No complexo momento em que as ideias nada mais são que um amontoado de pensamentos desconexos e ininteligíveis,
Em pleno passeio, ao muro recostado, incendeia a chama impiedosa o tabaco pilado,
Que, em brasa, faz pairar a tranquilidade e restitui a consciência.
Bem à frente, entupida e transbordante, jaz a infartada larga avenida,
Cortada em duas contradições pelo estreito canteiro de pouco gramado e muito rosado das flores que neste tempo já terminam.
Do lado de cá, por entre buzinas e pneus estressados que gritam aos céus por clemência,
Acham-se heroicos e verdadeiros sorrisos e olhares trocados nas cabinas e por entre as janelas,
Paradoxais à cena, mas relutantes ao nervoso fluxo geral.
No de lá, disso nada se pode pela distância ver,
Senão a irritação manifestada por insultos despejados a todos os lados, aos bruscos movimentos dos veículos que contrariados abrem egoístas e miseráveis alas à suplicante sirene, que em histeria anuncia a caminho a possível salvação que já tarda.
E com a nitidez retomada pela ausência da névoa acinzentada,
Recobra-se a consciência do retorno à realidade própria,
Repõem-se os pensamentos aos deveres suspensos,
E tudo simplesmente fica para trás, abandonado, como se nunca tivesse sido.
E em meio a tudo isso, ainda podemos ver o sorriso de uma criança, que alheia ao seu futuro, acena aos carros que estão à sua volta..
ResponderExcluirbjs.Sol
Olá Sol!!
ResponderExcluirrsrsr...é, essa eu entendi e não tinha pensado...tem razão!!
Beijos
Muito interessante o ponto de vista aqui descrito. Numa visão próxima o pormenor sobressai dando graça ao quadro, descaracterizado e quase trivial, na distância.
ResponderExcluirL.B.
Um excelente retrato do cotidiano urbano.
ResponderExcluirMagnífico poema, caro amigo Rafael.
Abraço.
Olá Lídia!!
ResponderExcluirÉ...uma coisa bem contraditória mesmo, chega a ser cômica de tão cruel.. que bom que gostou!
[]s
Olá Nilson!!
ResponderExcluirMuito obrigado, fico muito contente com sua descrição...esse veio do âmago mesmo!!
Grande abraço!
Impressionante como em 3 ou 4 minutos pode acontecer tantas coisas!!!! Os relógios estão enlouquecendo juntamente com esse mundo mundano e vivaz, incoerente e restrito às suas mais variadas formas observatórias.
ResponderExcluirMuito bom!!!
Beijos
Cris.
Muito, muito bom! =*
ResponderExcluirOi Tia!!
ResponderExcluirÉ tão pouco tempo e tanto que se passa...fica difícil até ver com olhos atentos...mas totalmente divergentes!!
Beijos tia!!
Olá Ná!!
ResponderExcluirMuito obrigado, que bom que gostou!
[]s
Olá Daniela!!
ResponderExcluirQue bom que gostou...não precisa agradecer, foi merecido!
Beijo!
Nossa que fantastico seu texto
ResponderExcluiradorei como vc emprega as palavras, muito bom o jeito que escreve.
Me fez lembrar do caminho cinzento e cheio que faço para ir trabalhar, mas que em meioa tudo isso ainda vejo sorrisos e felicidades.
beijão otimo blog
obrigado pela visitinha e volte sempre!
Olá Ágatha!!
ResponderExcluirNossa, fiquei muito contente em saber disso...que bom que gostou!!
Relendo este texto, também relembrei de outros caminhos meus...eita São Paulo.
Eu que agradeço a sua visita, seja bem-vinda por aqui!
Beijo!!
Olá Rafael, gostei muito dos teus textos, procurei teu lvro, e procurarei adquiri-lo, me encantei muito!
ResponderExcluirEstou seguindo, com certeza.
Até.
A vida sem freio... tantas coisas em um momento, num cigarro? rrssr
ResponderExcluirretribuindo: tbém é bom por aqui rsrs
curti teu blog ;)
seguindo
voltarei sempre, afinal... opa! desce mais uma sim! srsr
o abandono dos momentos e o sorriso de uma criança, memórias da infância
ResponderExcluirbeijos
De fato ótima exploração dos tempos de cada dia (:
ResponderExcluiradorei mesmo!
belissimo blog!
lindo o post *-*
ResponderExcluirOlá Evelyn!
ResponderExcluirQue bom que gostou, fico contente com isso!
O meu livro é uma produção independente e não está em livrarias "físicas", apenas nas lojas virtuais nos links ao lado. Mas qualquer coisa podemos conversar e você pode adquirir diretamente comigo...
Muito obrigado e grande abraço!
Olá Érica!
ResponderExcluirÉ isso aí, sem freito, trombando e atropelando umas às outras em todo e qualquer instante...
Que bom que gostou daqui!
