domingo, 20 de dezembro de 2015

Pra Fechar o Ano com Chave de Ouro

E para fechar o ano com chave de ouro, uma grande homenagem dos companheiros da Bookstart pelo sucesso que foi a campanha Nanodicionário. E eu compartilho essa alegria com todos vocês que são os responsáveis por esta conquista!

Obrigado a todos os amigos que confiaram, apoiaram e indicaram!

Desejo a todos um ótimo Natal e muita força, paciência e sabedoria para este Ano que já começa recheado de desafios!

Abraços!!

domingo, 18 de outubro de 2015

O Providencial Roubo do Casarão

Mourão Rachado era uma cidadezinha encravada entre os morros da serra do Macaco Alegre. Pelo tamanho estava mais para um vilarejo, mas já possuía as características legais necessárias para ser formalmente um município. Como toda cidadezinha, tinha muitas características peculiares e tradições questionáveis que pairam sobre a região e dificilmente se dissipam no tempo, ainda mais em Mourão Rachado que pelo difícil acesso parecia ter parado no tempo, preservado por uma cúpula invisível que nada deixava entrar e pouco permitia sair.

Todas as cidades, em qualquer época, sempre estiveram sujeitas aos ladrões, malandros, golpistas e toda sorte de criminosos: frutos da natureza humana temperados por dificuldades ou falta de vontades. Em Mourão Rachado havia um destes que misturava um pouco de tudo: Tião Ladrão! Tião ele se chamava por culpa da tia que o criou que insistia em chamá-lo assim e não pelo verdadeiro nome de batismo dado por seu irmão, a mãe de Tião. Ladrão vinha do seu ofício na cidade. Assim como Zé Padeiro, Jão Sapateiro, Juca Barbeiro, havia Tião Ladrão.

Apesar de andar na criminalidade, Tião não tinha o mal encrustado em seu coração, mas tinha aversão ao trabalho duro e suado, preferia tomar dos outros uma parte para que pudesse se manter alimentado, ébrio e no colo de quengas. Os cidadãos suportavam Tião, o delegado mantinha Tião, pois ele era uma necessidade: sem Tião não haveria crimes, sem crimes não haveria verba para a polícia, sem polícia a cidade estaria completamente desprotegida, e sem proteção poderia vir alguém pior que Tião. Mas ele também sabia que só continuaria aceito enquanto mantivesse os limites, se é que podemos chamar assim, aceitos pelo povo de Mourão Rachado.

Então Tião ia ficando, ora roubava umas galinhas, ora roubava um baú... Ia de coisa pouca para coisa muita conforme a vontade e não necessidade. Tião Ladrão planejava, não agia por impulso, era um dos poucos ladrões não feitos por ocasiões.

Naquele tempo, as coisas estavam um pouco paradas na vida de Tião Ladrão. Ele queria um pouco mais de agito, algum evento, algo grande que lhe fizesse o coração disparar, o sangue ferver nas veias. Tinha ficado um tempo fora, buscando algo mais nos arredores, mas nada... Então estava de volta a Mourão Rachado e não tinha muito o que fazer. Até que matutando durante um carteado no boteco do Zeca do Bar, Tião teve a ideia: assaltar o casarão!

O casarão era um dos edifícios mais antigos e o mais pomposo de Mourão Rachado. Foi erguido por uma família portuguesa, uma das responsáveis pela fundação de Mourão Rachado, na época apenas um vilarejo de comerciantes e agricultores. O tempo passou e como tudo o casarão permaneceu intacto, mais imponente e respeitado que a própria prefeitura. O que mudou realmente foi no seu interior. Com o tempo, a família dos portugueses foi minguando. Muitos dos filhos da última geração morreram ainda crianças por doenças simples, mas cruéis naquele lugar. Vingaram apenas dois rapazes e uma moça. Um deles morreu ao cair de um cavalo que se assustou com uma cobra, o infeliz caiu com a cabeça numa pedra e a rachou - a cabeça! O outro morreu de tosse: tossiu tanto numa noite de verão que se afogou e morreu. A moça que sobrara já era mais velha que eles, mulher já madura e solteira. Há muito já perdera seu viço e seu brio, pois dedicou sua vida a cuidar da mãe que morrera havia tempo, aos noventa e quatro anos. Era mulher recatada, cheia dos costumes e das vontades que guardava em segredo entre as pernas. Era conhecida na cidade como a Doida do Casarão, mas ela mesma desconhecia este apelido e pessoalmente era tratada pelo nome de batismo.

