segunda-feira, 24 de maio de 2010

Uma Esmolinha, Pelo Amor de Deus?

(a outra visão)

Maldita sujeira rastejante,
Já tão cedo esparramada pelo passeio
Lançando-me essa mão imunda e atrofiada!

Por que não lhe avistei antes?
Já não há como desviar,
Já não há como voltar!

Uma esmolinha, pelo amor de Deus?
Não vê que tenho pressa?
Não vê que tenho preocupações?
Não vê que nada tenho a ver com sua desgraça?
Quem me dera também viver da ajuda alheia!

Nauseia-me o seu odor,
Repugna-me as suas partes,
Lá se vai o meu apetite!

Não toque em mim!

Ah, ar limpo!
Ficou, me fui – livre!
Amanhã desvio antes,
Ou nem passo!

Acho que vai chover.

63 comentários:

  1. O outro lado! É impressionante a indiferença das pessoas ante a miséria. E pensar que a nossa realidade é muito mais imunda que a pobre senhora. Bom pra refletir, talvez cheguemos a única conclusão de nossas vidas, e tentemos nos fixar do outro lado que ainda há de vir.
    Beijos
    Cris.

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  2. Rafa..
    impressionante como tuas palavras mexem despudoradamente com a consciência humana..

    perfeito!
    bjs. Sol

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  3. Adoro te ler!!!
    Parabéns !!!
    Mil beijos !!!!!

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  4. Nossa fiquei chocada, nem se compara com a 1ª versão. E não chego a duvidar que as pessoas pensam assim desta mesma maneira, parece tão mais fácil se desviar né?

    Beijos moço!

    =*

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  5. É verdade, tia! A coisas é bem pior e tem esse outro lado ainda...vai saber como virá!!

    Beijos!!

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  6. Mesmo, Sol?? hummm....gostei de saber disso...a intenção é dar um nó nos intestinos mesmo!! rsrs

    Beijos e obrigado!

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  7. Oi Lila!!

    Que bom...muito bom...muito obrigado!!

    Beijos!!

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  8. Oi moça!!

    Que bom que esse doeu mais!!! Achei que por ser uma segunda versão poderia ficar menos impactante. É..não duvide não, já presenciei várias dessas...e realmente é muito mais fácil desviar...

    Beijos moça!

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  9. Fiquei triste com o seu poema, mas são factos verdadeiros, e cada vez existem mais. Beijos

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  10. Olá Rosa-Branca!!

    Apesar de não desejar sua tristeza, é uma necessidade que tento atingir com este texto...realidade!

    Beijos...

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  11. As vezes nós percorremos a internete e não encontramos as coisas boas que existem nela. Outras vezes, até por acaso digamos assim, ou para retribuir uma visita e uma observação no modesto trabalho que fazemos no nosso blog, nós acabamos visitando espaços maravilhosos que nos inspiram e dizem do dia-a-dia da nossa vida com poesia e, até, com uma ironia que encanta pela sua inteligência.
    Foi desta maneira que cheguei a este blog e encontrei coisas que nos encantam...
    Parabéns, amigo, já sou um dos seguidores deste espaço que, certamente, visitarei outras vezes...

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  12. Ola moço boa noite! Vim te agradecer pela visita que me fez, quero dizer que sempre sera bem vindo!

    Realidade, uns em maior ou menor grau, mais é realidade.. um abraço!

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  13. ps: nao esquecendo de te parabenizar pelo livro, grande conquista, é para poucos, o dom da escrita tambem é muito bonita!

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  14. Olá Alberto!!

    Fico até sem palavras pelo seu comentário...muito emocionante e satisfatório encontrar uma descrição tão gratificante do meu trabalho. Fico extremamente feliz com isso!

    Agradeço o carinho e a visita, volte mais vezes mesmo, pois é muito bem-vindo!

    Um grande abraço!

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  15. Olá Fabiano!!

    Eu que lhe agradeço pela visita e gentil comentário...obrigado também pelos votos e dedicatória sobre meu livro...realmente não é muito fácil, mas estamos na luta, na realidade!

    Grande abraço!

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  16. Oi Rafael...
    e o meu livro? Como faço para adquirir?

    Imposspivel ler o seu poema e ficar indiferente ao que nele retrata.

    Um beijo carinhoso

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  17. Oi Tatiana!!

    Estou te mandando um e-mail agora sobre o livro. Por ser uma produção independente, não está nas livrarias e a venda está sendo feita no boca a boca...rsrs...

    Realmente é um tema que tem que ser mexido...

    Grande beijo..

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  18. Achei o blog muito "fino".
    De bom gosto.
    A foto da apresentação diz tudo.
    Falta só tomarmos aquela cervinha.
    rsrsrsrs

    Uma abraço.

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  19. Se bem que triste é uma realidade né?
    Bjs

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  20. Olá Franzé!!

