, não deixemos de procurar cada vez mais alternativas; mas, acima de tudo, tenhamos atenção e vejamos realmente o que e quem é que estão sendo realmente ajudados.

Vamos que vamos...(de cara nova!)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

"Patos" está no forno... E crescendo!

No fim do ano, muito empolgado, fiz aqui o anúncio sobre o lançamento do meu livro "Patos". E, conforme prometido, venho atualizá-los sobre a evolução deste processo.

A Editora Novitas já começou os anúncios de seus lançamentos para o primeiro trimestre de 2012, dentre os quais, "Patos" está incluído! Vejam o anúncio "Prepare-se para 2012":


Quem puder dar uma força compartilhando e divulgando estas notícias, me ajudará muito e ficarei muito agradecido!

Um grande abraço a todos e obrigado por sempre me acompanharem...

Rafael

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Estúpida Essência

Envolvido pela prepotente certeza de uma autoatribuída perfeição própria, que o libertara de qualquer necessidade de compreensão alheia e o fundamenta em uma indubitável verdade de si, garantida sobre quaisquer outras contraversões, ele pôs abaixo todos os que lhe cercavam, não pelo acaso ou conveniência, mas pela exacerbação de si ao exigir o que não lhe era de direito: a perfeição alheia, de acordo com seus próprios padrões.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Véspera de Natal

Cercados por imponentes muros estilizados,
Enfeitavam os largos jardins floreados,
Acompanhados de sombrosas árvores volumosas,
Os casarões encantadores que margeavam meu caminho naquela manhã.

À luz vermelha, parei.
Tomaram-me os deliciosos aromas dos alegres preparativos natalinos
Que, então, naquela manhã, anunciavam o tão esperado banquete.

À esquerda, na esquina, ele, de cabelos desgrenhados,
Metido apenas numa calça de uma só perna,
Mergulhava seus pés, um após o outro,
No pouco de água suja represada à sarjeta.

Postando-se por completo n’água, purificou-se,
Com mãos penitentes, olhar envergonhado para os céus,
E, por mais um dia, talvez sem sabê-lo ao certo,
Fez o Sinal da Cruz!