Nos tempos de terra árida e ventos frios,
Quando pouco do que resta é ainda banhado pelo lento sol fraquejante
Que se arrasta de um cardeal para outro,
É que se revela o ceifador de sonhos.
Um que há tempos chegou manso e gentil,
Quase sem ser notado, quase sem nada pedir,
Disfarçado de um bem querido, de mãos estendidas para junto lavrar [presente da vida].
E é daí que assume sua verdadeira forma, personifica-se o horror da mentira.
Lança por sobre a quase seca planície seu impiedoso alfanje sedento,
Pondo abaixo os bravos brotos e talos agonizantes, que persistiam às insuportáveis pestes, sob à arrebatadora escassez.
Mais terrível que o anjo da morte, deixa uma única vida,
Condenada à eternidade da própria existência,
A conviver com o amargor das lembranças de um tempo em que ainda pairavam esperanças,
Desgosto do que um dia antecipou uma colheita.
Assim, resta à vida da estéril planície, cemitério de seus sonhos, partir, cercando-a com o mais grosso e resistente farpado;
Não para preservá-la, mas para proteger-se do próprio retorno.
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Por vezes o tempo dar-se em seca tornando difícil plantios e colheitas...
ResponderExcluirAguarde a estiagem, a fase boa, a hora certa, preparando a terra, conversando com ela, para tão logo ela seja receptiva ao novo e a seu tempo, agraciando a ti na grandeza de ve-la brotar...
Lindo, lindo texto...
Muito reflexivo...
Bjs
Livinha
Texto lindo e inteligente. Bom de ler.. a gente vai descobrindo aos poucos o que você realmente quer dizer.
ResponderExcluirGostei do final, que ainda que não pareça, é esperançoso; do fato que pôde-se deixar o terreno estéril de sonhos para trás, pois há outro lugar pra ir, lugar esse onde novos sonhos talvez brotem.
Abços
Olá Livinha!
ResponderExcluirÉ...tempos de secas são sempre complicados...rsrsrs..
Que bom que gostou...fico muito contente!
Beijos..
Oi Bia! Que bom que gostou!
ResponderExcluirSim, e ainda tentando nos proteger de insistir em algo que não tem mais jeito...virar as costas e tocar a vida, por mais que doa!
Abraços...
Ah! A Terra!...
ResponderExcluirBem lembrado.
Fez lembrar uma música do Luiz Gonzaga.
Adorei... inclusive a visita!
És bem vindo sempre.
bj, Rafa
=*³
Olá Liza!!
ResponderExcluirQue bom que gostou...fico contente..
volte sempre e sempre por aqui!
Beijo
vc tem uma maneira de dizer que prende até o final. gostei muito.
ResponderExcluirOlá Verônica!!
ResponderExcluirQue coisa boa de saber, gostei!
Que bom que gostou...volte sempre!
[]s
Rafael adorei o "mais grosso e resistente farpado para proteger-se do próprio retorno"... Jamais conseguiria escrever alguma coisa desse tipo.
ResponderExcluirO bom da vida é que o tempo ameniza todas as dores, e a esperança nos leva a tentar novo plantio.
ResponderExcluirInteligente e lindo seu poema, parabéns.
Léah
"Há certo gosto em pensar sozinho. É ato individual, como nascer e morrer".
ResponderExcluirCarlos Drummond de Andrade
Como disse meu primo, você tem um lindo gosto de pensar sozinho...
É muito bom ler o que você escreve!
Adorei.
Abraços
Oi Lenits!!
ResponderExcluirQue bom demais saber disso...fiquei contente!! Acho que essa era a frase que mais estava na minha cabeça, o resto veio para chegar até ela..rs
[]s
Também sou um ser da planície...
ResponderExcluirTexto encantador.
bj
Olá Leah!!
ResponderExcluirIsso mesmo, como eu disse estes dias: o tempo não cura nada, ele apenas ameniza e deixa as coisas latentes para que nós possamos fazer alguma coisa.
Muito obrigado, fico contente que tenha gostado!
[]s
Olá Ana!
ResponderExcluirMelhor assim...rsrs...que bom que gostou!!
Beijo
Eita coisa boa, Suzana!
ResponderExcluirHoje está muito bacana aqui, estou sabendo de coisas muito importantes para mim...gostei de saber!
Obrigado e Abraços!!
Eu diria "O contador de sonhos"...tal a tua poesia... descrita com pensamentos elevados.
ResponderExcluirAbraço
Olá Rafael,
ResponderExcluirGrato pela visita. Achei teu poema maduro e sereno, algo que prentendo alcançar.
Abraços.
Boa Vitor!! Olhando por este ponto vista, concordo com você!
ResponderExcluirObrigado pela visita!
[]s
Oh loco, Leone! Que bom saber disso, fico contente :)
ResponderExcluirObrigado pela visita, puxe uma cadeira e seja bem-vindo!
Abraços..
simplesmente fantástico..
ResponderExcluiruma única vida, que entrega-se à morte para viver..
bjs.Sol
Olá Sol!
ResponderExcluirRealmente temos que abrir mão algumas vezes...
Que bom que gostou..
bjos
Meu amigo
ResponderExcluirUm que há tempos chegou manso e gentil,
Quase sem ser notado, quase sem nada pedir,
Está nestas palavras o começo do enterro dos sonhos...do despir da vida...um texto muito profundo que se lê nas entrelinhas.
Deixo um beijinho
Sonhadora
É verdade, Sonhadora...e bem por aí que começa todo este fim...