    Que bom que gostou (gostei do "fino"..rsrs)!!

    Essa foto me deu um certo trabalho, mas fiquei satisfeito - são meus objetos (inclusive meu copo de cerveja!)...

    Tomar a cevinha é a parte mais fácil e a melhor!!

    []ssss...volte sempre

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  21. Sim, Lilás...é uma realidade sim, mas ainda uma realidade pouco dolorida se compararmos para as tantas outras....

    Bjos...

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  22. Olá! Vim lhe retribuir a visita - e, confesso, levei um choque ao ler o texto! Mas, lendo os comentários, respirei aliviada! Vou ler o texto anterior a esse também para poder entender melhor, mas, como crítica, achei-o rascante, ao ponto. Encantada! Um beijo,
    Deia

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  23. Confesso que não sou de dar dinheiro não, porque não sei para onde ele irá. Mas sempre pergunto se querem que compre alguma coisa para comerem. Se querem, compro com muito prazer, se não....dinheiro não.

    "Não vê que nada tenho a ver com sua desgraça?"
    Isso doeu. Estamos ficando cada vez mais ' cada um por si'. Aquela famosa frase " Um por todos e todos por um" está em vias de extinção.


    Um beijo!

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  24. Olá Déia!!

    Que bom que veio por aqui...seja bem-vinda!

    Um choque? como assim, me explica isso! rsrs

    Nossa...fico muito contente com seu comentário...muito bom saber disso!!

    Leia sim....fique à vontade!

    Beijo...

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  25. Olá Sarah!!

    Também acho complicado isso de dar ou não dinheiro...horas dou, outras não sei o que fazer...

    Mas sim, dói sim...e essa frase foi para doer mesmo...pq, como vc disse, cada um por si...triste, mas verdadeiro!

    Beijo!!

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  26. No essencial, o seu poema é um retrato da maioria das pessoas face à desgraça alheia.
    Cruel, mas muito verdadeiro. Porque a solidariedade é apenas uma palavra.

    Caro amigo, o seu poema é SOBERBO. Parabéns pela clarividência poética e pela criatividade na forma como a apresenta.

    Abraço.

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  27. Olá Nilson!!

    Sim...tem toda razão...e também concordo que solidariedade é só uma palavra..ao menos no contexto geral que é utilizada hoje..ajuda a decorar a imagem dos que a usam desta forma.

    Nilson, muito obrigado mesmo pela descrição e pelo elogio...fico muito contente em sabê-lo, ainda mais vindo de você que produz um trabalho tão forte e que me agrada!

    Obrigado mesmo...e um grande abraço

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  28. Rafael

    Enfim... O poema é bem conseguido e é bem um retrato a fazer parte da vida, desta sociedade desmotivada para "fazer bem sem olhar a quem".
    Abraço
    Daniel

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  29. Olá Daniel!!!

    Muito obrigado...assim acho que consegui o efeito desejado com meu texto...fico contente!

    Grande abraço...

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  30. Provando um pouco mais de tuas letras...Um gole só!...

    Ahh!
    =D
    agora ja posso ir!


    .
    bj

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  31. huahauhaua....Sensacional esse comentário, Liza!! Muito bom...gostei!!

    Volte sempre, está sempre gelada!!

    Beijo...

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  32. Eu não diria que é o outro lado da história, eu diria que é o nosso lado da história e que fingimos não ter relação!

    Você escreve muitíssimo bem. Parabéns.

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  33. Visões que nos mostram tantas realidades, embora tenhamos certas distâncias(que nos colocamos) deveriamos estar mais atentos a isso pois somos nós que fazemos e que também podemos mudar, um dia quem sabe!

    Um abraço
    Juliana

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  34. Olá Luanne!!

    Sim..tem razão..é o nosso lado sem dúvida alguma...

    Muito obrigado, fico muito contente que tenha gostado!!

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  35. Isso Ju!! Acho que é isso mesmo: distância que nos colocamos...ou um pano com que cobrimos e escondemos!

    Quem sabe mesmo!

    Abraço..

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  36. A indiferença é triste!

    Obrigada pela visita e pelo comentário. Fico lisongeada de alguem como você, que escreve lindamente, elogiando meus contos, hehe :$ Obrigada mesmo.

    Vou te seguir tá? Para não te perder de vista :D beijos!
    Adoorei seu blog.

    Desce mais uma? hehe :*

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  37. Olá Marina!!

    Sim, muito triste...mas estamos cheios delas!

    Eu que agradeço a visita e o excelente e gratificante elogio!!

    heheh...siga sim! Fico muito contente que tenha gostado daqui e do meu trabalho...desce sim, desçam todas!

    Beijo..