Ela quase não saía de casa. Antes pelos afazeres com a mãe, depois porque não tinha mais gosto nenhum pela vida que fora desperdiçada. Ironicamente estava livre justamente no período da vida que preferia estar presa a seu homem e seus filhos, um período em que ninguém mais a desposaria. Pouco vista e incompreendida, fora tomada como louca, principalmente depois da morte da mãe. Diziam que nas noites de lua cheia via-se vultos pelas janelas do casarão; ouvia-se gemidos e gritos indecentes, quase como uivos; ouvia-se também barulho de móveis e vidros quebrando. Nas noites de lua cheia as ruas de Mourão Rachado ficavam desertas e nas casas as orações eram ditas três vezes mais. Diziam que era o cão que tomava o corpo da pobre coitada, outros diziam que era que ela se transformava em um bicho medonho e por isso tinha de ser acorrentada após o jantar, outros ainda diziam que era o próprio cão que aparecia e a tomava por sua rapariga, se lambuzando e chafurdando em seu corpo virgem de homem.

Fosse o que fosse, todos tinham pena da pobre: sua linhagem morreria com ela, não deixaria herdeiros e fora privada de toda sorte de felicidade que há na vida, lhe restou apenas o amargor e azedume da solidão.

Então, naquele carteado, Tião Ladrão resolveu que assaltaria o casarão. Não era homem de se deixar levar por aquelas crendices, mas não tinha coragem suficiente de duvidar, porém, planejou o assalto para a próxima sexta-feira, que seria noite de lua nova.

Na madrugada daquela sexta-feira, Tião pôs-se a caminho do casarão. Uma neblina densa cobria toda a cidade, não se via nem as estrelas, apenas lamparinas a menos dez passos. Chegando ao casarão, Tião escalou o muro até o balaustre, lançando-se por cima dele como a um cavalo sem sela. Agachado esperou a um canto para certificar-se de não haver ninguém acordado e nem de ter sido percebido. Estava tudo quieto, nada se ouvia naquela noite, nem grilos, nem nada. Tião continuou e entrou pela cozinha sem muita dificuldade, uma que apelas uma tramela frouxa travava a porta. Avançou, passou pela sala de jantar, por uma enorme cristaleira empanturrada de utensílios de muito valor, passou por vasos caríssimos... Avançou. Tião queria joias, queria que este assalto fosse sua obra-prima. No corredor, muitas portas, uma delas levemente fechada. Tião a abriu lenta e cuidadosamente. Na cama, estava a Doida do Casarão. Tião voltou rapidamente, não por medo, mas por pressa. Não tiraria nada do quarto dela, seria arriscado. Então, de quarto em quarto encontrou o que queria: o quarto da velha matriarca. Sem muita dificuldade para quem vive de tal ofício, encontrou as joias que tanto procurara. Colocou-as cuidadosamente no saco de pano que levara consigo e o embrulhou apertado, colocando-o dentro de sua roupa, contra seu corpo, para que as joias não tilintassem.

Pôs-se à saída, indo pelo corredor. Ao passar pelo quarto da doida, parou. Teve um pensamento besta de espiá-la dormindo e ver como realmente era. Tião não se deixava cair em tais ciladas da curiosidade, mas quando deu por si, já estava em pé ao lado da cama da coitada que dormia profundamente. Tião nunca a tinha visto de perto, apenas uma vez bem ao longe, de uma outra esquina a viu na varanda pela qual entrara. Não era feia, pelo contrário, parecia que a cada segundo se tornava mais bonita, mais carente e mais delicada. Tião afeiçoou-se, por isso aproximou-se. Sentiu o perfume delicado que vinha de seus cabelos e causavam-lhe uma palpitação. Tião sentia-se diferente, incontrolável e descuidadamente curioso e inquieto. Quando se percebeu novamente, estava tocando os cachos castanhos e macios da doida. Seu corpo estava ardente, trêmulo e sua virilidade em pleno auge. Tião sentiu desejo e pena da pobre e resolveu que resolveria ambas as coisas naquela mesma hora. Despiu-se e deitou-se junto a ela que já começara a perceber a presença de alguém. Ela despertou-se com Tião roubando-lhe um beijo profundo que saia de seu sonho e misturava-se com a realidade, a ponto de tomar-lhe alguns segundos da mente a decidir se era sonho ou realidade. Era realidade e seu instinto tentou afastar Tião, que a agarrou firme com seus braços fortes e ela logo se entregou ao descontrole. Tião a possuiu como mulher, e ela como mulher pela primeira vez foi possuída por um homem. Misturaram-se, entregaram-se, amaram-se como nunca haviam em toda as suas vidas. Ela conheceu prazeres que nunca havia imaginado existirem, Tião a amou e pela primeira vez em toda sua vida sentiu-se completo. Transbordaram um ao outro intensamente e incessantemente! Tião via dela várias formas: mulher, anjo, menina, demo, bicho e a todas elas amou incansavelmente, durante todo o resto da noite, dezessete vezes sem parar. E durante todo o resto da noite seu coração estava disparado e seu sangue borbulhando nas veias, como tanto desejara.

