Semanalmente, o 
Alessandro Martins tem nos presenteado com suas provocadoras e inspiradoras cartas que abordam de maneira natural, direta e até divertida, diversos temas cotidianos, uns bastante discutidos, outros muito escondidos... 
Sem muito, gostaria de apresentar-lhes este trabalho e convidá-los a "receber" as cartas do Alessandro e até, quem sabe, participar do grupo secreto!!
A carta toda pode ser lida 
aqui. A seguir, uma degustação. No fim estão informações para receber as cartas...
[...]
 
Estava no carro com uma amiga, 
recentemente e ela observou que eu tinha levado uma fechada. Eu nem 
tinha notado. Intuitivamente eu já tinha reduzido a velocidade para 
permitir que o outro entrasse na minha frente como se aquela fosse uma 
manobra normal. Nem eu e provavelmente, nem ele, percebemos o risco 
pois, graças a uma postura não agressiva e sim instintivamente 
defensiva, não houve risco algum. 
Ainda fico irritado com quem muda de 
pista sem dar sinal (quanto mais com quem faz conversões desse modo). 
Antigamente, chegava ao ponto de ultrapassar o sujeito e mudar de pista 
na frente dele, dando seta, só para mostrar como é que se faz. Mas hoje 
nem isso. 
De vez em quando, xingo barbeiragens 
quando as vejo, mas mais por diversão, para rir desse comportamento 
mesmo, do que por estar irritado de verdade. 
Ainda fico bastante contrariado quando 
alguém visivelmente errado me cobra a sua razão. Mas tenho tentado usar a
 estratégia da minha amiga Claudia Regina: se o cara está acima da 
velocidade, talvez ele realmente tenha um bom motivo para a pressa; se 
ele me fechou, talvez esteja abalado com um algum problema muito sério; 
se me xingou, está com problemas nos nervos.
Mas isso é um problema sério também: no
 futuro, daqui a uns mil anos falta de empatia será tratada como uma 
moléstia da saúde. Todos têm motivos para seus erros. Inclusive eu ou 
você. Não cabe a nós julgar, mas aceitar que essas coisas existem e nos 
precaver. Perder a gentileza para com os outros e consigo mesmo é 
desperdício de energia e uma agressão.
É responsabilidade daquele que é mais consciente cuidar daquele que é ou, por força das circunstâncias, está menos consciente.
E, por isso, ele deve agir com 
gentileza e até cautela, observando o mínimo detalhe de seus atos, até a
 forma como está respirando, pois a respiração tem a ver com as emoções,
 boas e más.
Já, em casa, porque aqueles com quem 
temos intimidade são os mesmos com quem nos sentimos à vontade para, de 
vez em quando, mostrar nossas piores partes, também temos grandes 
dificuldades. E justamente esses deveriam ser aqueles que recebem de nós
 apenas o melhor que temos.
Mas isso fica para outra carta, pois esta já se alonga.
Sugira mais temas
Existem muitos outros temas ali no post.
 Vou deixar ele por ali para receber mais sugestões de assuntos. Os que 
ainda não abordei, abordarei. Tentarei fazer pela ordem, a não ser que 
exista algum sobre o qual eu não saiba, não possa ou não queira falar. 
Crônica da semana
Às vezes, como hoje, acho que escrevo 
de uma maneira superficial, simples até. Mas fazer o quê? É como eu 
penso. O pensamento de uma pessoa comum, com dias comuns, numa rua comum
 de uma cidade comum. Ainda que minha vida tenha algumas peculiaridades e
 eu veja algumas coisas de um modo diferente, acredito que em 99% das 
vezes minhas experiências e minhas reações a elas não diferem das de 
ninguém no planeta.
Assim, sempre que possível e sempre que
 eu achar necessário compartilharei uma crônica minha que são o 1% em 
que faço questão de ver o mundo de uma maneira única (ainda que, admito,
 nem tanto).
[...] 
O escritor merece ser pago. Sim. Merece. 
Se você acha que meu trabalho merece ser pago de alguma forma: 
Quero agradecer, em especial, àquelas 
pessoas leitoras de minhas cartas que, não podendo pagar via internet 
ainda se dão ao trabalho de ir até o banco, debaixo de sol, para fazer 
um depósito em minha conta. 
Todos que me leem me incentivam
 a continuar a escrever, mas certamente os pagantes são os que 
efetivamente garantem que isso continue acontecendo. Obrigado.
Leia as cartas antigas 
Últimas palavras
Frase da semana: "Onde vemos as cruzes do ebola, tenha a certeza de que há os que veem cifrões." 
Nome de cachorro: Gangrena.