Todos já se foram, senhor coveiro?
Não eram muitos, não é?
Será que não deu tempo de avisar todo mundo? É, acho que foi isso!
Mas se foram rápido...
O senhor já vai começar? Não quer conversar um pouco?
Está bem, mas há como não colocar muita terra?
É que eu gostaria de sentir um pouco do calor do sol amanhã e já está ficando frio aqui.
E também não queria que ficasse muito escuro.
Entenda, é a minha primeira noite!
O senhor estará por aqui? Não? Que pena!
É um pouco estranho ficar aqui. Não tem mais ninguém?
Calma, devagar!
Tem muitas flores aí? Deixaram recordações?
O senhor viu se choraram?
Não, não jogue tanta terra, está escuro demais agora!
Na cabeça não, por favor! Não!
Deixe um lampião aceso ao lado da lápide, ao menos essa noite – as velas se apagam.
Não há? Como assim? E meu nome?
Como vai a família? Vamos conversar um pouco antes de partir?
Senhor coveiro? Senhor coveiro?
Está escuro aqui! Que silêncio é esse? Já é noite?
Senhor coveiro? Por favor, fale comigo! Senhor coveiro?
Fique um pouco mais! Acho que estou com um pouco de medo!
Senhor coveiro? Por que esse silêncio todo?
Está frio e nem dá para tremer.
O senhor jogou muita terra!
Senhor coveiro? Senhor coveiro?
Volte aqui seu maldito!
Não me deixe aqui, desgraçado!
Senhor coveiro? Olá?
Se eu já tinha medo da morte, lendo isso não me restam dúvidas.
ResponderExcluirMuito bom como tu escreve.
Estou te seguindo.
Abraços,
Estefani
interessante...
ResponderExcluirgostei demais!
bjs.Sol
Oi Estefani!!
ResponderExcluirSério que causou essa sensação de medo? Humm...gostei de saber...e também do elogio...obrigado!
Seja bem-vinda!
Abraços...
Que bom, Sol...fico contente!!
ResponderExcluirBjos!
Por isto, vou ser cremada!!
ResponderExcluirE vai ser jogadas as cinzas, Erica?
ResponderExcluirNo meu caso, podem me jogar no Tietê que tá valendo...rs
Beijo...
Não eram muitos não é ?
ResponderExcluirtalves os essenciais os verdadeiros, aqueles que sempre nos amaram e isso é que vale e no fim o derradeiro,aquele que nos acalenta o ultimo sono que nos dá o ultimo adeus.
gostei, embora tenha me deixado triste
um abraço
Oi Anabela!!
ResponderExcluirNão eram mesmo, mas realmente é melhor poucos de verdade do que muitos na falsidade...tudo que é demais deve ser desconfiado...
Fico contente que tenha gostado e que tenha gerado essa sensação, mas, apesar de ser uma realidade, não tinha intenção de te deixar triste...
Abraço..
Olá amigo Rafael,
ResponderExcluirIdeia genial essa em seu conto. Fantástico mesmo. Realmente não passaria pela ideia pôr-me a imaginar o que seria uma situação dessa natureza.
Cremado é que já não fala não, como tal essa é a minha escolha!
Kandando a atravessar tanto mar...
Caro Rafael,
ResponderExcluirjá lhe disse uma vez que gosto muito dos seus escritos. Este está especialmente interesante!
Mas, diga-me: vc só publica escritos seus? Explico: como vc sabe, meu blog (MundoCordel) é mais dedicado à literatura de cordel, então, quando escrevo conto ou crônica, gosto de enviar para outros sites dedicados á escrita em prosa. Assim, se houver algum espaço por aí eu envio alguma coisa. Desde já, obrigado.
Grande amigo Kimbanda!!
ResponderExcluirQue bacana!! Isso me deixa contente...viajo um pouco, como pode perceber...e essa eu vi acordado...arrepiou mesmo!!
Sinceramente, não pensei ao certo em como gostaria que fosse, apenas que fosse rápido e com menos trabalho possível para quem ficar...
Grande abraço, Kandando a retornar mar...
Olá Marco!
ResponderExcluirÉ muito bom esse reforço do pensa sobre meus escritos, fico contente!
Não! Também publico textos de alguns amigos, com o intuito de divulgação (inclusive há um marcador ao lado "Poesia de Amigos"). Apenas mantenho o foco nos meus textos e me atento para não transformar esse blog num portal (para isso prefiro criar blogs com parcerias que são muito mais produtivos).
Entendi e digo que sim, há espaço aqui sim! Será um prazer!
Lhe enviarei um email para que possamos conversar melhor sobre isso..
Grande abraço...
O adeus derradeiro, onde o sol se esconde e a chuva é apenas lágrimas. Será que tudo valeu a pena sr coveiro?
ResponderExcluirBeijos,
Cris.
Me angustiou, Rafael. Tão real que dói. Muito bom. Abraços.
ResponderExcluirÓtimo tia!! Exatamente!!
ResponderExcluirAcho que nunca saberemos se valeu a pena, nem o Sr. Coveiro; mas acho que temos que fazer o que for possível para que valha, enquanto há (ou houve) tempo...
Beijos tia....
Olá amigo...este dialogo na verdade é um monólogo..rsrs
ResponderExcluirSabe que a impressão que passa é que o defunto não morreu...como naqueles casos em que o cara é enterrado vivo...rsrs
Um humor de primeira...no ponto..
Um abraço na alma...valeu pela presença lá no Verseiro...
Olá Nydia!!
ResponderExcluirMesmo? Que bom que mexeu assim...bom saber disso!!
Obrigado e abraços!!!
Fala Elcio!!