Quando começava a alvorada, Tião beijou pela última vez a sua amada e ao seu lado deitou-se cansado e satisfeito para nunca mais acordar. Ela lamentou a morte de Tião como a de um filho.

Dizem que aquela noite a cidade toda rezou cinco vezes mais, pois pensaram que a besta-fera havia resolvido dar cabo da coitada, impondo todos os castigos de uma só vez. Dizem que no dia seguinte nenhum pássaro cantou, nenhum grilo estrilou, nenhum boi mugiu, nenhum cavalo galopou, e nenhuma folha se moveu, pois não havia motivo para isso. Mas logo a notícia começou a correr e a se transformar a cada esquina. Então o medo ia se transformando em tristeza e toda Mourão Rachado soube o que aconteceu, cada um de uma forma, e todos amaram Tião Ladrão, pois havia dado sua via àquela mulher. Naquele dia a Doida do Casarão foi ao enterro de Tião Ladrão no cemitério da cidade e todos a cumprimentaram como a uma viúva.

As joias que Tião levaria foram doadas pela doida à cidade e à igreja. O delegado se aposentou, o padre agradeceu e o prefeito ergueu na praça um busto de Tião com os dizer: “Eis Tião Ladrão, homem honrado e amado que deu a vida aos nossos concidadãos”.

Dizem que nas noites de lua nova vê-se vultos pelas janelas do casarão; ouve-se gemidos e gritos indecentes, iguais a uivos; ouve-se também barulho de móveis e vidros se quebrando. Nas noites de lua nova as ruas de Mourão Rachado ficam desertas e nas casas as orações não são ditas, pois as carnes se juntam enfeitiçadas por Tião Ladrão que visita sua patroa, a Doida do Casarão. Em noites de lua nova toda Mourão Rachada descansa feliz, tranquila e fecunda.

domingo, 27 de setembro de 2015

Pare... Respire... Pense

Está muito rápido,
O tempo é curto,
O tempo é dinheiro,
E é o dinheiro quem faz o tempo.

A família pesa,
A esposa impacienta,
Os filhos aborrecem,
O amor é abstrato, [coisa de livros]

As buzinas excretam os insultos e humilhações entalados nas goelas,
Os motores esturram as frustrações de ratos escondidos por de trás dos volantes.
Não há direitos, há privilégios [...] à singular primeira pessoa,
Às demais: deveres!

Mataram os sorrisos,
Sufocaram bons-dias, boas-noites... Boas-tardes?
Enforcaram as gentilezas,
Engoliram os por favores,
Decompuseram os obrigados.

Transbordam os nãos!

Sonham mediocridades,
Mínguam os sonhos,
Pluralizam as cardiopatias.
Saúdam as desgraças,
Enxotam os sentimentos,

Atropelam os pedestres, as esposas e os filhos,
Aos pais não se dão notícias, eles hão de compreender![?]

Está muito rápido, mas não o suficiente: aceleram!
Não adianta frear, pois empurram.
Aceleram, mais e mais, de novo, sem saber aonde chegar.

Faltam a mão que levanta,
O ombro que escora,
E o ouvido que afaga.

Atrofiaram as vidas.

Não vivem, apenas existem: zumbis!
Amargos,
Imediatos,
Insuficientes,
Insatisfeitos,
Tristes sem saber que o são,
Falsos para consigo mesmos.

[...] Quem?

Pense!

domingo, 30 de agosto de 2015

Pousada Águia I - por Orlando Góes

Estávamos pescando em Tocantins, nos rios Araguaia e Cristalino. Em um dos dias, nosso amigo Orlando tirou o dia para descansar. Quando voltamos, encontramos este texto na parede do nosso quarto: resultado de uma mente tranquilizada e um coração sorridente. Fomos um bando de pescadores, voltamos um grupo de amigos.

