domingo, 27 de setembro de 2015

Pare... Respire... Pense

Está muito rápido,
O tempo é curto,
O tempo é dinheiro,
E é o dinheiro quem faz o tempo.

A família pesa,
A esposa impacienta,
Os filhos aborrecem,
O amor é abstrato, [coisa de livros]

As buzinas excretam os insultos e humilhações entalados nas goelas,
Os motores esturram as frustrações de ratos escondidos por de trás dos volantes.
Não há direitos, há privilégios [...] à singular primeira pessoa,
Às demais: deveres!

Mataram os sorrisos,
Sufocaram bons-dias, boas-noites... Boas-tardes?
Enforcaram as gentilezas,
Engoliram os por favores,
Decompuseram os obrigados.

Transbordam os nãos!

Sonham mediocridades,
Mínguam os sonhos,
Pluralizam as cardiopatias.
Saúdam as desgraças,
Enxotam os sentimentos,

Atropelam os pedestres, as esposas e os filhos,
Aos pais não se dão notícias, eles hão de compreender![?]

Está muito rápido, mas não o suficiente: aceleram!
Não adianta frear, pois empurram.
Aceleram, mais e mais, de novo, sem saber aonde chegar.

Faltam a mão que levanta,
O ombro que escora,
E o ouvido que afaga.

Atrofiaram as vidas.

Não vivem, apenas existem: zumbis!
Amargos,
Imediatos,
Insuficientes,
Insatisfeitos,
Tristes sem saber que o são,
Falsos para consigo mesmos.

[...] Quem?

Pense!