ResponderExcluirÉ...agora deu nó na minha cabeça, tratando-se de um defunto nem sei se podemos considerar monólogo também! rsrsrs
Também pensei no cara enterrado vivo enquanto escrevia...rsrs
Abração e obrigado por aparecer por aqui!
Rafa, fiquei com medo. oO
ResponderExcluirNão consegui não ler, mas tive medinho, sim.
Rs
Beeeijos.
ℓυηα
Oi Luna!!
ResponderExcluirhehehe..."fiquei com medinho" foi boa...rsrrsrsr....
Bom, mas se mesmo assim leu tudo, tá bom!!
Beijos moça!!!
Confesso que me assuestei quando comecei e ler. Em cada ironia uma verdade. Coragem, depois medo, um pedido de atenção, depois a raiva, e finalmente [pra não dizer eternamente]: a solidão. Interessantíssimo!
ResponderExcluirOi Luciana!!
ResponderExcluirÉ..tentei misturar um pouquinho de bastente coisas aqui...fico contente que tenha agradado (medo à parte..rs)
Mas o ponto importante que vc mesma destacou é a solidão...mas aquela necessária!
Beijo
Hey, obrigada pela visita!
ResponderExcluirGostei muito de seus textos, parabéns!!
Eu que agradeço, Danusa!
ResponderExcluirQue bom que gostou...volte sempre!
Uma matéria interessante, funesta na verdade, mas de um bom conteúdo, me fez pensar e é claro tb rir, gostei, um abraço do Castanha
ResponderExcluirNossa! Consegui sentir a terra batendo na cara; vi o escuro; senti o frio; claustrofobia; ouvi o silêncio; senti medo; desesperei; E aos poucos fui me conformando...
ResponderExcluirEnfim, eu me senti enterrada !
Parabéns pelo realismo da escrita!
Beijos e obrigada pela visita ^^
Boas, Wanderlen!
ResponderExcluirSe gostou já é bom, se riu, melhor ainda!! rsrs
[]s
Mesmo Sarah? Nossa!! Que coisa boa de saber...fiquei realmente contente com isso, bom saber dessas sensações!
ResponderExcluirE que bom que se encontrou! rsrs
Eu que agradeço a visita...
Beijos...
Arrepiante...
ResponderExcluirBom dia amigo. Venho agradecer a visita a um dos meus blogs.
Gostei daqui.
Abraços
Tú escreve muito bem!!
ResponderExcluirAiii me deu até calafrios!!
abraço boa semana!
Olá Francisco!!
ResponderExcluirÉ..esse gerou sensações muito interessantes...
Eu que agradeço a visita...
Seja bem-vindo por aqui!!
Abraços..
Muito obrigado, Ju!!!
ResponderExcluirMas não fica assim não, o cara acordou à meia noite e saiu por aí comendo cérebros..rsrsrs
Beijos!
OLá Rafael,
ResponderExcluirUai... que brilhante idéia a sua de brincar com um recem-falecido e com o coveiro.
Está tão admiravelmente narrado que parecia real.
Confesso que até fiquei com medo, e pensei: e se fosse eu?
Ui Ui...
Beijos.
Maria
Olá Maria!!
ResponderExcluirQue bom que gostou...muito bacana seu comentário...bom saber dessas sensações... e fico muito contente que tenha gostado da narrativa..muito obrigado!!
É..escrevi imaginando se fosse eu mesmo...e quando a ideia me ocorrei: congelei!! rsrs
Beijos..
Sempre penso que quero morrer de desastre, daqueles em que o corpo não é encontrado! Assim, além de não passar pelo bate-papo com o coveiro, ainda deixo a dúvida sobre o fato de eu ter ou não ido para o além! rs
ResponderExcluirAbs.
rsrsrs....boa Carolina!!
ResponderExcluirNa verdade nunca pensei muito sobre isso...ainda acho que sou imortal..hauahu
Obrigado pela visita!!
Será que é assim que acontece ?
ResponderExcluirBoa semana !
Beijão
MAIS LOGO, um novo capítulo da história de Alice.
ResponderExcluirlá no,
... continuando assim...
Aceito , e agradeço as vossas sugestões ... talvez a letra esteja pequena... talvez o blogue possa estar confuso.... talvez ... e talvez :)
talvez nem gostem da história...
Enfim...qualquer coisa, digam.
até logo
obrigada por seguirem
Bj
teresa
Tomara que não Celamar...mas depende de tantas coisas e acabar sozinho no próprio funeral não deve ser mais tão difícil assim...rs
ResponderExcluirbjos...boa semana pra vc tb!
Por isso quero ser cremada.
ResponderExcluirmedoooooo.
Bjos no coração!
Não sei não, Sandra...rs..vai que resta a conversa com o "incinerador"? rsrs
ResponderExcluirBeijos!!!
Ai que medooooooooooooo
ResponderExcluirImagino eu que serei cremada....rsrsrs
bj
Ps - está quente aqui, não? kkk
Por isso quero ser cremada!!rsrsrs
ResponderExcluirSem papo ou telefone do coveiro...
Adorei!:)
É Deia...vai pensando mesmo...rsrsrs
ResponderExcluirQuente? Isso aqui tá um "inferno" mesmo...rsrsrs
Beijo!!
Oi Andrea!!
ResponderExcluirEu vou querer ser enterrado, vai que pego um coveiro gente boa e ele me libera!! rsrsrs
Que bom que gostou!
Beijo
Rafael,
ResponderExcluirum monólogo em versos muito bem articulado e poético, me senti totalmente claustrofóbica.
Perfeito, bjs
PS: Obrigada por seu comentário em meu blog, adorei.
Oi Cyntia!!
ResponderExcluirObrigado pela visita e pelo comentário!!
Também senti umas coisas estranhas ao relê-lo..rsrs..
Realmente gostei muito do seu trabalho!!
Apareça mais...beijos!!