*      *      *

As águas do Araguaia
Se juntando ao Cristalino
Lavam a minha idade
Me fazendo menino.

Subindo e descendo rios,
Botos, arraias, piranhas,
Tentam me atazanar,
Sem saber que eles me ajudam
A enfrentar desafios
E meus problemas afogar.

Águas calmas, quase paradas
Um verdadeiro divã,
Onde o Deus é o psicólogo
Deixa a minha mente sã.

Uma vez no mês de julho,
Desta no mês de agosto,
Ano que vem, talvez, maio.
Não importa o calendário,
O que importa são os amigos
Neste pequeno santuário.


Orlando Góes (Vam Dorf)

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Café da Manhã

Manhã fria e cansada,
Sol fraco, lutando atrás de nuvens,
Chão molhado e pegajoso,
Ruas se enchem, pessoas se agitam.

Para um carro,
Frente a um grande edifício,
Fila dupla,
Porta-malas sendo esvaziado das guloseimas e bebidas.

O fiscal de trânsito observa,
Indeciso,
O carro é importado,
A proprietária bem vestida.

O homem puxa uma carroça cheia,
Sem retranca, nem quaieira,
Nos pés: restos de chinelos,
Na cabeça: uma sacola plástica rasgada.

Tremula sob trapos finos,
Seus olhos lhe mostram a carga em descarga.
Seu rosto personifica a fome.
Vacila três vezes, pede, não pede?

Um motorista descarrega na buzina sua pressa,
O homem, disperso, salta assustado e tenta um trote,
O fiscal de trânsito desvia o olhar,
O carro importado continua a descarga, em fila dupla.

domingo, 28 de junho de 2015

Insistência

Fico com raiva,
Mas vem a tristeza.
Fico com pena,
Ainda quero ajudar,
Não me deixa.

Não se mexe,
Eu fico puto.

Fico cansado,
Mas insisto...

É uma zona,
Nada funciona.
Como um barco que afunda,
E todos se afogam
Sem lutar e com boias ao corpo.

domingo, 7 de junho de 2015

Esquecida

Traída pela vida
Segue ela a esbravejar pela praça suas e outras desgraças
àqueles que passa menos percebidos que ela.

Distribui injúrias e incompreensões que exigem de todos o seu
esquecimento,
A pô-la fora de seus caminhos pesados e esfolados.

Segue ela a coçar as partes,
A sacudir os trapos de seu vestido velho – há muito no mesmo labor,
Sob cabelos desgrenhados e definhados,
Obrigando-se a ser desprezivelmente sentida no ar.

A cada poucos passos estagna-se em novos protestos e clamores,
Despeja-se por tudo e a todos,
Infringe o pouco de dignidade que sobrevive nos primeiros entre dois ou três olhares.

E assim esquece-se entre o ir e vir,
Esquece-se já esquecida,
Esquecida pelos seus,
Esquecida pelos dos outros,
Esquecida pela própria sanidade,
Que lhe priva das dores e das tristezas,
Das possibilidades e das aleatoriedades,
Que se revelam nas vidas.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Do concurso de Poesias Livres 2015

Com Nanodicionário já está batendo à porta, eis que me aparece uma nova grande conquista: o resultado do concurso de poesias "Poesias Livres 2015:



Grande momento que compartilho com todos vocês!

Abraços!

domingo, 24 de maio de 2015

NanoDicionário: falta pouco!

Pessoal,

As recompensas da campanha do meu livro NanoDicionário já começaram a chegar no Bookstart! Logo, logo vocês começarão a receber os seus livros!

Não deu tempo de apoiar esta campanha? Não tem problema, você pode adquirir o seu neste link: http://livraria.bookstart.com.br/homepage/nanodicionario


Vejam como estão ficando!


domingo, 10 de maio de 2015

#MM09




"Nossos piores são como nossas sombras, projetamos em tudo e em todos ao nosso redor, mas nunca em nós mesmos!"


Abra a cabeça!!!!

domingo, 22 de março de 2015

De Partida

Ah, quanto desejei este momento:
Encontrar-me diante de ti, sem medo e tranquilo,
Inda mais assim, dependurado em teu colo,
Sob as carícias dos teus dedos longos e gelados,
A me tocarem gentilmente o coração cansado e esfolado.

