domingo, 26 de outubro de 2008

Entardecer

Com um festival de cores intensas
Pinceladas por todo horizonte,
Ludibria-me o sol ofuscante
Enquanto desce ligeiro.

Abandona-me, covarde,
Em seu calor sufocante,
Que atordoa minha cabeça
E enfraquece meu corpo.

Faminta vem a boca da noite,
Engolindo o céu limpo e colorido.
Ele já se foi,
Estrelas salpicam-se.

Corre a última gota de suor.
Meu corpo se acalma,
O coração acelera apertado,
A vista descansa.

Luzes se acendem,
Ruas se desenham,
Vidas se revelam
Por janelas entreabertas.

O céu negro perdeu,
Agora é alaranjado.
As estrelas fugiram.
A cidade ainda está viva.

Aqui ainda está escuro,
Ainda está vazio,
Ainda está incerto.

A noite será longa e quente,
A cama desconfortável
E o barulho insuportável.

Talvez venha um sono leve,
Talvez a exaustão,
Ou quem sabe, a definição.
Tomara que venha o clarão!

Um comentário:

  1. parabens Rafael.Amei sua poesia. quando fala na boca da noite, lembrei-me de quando morava no sitio e ficava vigiando todas as estrelas que iam aparecendo no céu. Quanta emoção! beijos Beth Faria

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