terça-feira, 28 de setembro de 2010

Deliciosamente Enfeitiçado

Foi num quase de repente pleno de sem querer
Que, de uma quase memória, você renasceu, como nunca antes, diante de mim,
Contrariando meus injustamente fundamentados preceitos,
Sem um nada a pedir ou a oferecer; apenas num aberto e desprendido ser.

E quando eu, curioso e descuidado, cometi meu primeiro vacilo moleque,
Você, ousada, invadiu meu oculto mundo há muito proibido, particular de um só dono,
A tudo envenenando e impregnando com seu cheiro e seu tocar,
Pondo abaixo, com seu olhar e seu sorrir, todas as muralhas e defesas,
Tomando parte de todo este meu todo, que nem por direito nem por oferenda lhe pertencia.

Agora, feiticeira invasora, faço justiça!
Por seus atos e possessão, lhe condeno:
À minha onipresença em seus momentos e pensamentos;
Ao meu repugnante e pueril envelhecer;
Às minhas dores e prantos;
À minha insaciável querência de seu inebriante cheiro e entorpecente toque;
À minha insuprível abstinência de você;
Ao meu eterno buscar dos seus olhares e sorrisos;
Às minhas estridentes e alucinadas gargalhadas por seu haver;
Aos meus opressores e descontrolados cuidados dedicados, incondicionalmente, ao seu estar;
Às minhas rabugentas enfermidades;
Às estúpidas deformidades riscadas da minha bula;
Aos meus involuntários sorrisos aflorados ao lhe notar em meu amanhecer;
Aos meus desmedidos esforços em ao seu lado estar, a saborear o seu todo – que seja a mínima açucarada gota.

E que lhe caia dos céus esta insuficiente penitência,
Vitalícia pelos restos dos dias em que insistir em me manter sob este seu feitiço de você,
Sem alforria concedida ou descanso merecido.
Que assim seja!


quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Carta ao meu Eu-Futuro

Caro Eu-Futuro,

          É quase que incontrolável o desejo de saber como lhe vão as coisas, mas sei que não as me dirá, sei também que é por zelo que não o fará, jamais por desconsideração ou rancor, pois isso, ao menos nós para conosco, não devemos.

          Mas antes que comigo se irrite ou me maldiga, peço que se atente com um pouco de esforço, pois é apenas sobre coisas da nossa vida, que talvez já saiba, e que julgo importantes de serem mantidas na mente, ou ao menos relembradas, que lhe escrevo. Talvez lhe pareça que são de justificações daquilo que lhe causarei que lhe falo, mas não entenda assim, pois, em muitos dos casos, não todos, nem ainda o sei.

          Talvez não seja todo o possível para melhorar as coisas que eu tenha feito, mas é o todo que, neste momento, consigo entender como necessário. Quis eu ser seu herói salvador, estar daqui fazendo para você como para o filho faz o dedicado pai cuidadoso. Mas é justamente quando olho para o que fomos que entendo que não é bem assim que as coisas se desenrolam. Algumas coisas melhoram, outras pioram e estagnam-se outras. Há erros que aprendemos a evitar, outros que insistimos em cometer – com diferentes intensidades, é bem verdade – e outros novos que a nós teimam a surgir e a aterrorizar. Já não sei se é com conformação ou simples aceitação que os recebo, mas sei que nada disso foi o que para nós previ e busquei. Confesso que melhor já é do que tivemos, sem querer por baixo nivelar ou a mim justificar – já o fazendo.

          Assim sendo, é com todo remorso do fracasso e o aperto angustiante da esperança de boas-novas, que lhe despejo minhas falhas, lhe condeno com meus erros, lhe amaldiçoo com meus fantasmas, lhe coroo com a responsabilidade da nossa continuidade e, acima de tudo, lhe tanjo com minhas alegrias, das quais, imploro, nunca venha a se esquecer.

          Não se esqueça, também, do que somos e do que fomos. Ponha-se sempre a olhar para trás, para o meu hoje, para que possa adiante sempre caminhar, como hoje o faço eu, por nós!


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Carta ao meu Eu-Passado

Caro Eu-Passado,

          Não é por falta de interesse e nem por descaso que não pergunto como lhe vão as coisas, mas por muito bem já as saber. Sei também que, por se encontrar em profunda perdição de si, incrédulo de tudo e todos que passam a lhe rondar, inclusive de si mesmo, muito lhe custa a esta carta ler, mas é por ela que lhe trago boas-novas!