Quero agora partir junto de ti [há quanto a quero!],
Sem olhar para traz,
Deixando tudo para traz,
Toda a pilha dos meus fracassos:

Achei que sabia, mas não sabia;
Achei que cuidava, mas esquecia;
Achei que ganhava, mas sempre estive derrotado;
Achei que era certo, que certo fazia... não era!

Agora nada mais importa,
Tenho a ti e tu me tens!
Nada mais dói, nada mais cobra.
Tudo está calmo e leve... me leve,
Esperada e infalível amiga!

quinta-feira, 19 de março de 2015

Meta atingida: A campanha foi um sucesso!

Olás!!

A CAMPANHA de financiamento coletivo do meu livro "Nanodicionário de Substantivos Abstratos que Regem os Relacionamentos" foi um SUCESSO! Graças aos 78 apoiadores diretos, e tantos outros indiretos, batemos a meta antes do prazo.  

A Bookstart já iniciou o processo de editoração deste livro (revisão, diagramação, impressão, etc) e estimamos que em mais ou menos 45 dias os exemplares e as recompensas começarão a serem enviados aos respectivos apoiadores.

A campanha finaliza no dia 21/03, mas ainda haverá possibilidades de adquirir mais exemplares!

É mais um sonho que se torna realidade, agradeço a todos vocês que acreditaram e confiaram: muito, muito obrigado!

Abraços grandes,

Rafael

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Campanha Nanodicionário

Olás!!

Está no ar a campanha de financiamento coletivo do meu livro "Nanodicionário de Substantivos Abstratos que Regem os Relacionamentos".

Um financiamento coletivo (crowdfunding) consiste basicamente na arrecadação financeira para patrocinar os custos de produção de um produto, bem ou serviço que possa interessar os apoiadores (aqueles que que financiam). Os apoiadores participam adquirindo os pacotes que lhe interessam, os quais possuem recompensas adicionais ao produto, bem ou serviço financiado. Cada campanha possui uma meta financeira que, se atingida, a produção do item em questão é realizada e este é entregue aos apoiadores; caso contrário, o dinheiro é devolvido aos respectivos apoiadores e todos ficam bem.

Estou contando com o apoio da Bookstart que possui uma plataforma ampla e consistente, totalmente direcionada para o financiamento e produção de livros. Assim, estamos lançando o campanha Nanodicionário para publicação deste meu livro, por isso, peço o seu apoio e confiança para realizar este sonho!

Então, cliquem no link abaixo e conheçam todos os detalhes desta campanha (e não esqueça de contar para tudo mundo!):

Os links abaixo possuem informações mais detalhadas e interessantes sobre o funcionamento e como apoiar a campanha:

Qualquer dúvida, por favor, entre em contato! Conto muito com seu apoio!

Abraços e obrigado,

Rafael

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Feliz Ano Mesmo, Mesmo?

Falta a água em São Paulo,
A culpa é de São Pedro, diz o governador.
Cai muita água em São Paulo,
Culpa de São Pedro, diz o homem da luz.

Usa-se água em São Paulo,
Queimem os pecadores, diz o chefe.
Sobram multas em São Paulo,
Proíbam umas, continuem com outras, mas não deem na cara, diz o homem de preto.

Morre-se muito em São Paulo,
Baixem a velocidade, confundam com o trânsito e n-pliquem os radares, a qualquer custo,, diz o prefeito.
Sobram multas em São Paulo,
Proíbam umas, continuem com outras, mas não deem na cara, diz o homem de preto.

Falta energia lá em casa,
Chuvas de verão atípicas (no verão), diz o homem da luz [segura mais essa São Pedro].
Falta energia lá na usina,
Queimem os pecadores, diz o chefe do homem da luz.

Falta dinheiro nos bolsos do povo,
Primeiro o dever, depois o lazer, diz o fazendeiro mor.
Falta dinheiro nos caixas públicos,
Não fui eu, quando eu vi já estava assim; foi o povo, queimem os miseráveis, nossos governantes.

Falta dinheiro nos bolsos homens da lei,
Aumentem nossos salários, mudem as leis, satisfaçam-nos, dizem eles mesmos [não era difícil mudar as leis? Não era o que diziam ao colocarem bandidos nas ruas e inocentes atrás das grades?]

Faltam boas notícias ao povo que batalha sufocado,
Não há problema, são brasileiros e não desistem nunca, dizem nossos eleitos.
Falta vergonha na cara e chibatas a lamber os lombos nos destes políticos safados que emporcalham o meu país,
Cala essa boca! Vai sobrar ainda mais pra gente, diz São Pedro.