Sol fraco, lutando atrás de nuvens,
Chão molhado e pegajoso,
Ruas se enchem, pessoas se agitam.
Para um carro,
Frente a um grande edifício,
Fila dupla,
Porta-malas sendo esvaziado das guloseimas e bebidas.
O fiscal de trânsito observa,
Indeciso,
O carro é importado,
A proprietária bem vestida.
O homem puxa uma carroça cheia,
Sem retranca, nem quaieira,
Nos pés: restos de chinelos,
Na cabeça: uma sacola plástica rasgada.
Tremula sob trapos finos,
Seus olhos lhe mostram a carga em descarga.
Seu rosto personifica a fome.
Vacila três vezes, pede, não pede?
Um motorista descarrega na buzina sua pressa,
O homem, disperso, salta assustado e tenta um trote,
O fiscal de trânsito desvia o olhar,
O carro importado continua a descarga, em fila dupla.
Comparação dolorosa porém verdadeira. Chega a doer a disparidade entre os seres humanos, ninguém divide, ninguém se ajuda, mas porque estou preocupada se acabo de dizer que essas pessoas são ninguém.
ResponderExcluirBom domingo Rafinha.
Beijos
Cris.
Pois é...realidade pura, tia...em todos os lados, só mudam os nomes e cores..
Excluirbeijos!
Li alguns dos seus poemas e gostei imenso.
ResponderExcluirTem talento para a poesia.
Rafael, tenha uma boa semana.
Abraço.
Olá Jaime!! Que bom que gostou, agradeço o elogio!
ExcluirPuxe uma cadeira e fique à vontade..
Abraço!