          Digo-lhe que por aqui as coisas muito têm melhorado, que muitas das nossas dúvidas e dificuldades têm, desde então, se resolvido e novos rumos tomado, diferentes dos que aí está a pensar. Por incrível que possa lhe parecer, e sei que muito lhe parecerá, nossa vida tornou-se novamente iluminada e, de uma forma nova e curiosa, saborosa. Os amanheceres não são mais torturantes e temidos, mas confortáveis e amenos, alguns até muito prazerosos. Os dias têm passado com fluidez e tranquilidade – desprezemos, contudo, aqueles inevitáveis aborrecimentos da vivência coletiva. As noites continuam a serem impacientemente aguardadas, mas não mais pelo refúgio concedido e sim pelo divertimento ou pelo simples relaxamento do lar, nelas sempre contidos. E são as madrugadas que mais me prazem, pois agora, ou nelas chegamos ou por elas passamos descuidados num profundo desmaio regenerador, que sei que há muito não tem.

          Confesso que os fantasmas ainda assombram, mas não com a tempestuosidade e vivacidade que você tão bem conhece, mas cá estão e isso não posso e nem devo lhe negar. Mas também confesso que não é de todo mal que, vez ou outra, ainda apareçam. É preciso que algo nos lembre do que fomos e pelo que passamos – e isso eles fazem muito bem, bem até demais, lhe confidencio –, pois o esquecimento é fácil e a ansiedade e a espontaneidade de reviver cegam e ensurdecem. Devemos nos lembrar, eu e você, ao menos assim podemos nos postar matreiros diante do que está por vir, mas sem perder a doçura de viver. E estas são as lembranças que me fizeram perceber que eu, justamente eu, também havia me esquecido de você.

          Enfim, lhe escrevo para contar que por aqui os dias estão mais claros, as cores mais vivas e paira a vontade de viver; por isso, aguente firme, ele dependerá de nós. E lembre-se: você não está sozinho, quando as coisas apertarem, olhe para dentro de si e me verá!

domingo, 5 de setembro de 2010

1º Fest Clip


O Ateliê PÉ VERMELHO, em parceria com CHIP Eventos, realizará em Santa Gertrudes no Reppertório Bar, nos dias 17 e 18 de setembro de 2010, o primeiro Fest Clip, festival que tem por objetivo divulgar os trabalhos de bandas independentes de todo o país, através das produções audiovisuais, abrindo espaço para exibição e premiação das mesmas, além de fomentar a produção de videoclipes na região de Santa Gertrudes. Os videoclipes de realizadores de todo o Brasil serão exibidos em programação definida, amplamente divulgada e aberta ao público.

O meu vídeo Inconsistências foi inscrito e selecionado para participar do Fest Clip!! Para quem ainda não viu:



Mais detalhes sobre o festival e afins estão disponíveis no blog do Ateliê PÉ VERMELHO.

Dedos cruzados e abraços a todos...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Não sabe em quem votar? Vote no Desce Mais Uma!

Olás!!

Como teimosia não é o que me falta, continuo a luta para divulgação do Desce Mais Uma! e desse meu trabalho. Desta vez, o Desce Mais Uma! está concorrendo a dois prêmios na internet e que podem ajudar – e muito – nesta divulgação. Mas como a minha teimosia não é a única coisa que conta, peço a ajuda de vocês votando no Desce Mais Uma! nestes concursos:

TopBlog 2010: Top Blog Prêmio é um sistema interativo de incentivo cultural destinado a reconhecer e premiar, mediante a votação popular e acadêmica (Júri acadêmico) os Blogs Brasileiros mais populares, que possuam a maior parte de seu conteúdo focado para o público brasileiro, com melhor apresentação técnica específica a cada grupo (Pessoal, Profissional e Corporativo) e categorias.
Para votar, bastar clicar no selo abaixo, preencher nome e e-mail. Um e-mail será enviado com o link para a efetivação do voto.



2º Prêmio Blog Books: Apresentado pela editora Singular Digital e pelo Universo do Autor, o 2º Prêmio Blogbooks tem como objetivo transformar os melhores blogs do Brasil em livro. Nesta primeira fase do concurso, todos os inscritos participam e o público vota clicando em selos no próprio blog. Na segunda fase, os 10 blogs mais votados pelo público em cada categoria serão avaliados por uma comissão, e um blog de cada categoria será escolhido para virar livro.
Para votar, basta clicar no selo abaixo, preencher o código de confirmação na página que será aberta e confirmar.



Ambos os selos estarão disponíveis ali na barra lateral direita durante o período de validade do concurso, para quem quiser votar novamente. Se puderem também indicar para a mamãe, para o papai, para o irmãozinho, para o amiguinho, para o vizinho, para a vovó, enfim, para quem puder, ajudarão muito!

Muuuuito obrigado por mais essa ajuda!!

Abraços...