ResponderExcluirQue bom que gostou!
Beijos
Eita cantinho encantador este [:)]
ResponderExcluirVir aqui é sempre a certeza de uma leitura encantadora!
Beijocas super em seu coração!
Fala Rafa! Já estava com saudades! Belo texto, parabéns!! Acho que o "Ceifador", por mais que se esforce, não conseguirá exterminá-los, nunca!!
ResponderExcluirGrandes Abraços!!
Que bonito!! Arrasou!!
ResponderExcluirxD
Oiii, sobre o comentário no meu blog. Sim, é um livro, uma história que estou escrevendo e ai eu posto.
Obrigada pela visita!! Te espero mais vezes.. também virei muitas outras vezes aqui no seu cantinho!! Aqui é aconchegante'
=D
Bjuu =*
Oi Verinha! Que bom que gosta daqui, muito bom de saber...
ResponderExcluirBeijos...
Fala Léo!!
ResponderExcluirÉ, vez ou outra tenho que parar um pouco e fazer estes eventos para manter as visitas..
Não mesmo, pode-se mudar o terreno, mas as sementes são nossas..
Abração!
Olá Tânia!!
ResponderExcluirQue bom que gostou...seja bem-vinda por aqui...
Bom, saber, voltarei para acompanhar mais sim...
Beijo..
Redondo, profundo, perfeito! Só a ousadia dos navegantes errantes é que descobre mundos novos!
ResponderExcluirAgradeço a visita e deixo beijooOs
Olá Valéria!!
ResponderExcluirFico muito contente com sua visita e comentário...que bom que gostou!!
Obrigado e beijos!
Meu caro Rafael;
ResponderExcluirTexto poético de enorme qualidade; as palavras têm vida e alma.
Gostei imenso.
Um forte abraço.
Grande Carlos!!
ResponderExcluirMuito obrigado, fico contente que tenha gostado!
Grande abraço e obrigado pela visita!
Olá Poeta!!
ResponderExcluirVim retribuir a sua visita ao meu humilde blog.
E me deparo com esta poesia: O Ceifador de Sonhos"
"Forte a sua Poesia""
Penso que sempre depois da seca, deverá sobrar pelo menos uma plantinha, que regada com paciencia, se transformará numa bela paisagem.
Nada é para sempre né? que bom!! Assim crescemos e aprendemos.
Parabéns Poeta!!
Ma Ferreira www.mdfbf.blogspot.com
Gostei muito deste poema. Pode aplicar-se tanto às pessoas como à Natureza...
ResponderExcluirUm beijo.
Olá Ma!!
ResponderExcluirQue bom que gostou, fico contente com a visita e com suas palavras!
Muito obrigado e seja bem-vinda!
[]s
Olá Graça!!
ResponderExcluirTem razão, dá para fazer isso mesmo..que bom que gostou..
Obrigado pela visita..
Beijo!
O anjo da morte! Esse personagem tem a missao de ceifar, interromper mais que um sonho, ele nos carrega para outra dimensão para todo o sempre, menos pior do que aqueles que ceifam nossos sonhos em vida. Porisso temos que renascer a cada dia e renovar os nossos sonhos a cada dia nos fortalecendo, assim confundimos os ceifadores fazendo-os ceifarem-se a si próprios.
ResponderExcluirParabéns futuro titio!!!
Beijos
Cris.
Esse deve ser pior tia, pq deixa o sujeito sozinho vendo tudo se acabar...mas há muitos terrenos...rsrs...isso quando não somos nós mesmos que fazemos...
ResponderExcluirBrigado, parabéns pra vc tbm futura "bisa-tia"(??) rsrsrs
Beijos tia!
Ah também me sinto um ser da planície.
ResponderExcluirRafael, que texto incrível, parabéns!
Alias, eu é que tenho muito a elogiar o seu cantinho,
que espaço incrível, de excelentes leituras.
Obrigada pela visita!
Abraço meu!
Olá Juuh!
ResponderExcluirNossa! Que bom que gostou...fiquei muito contente com seu comentário...seja bem-vinda e fique à vontade por aqui..
Abraço..
Rafael, indentifiquei-me bastante com o seu poema. Sou do Nordeste e por cá, embora não haja planície, o deserto vive a se formar e o sol é de matar. Não sei se você fala mesmo é desse deserto ou doutro que não atinei com o sentido.
ResponderExcluirMas fica aí o meu entendido.
Contam os livros que o ouro é imune a ferrugem.
Conte com minha volta, meu poeta.
Ola Louro!!
ResponderExcluirQue bom ter você por aqui...sim, é bem deste deserto que me refiro..fico contente que tenha gostado...seja bem-vindo!!
Abraço...
Rafael
ResponderExcluirVi-me aflita para te encontrar e o
meu amigo faz grandes ausências.
Lindo esse texto, onde se depreende
que podemos sonhar em qualquer lugar...
Se um falha,
procuramos o outro
dia após dia
até encontrar...
E encontramos e isso depende de nós
ninguém pode ajudar!
Páscoa feliz para ti amigo e aparece, pois eu não te encontrei nos meus seguidores e fiquei aflita,
te descobri por magia...
Um Beijo querido,
Maria Luísa
Olá Maria Luisa!!
ResponderExcluirVocê descreveu tudo muito bem, é realmente este o espírito e objetivo deste texto...que bom em ver isso!
Eu te seguia via RSS, mas acabei de colocar via blogger também...
Espero que tenha tido também uma ótima Páscoa!
Beijos!!