suspende o calor ao ar os restos do outro:
aromas indigestos, podridão adocicada,
restos e expurgos de outros bichos, de outras vidas.
O novo denuncia o morto,
toma-lhe as sombras,
revela os atrasados que rastejam
azedos, lambuzados e mutilados,
para os buracos de onde saíram.
Vêm-se os novos,
tão iguais e tão piores
desviando passos e olhares,
pensamentos e suspiros,
derramando asco e descaso.
Vão-se os outros,
fervilha o mundo novo,
sorrisos e cores o cobrem,
bolsos e barrigas se empanturram,
egoísmo e arrogância o inundam.
Mal anuncia a noite o outro mundo,
vão-se às pressas estes novos,
a fugir daqueles velhos
que saem inflamados e sedentos [novamente]
pelos restos sujos e migalhas azedas
que lhes sobram destes vários mundos.