Sim, sim, volte mesmo, pois aqui estão sempre geladas...rsrs
Tudo misturado e latente, Luiza!
ResponderExcluirSó quando entregamos os pensamentos à deriva..
Beijos e obrigado pela visita..
Olá Tatá!!
ResponderExcluirMuito obrigado, fico contente que tenha gostado...
Seja bem-vinda por aqui!
[]s
Muito obrigado, Tayna!!
ResponderExcluirQue bom que gostou!
[]s
...[o de lá, disso nada se pode pela distância ver,...]
ResponderExcluirMas você sentiu e nos transmitiu essa imagem com muita intensidade.
Brilhante seu poema! Parabéns!!
Rafael, vi que você também tem um livro publicado... Que legal!!!Vou acrescentar seu blog ao post que fiz sobre os escritores da blogosfera, tá?
Um abraço
Olá Lau!!
ResponderExcluirBom saber disso, pois é essa a ideia que tenho quando escrevo, tentar transmitir o que sinto sem deixar a abertura para que lê sentir o que lhe vier...
Muito obrigado!
É..é um livro independente e tô na lida para tentar divulgá-lo...nada fácil fazer isso sem suporte de editoras e livrarias, mas já é um começo...
Obrigado por acrescentar, isso ajuda muito!!
Abraço..
Oi, Rafael!
ResponderExcluirAdorei respirar a poesia dos seus inquietantes versos.
Bjs e inté!
Olá Ju!!
ResponderExcluirQue bom que gostou! Gostei do "inquietantes".
Fique à vontade por aqui...
beijo..
É a poesia do caos! Você tirou beleza do cinza, do abstrato, daquilo que é superficial e rotineiro demais para que, sem palavras bonitas assim, possamos perceber como parte do nosso dia-a-dia!
ResponderExcluirUm beijo!
Olá Michele!!
ResponderExcluirFiquei contente com seu comentário, pois parece que consegui atingir o que queria com este texto. É bem isso mesmo, olhar com mais atenção e outro foco as coisas que nos rodeiam.
Obrigado!
Beijo.
Num cigarro ou num respiro.....
ResponderExcluir"Bem à frente, entupida e transbordante, jaz a infartada larga avenida,
Cortada em duas contradições pelo estreito canteiro de pouco gramado e muito rosado das flores que neste tempo já terminam".
Gostei muito... aquele velho talento de se tornar o dia a dia em arte! Gostei de como escreve... Conhece Gork?
Beijos
Olá Vanessa!!
ResponderExcluirFico muito contente que tenha gostado e que tenha transmitido minha intenção. Não conheço Gork, mas já estou indo atrás..rs
Muito obrigado e volte sempre!
Beijos..
Acho que o cenário do dia-adia sempre vai me parecer paradoxal. Sempre indo e voltando para realidade no caminho que quase sempre é feito no automático...
ResponderExcluirGostei de como escreveu...gosto de admirar a visão dos lugares ou das vidas por outros olhos.
Abraços.
Olá Paula!!
ResponderExcluirMas é mesmo...várias realidades que se confundem..caos total!
Que bom que vc gostou!
Obrigado pela visita, volte sempre!
[]s
Tempo curto e precioso, onde tudo que é cinza, pode ser iluminado, basta um olhar um pouco do avesso. Bjos!
ResponderExcluirA vida na cinza do cigarro... Mas essa vida é Fênix - renasce das cinzas.
ResponderExcluirE não precisa de muito esforço, Penélope...só vontade...
ResponderExcluirbeijos..
Boa, José Carlos!
ResponderExcluirE tantas são as coisas que passam nestes míseros instantes...
[]ss
Entrei no blog tipo cachorro que encontra porta aberta – eles entram por este simples fato. Mas ao ler o texto notei que havia algo de diferente, aquela energia de quem sabe ser original. Depois de ler o texto eu vi que é blog de escritor publicado. Legal! [sorrio].
ResponderExcluirSua descrição do ato de consumir um simples cigarro foi algo de quem sabe o que quer dizer. Parabéns, cara. Parabéns por seu texto e seu livro. Abraço! Sucesso!
http://jefhcardoso.blogspot.com (convido-te para ler novamente em meu blog)
Muito bom o seu ponto de vista de um cotidiano!
ResponderExcluirLindo poema, amei!
bjos
Adorei seu jeito de escrever. De verdade *-*
ResponderExcluirOlá Jefh!!
ResponderExcluirFiquei muito contente com seu comentário, muito gratificante um reconhecimento deste...muito obrigado!
É, esta publicação, apesar de independente, tem sido um grande momento para mim...agora estou na lida para fazer o livro "rodar".
Seja bem-vindo por aqui, puxa uma cadeira e fique à vontade!
Mais uma vez, muito obrigado!
Abraço!
P.S.: já tô indo conhecer o seu...
Olá Ariana!!
ResponderExcluirMuito obrigado, que bom que gostou...fico contente!
beijo!