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  38. Querido, tem selinho prá você lá no Papo Cabeça!
    beijoca

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  39. Oi Rafa!
    (posso?) rs
    Gostaria de lhe passar um mimo,
    se ainda não o tiver.
    Vá até o meu recanto FALANDO C/OS OLHOS, e copie o selo "Homem fabuloso".

    bjok

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  40. Opa!! Tô indo lá ver Sarah!! Obrigado e beijos!!

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  41. Oi Liza!! (Claro que pode!)

    Vou lá ver sim....já lhe agradeço muito!!

    Beijos e obrigado...

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  42. hehe. Perfeito, Rafa!!!

    Eu sempre que tenho e posso, eu dou.
    Tem até um hippie que já me cumprimenta... sou chamada de princesa nas ruas...

    beijos

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  43. Transparência pura do real, extraordinariamente bem escrito ( nas duas vozes, nos dois olhares).
    Franjas e farrapos de uma desumanidade indiferente e consentida.

    Cheguei, seguindo-lhe o rasto, agradecida.
    Vou surpreendida e, mais grata ainda, voltarei para lhe seguir a escrita de perto.

    Um abraço

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  44. oi, obrigado pela visita ao Casa de Paragens. Muito boa essa sequencia de poemas mudando o foco narrativo...
    revela bem a dimensao trágica do humano

    abraços

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  45. Boa Eri!! rsrsr....tá famosa, hein?
    Mas é bacana isso...

    Beijos..

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  46. Olá Maria!!

    Muito obrigado...siga mesmo, fico muito contente em saber que gostou!!

    Mas é uma indiferença muito forte e descarada mesmo....

    Seja bem-vinda!

    Um abraço..

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  47. Olá Rubens!!

    Eu que agradeço a visita por aqui. Fico contente que tenha gostado do que encontrou...seja bem-vindo!

    Abraço

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  48. Bem reflexivo, tão bem escrito.
    Uma realidade que todos nós vemos e não fazemos nada para mudar. Ótimo texto.

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  49. Segundo post hoje que leio sobre o assunto, ambos com olhares diferentes! Será que é recado pra mim tudo isso? rsrs...

    Rapaz, gostei do que escreve. Posso ficar um pouco mais?

    Beijos

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  50. Depois do livro não visita mais nenhum blog, é isso mesmo?
    Sinto falta das tuas letras por lá.
    Com carinho e saudade.
    S. Outono.

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  51. Olá Daniela!

    Realmente...não fazemos absolutamente nada..senão teremos trabalho!

    Muito obrigado, fico contente que tenha gostado!

    Abraço...

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  52. Oi Fê!

    huahau...um sinal? pode ser, hein? rsrs

    Claro que pode ficar, puxa uma cadeira e fique à vontade!

    Beijos!

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  53. Claro que não, Outono! rsrs...pelo contráio, entrei mas está desatualizado e não consigo falar com você, senão por aqui...estou com endereço errado?

    Beijo...

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  54. Oi Rafael!

    Estive fazendo um tour pelo seu blog, lendo alguns posts antigos, mas esse último poerma é chocante!

    Chocante porque retrata uma realidade que enfrentamos no nosso dia a dia, nas grandes cidades, e mais chocante porque retrata um sentiumento de repulsa e nojo que ninguém quer evidencir...

    Mas que muitas vezes nos toma de assalto diante de uma cena assim.


    Beijos meus!

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  55. Quanta intensidade e quanta verdade em suas palavras!!

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  56. Olá Gabriela!!

    Que bom, gostei de saber!!

    Abraço..

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  57. Olá Ava!!

    A ideia é realmente essa..evidenciar esse tipo de sentimento que, como vc disse bem, nos toma de assalto...é o meio em que estamos inseridos...temos que abrir os olhos e tentar sair disso, nos tornando melhores...

    Que bom que tem olhado as coisas por aqui...espero que encontre coisas boas!

    Beijos!!

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  58. Infelizmente isso não é apenas ficção, é a pura e dura realidade.

    Um abraço.

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  59. E não é das piores, Sônia...

    Obrigado pela visita!

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  60. Oi Rafa!
    O sabor de ler-te é sempre mt bom!

    O Drink está de portas abertas!

    bjO
    da
    L!ZA

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  61. Que bom, Liza!! Fico contente...sei que está e sempre tomarei um!!

    Bjo..

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  62. Sabe qual é a grande diferença?
    É que não há diferença alguma, sem o que a roupa cobre e os perfumes escondem somos todos iguais, uns mais afortunados por nada, outros que batalharam por td, uns que tinham e perderam e outros que por ventura nunca buscaram, mais nos últimos dias são tds iguais e feitos da mesma matéria que apodrece. E eu não consigo ser indiferente com um filho, tão pouco com um irmão. Beijos

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  63. Exatamente, Ju...não há diferença e isso é o que pega...triste isso...mas muitos conseguem sim tratar com toda a indiferença...

    Beijos...

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