À janela de casa
Entre tragos e baforadas
Garras pegajosas e afiadas
Tomam-me delicadamente pelos ombros.
Suspenso em um vôo calmo
Sobre a cidade com luzes a cintilar
Traçando um corpo instável e colorido
Emaranhado por veias entupidas pela euforia.
As formas se misturam, as luzes se sobrepõem,
E o meu demônio me revela o que os olhos evitam:
Uma prostituta que volta satisfeita,
Outra que rasteja roubada e violada.
Uma velha vasculha o lixo
Sentada à sarjeta, pútrida.
Outra, com pilhas de lixos e entulhos,
Divide o quarto em um cortiço escuro.
Num apartamento sujo de luz fraca,
Em uma orgia violenta e insaciável,
Garotos ricos se lambuzam com um travesti,
Antes de voltar aos seus lençóis limpos e cheirosos.
Entre becos, taças, esquinas, caviar,
Paria o ébrio, torpor, sujeira, doenças,
Indiferença, mentira, violência, intransigência;
E vagam zumbis condenados à existência infernal!
Em uma janela, atenta-me o demônio,
Há mais um, não apenas um,
Sujo como todos, mais podre que vários,
Entre tragos e baforadas, defumado!
Olá Poeta! Vim de visitar de pronto!! Muito legal teus escritos!
ResponderExcluirparabéns sempre e continue sempre!!
Beijos Luz!
RosanAzul
adorei teu blog, meus parabéns e um fraterno abraço Marcos
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