Oi Raíssa!!
ResponderExcluirQue bom que gostou..confesso que este texto, em particular, saiu de uma forma diferente...
Seja bem-vinda por aqui...
Gosto da maneira que escreve...vc tem identidade...
ResponderExcluirabraço meu caro!
Muito obrigado, Juan!!
ResponderExcluirIsso é muito importante de saber, muito gratificante!!
Grande abraço!
A cidade, sob um olhar mais fundo de quem não passa anonimamente sobre as coisas.
ResponderExcluirBonito registo!
Um abraço
Olá Maria João!!
ResponderExcluirHá coisas que insistem em aparecer aos olhos...
Que bom que gostou..
Abraço..
os minutos as vezes passam taão rapidos e outras tão devagar sim eles são a magia do viver !
ResponderExcluirE ASSIM FAZEM MILAGRES !
adorei seu comentario no meu cantinho volte sempre ok ?
beijão
Olá Ellen!!
ResponderExcluirSim, como nos filmes...rsrsr...
Eu que agradeço a visita e o comentário!
Volte sempre vc tbm!!
Beijos...
Ao sabor apenas de um cigarro e...antes que ele termine como beata pisada pelo pé...o mundo inteiro aconteceu!
ResponderExcluirBelissimo texto.
Beijo
Graça
Olá Rafael! Fiquei muito feliz com a tua visita e o comentário deixado no nosso humilde espaço. Espero que voltes mais vezes, pois será sempre um prazer renovado. Eu, com certeza, aqui voltarei mais vezes, pois tomei a liberdade de me fazer teu seguidor, isso, até quando permitires, é claro.
ResponderExcluirBelo poema. Um retrato fiel do que ocorre no nosso dia a dia. Somente não citaste o assalto, quando a jovem senhora parou no semáforo da esquina e teve os seus pertences roubados pelo dono do alheio. Rsrs.
Abraços e ótima semana pra ti e para os teus.
Furtado.
Olá Graça!!
ResponderExcluirExatamente...rápido e simples assim...e carregado de tudo um pouco..
Muito obrigado, fico contente que tenha gostado..
Beijo!
Olá Furtado!!
ResponderExcluirEu que agradeço a visita e pode ter certeza que voltarei!
Siga sim, é um prazer!
hahah...dá para ir muito longe neste cenário...deve render até livro..rsrs
Mais uma vez: obrigado!
Abraço e ótima semana para vcs também!
Que bacana, Rafael. Um retrato poético do cotidiano... verdade que muita coisa acontece enquanto está nublado e, quando o céu clareia, é como se nada tivesse acontecido - às vezes isso é bastante necessário para podermos aproveitar o ar úmido e fresco que fica depois de tudo.
ResponderExcluirMas vim aqui para agradecer sua visita e corrigir um engano: a postagem do meu blog "Falando de Amor" é uma música linda do Tom Jobim (este sim sabe falar muito bem sobre isso). Há o nome dele nos marcadores, logo abaixo. :)
Até.
Olá Priscilla!!
ResponderExcluirQue bom que gostou...são coisas que me pegam: essas visões míopes e o descaso...
Ah...correção total e justamente aceita! rsrs...Na verdade eu sabia, mas não quis falar nada...hahahaha...brincadeira!
Abraço...
Engraçado Rafael, a tua postagem está batendo hoje com a minha.
ResponderExcluirInteressante.
Apenas um corpo presente, onde alma essa visualiza clemente as andanças dos instante.
"Um instante off"
Passe lá e veja, dando o ar de tua graça.
Mto bom.
Assim nos postamos em poucos momentos e tanto vamos levando assimilando tudo o que nada se sente quando passamos indiferente..
Linda tarde pra ti
Bjs
Livinha
Oi Livinha!!
ResponderExcluirCorri lá antes de responder e vc tem razão, nossas postagens estão batendo!! Que coisa!!
É bem isso..tirar um pouco de beleza de todo e qualquer instante da vida...tá certo que não dá para fazer sempre, mas qualquer pouco já é muito...
Beijos!!
Oi Rafael!!
ResponderExcluirViu? faz parte do cotidiano de todos, sempre buscando, buscando o que sequer sabemos talvez. E acabamos por encontrar e encontrar cada vez mais, daquilo que um tempo talvez a gente se desfez...
Belíssimo!
Bjs
Oi Livinha!!
ResponderExcluirVi sim...e é bem isso...isso quando não buscamos algo que já era nosso e perdemos diante das "necessidades" da vida...
beijos!!
É isso, a vida que resiste, apesar da esmagadora pisada do gigante cotidiano, é vista por quem tem olhos capazes de enxergar...
ResponderExcluirabraços, Rafael! e obrigada por tuas visitas ao 'Olhar...'
Olá Andrea!!
ResponderExcluirE não é fácil essa resistência, mas tem que existir, assim vale a pena!
Eu que agradeço a visita!!
Abraço..