quarta-feira, 18 de março de 2009

Meus Caminhos: Minha Vida

(Este texto participou do concurso "Premio internacional de Poesia 'Castello di Duino'", mas também não foi classificado)

São diversos os caminhos que compõem minha vida.
Caminhos dos mais diferentes e inusitados tipos, como aos de muitos,
Mas meus caminhos são os meus caminhos, feitos para mim.

Caminhos que definem o meu eu,
Não por semelhança e nem por forma,
Mas pelo como foram percorridos,
Pelas maneiras que foram vividos.

Caminhos formados, prontos, dados,
Dos quais nem retas pude escolher,
Nem curvas pude angular,
Apenas decidir se ir.

Caminhos pelos quais me vou, me fui, estou.
Caminhos que me entregam a diversas encruzilhadas,
Que me arrepiam o corpo, que me gelam a alma,
Onde eu tenho que escolher o para onde seguir.

Encruzilhadas deviam ter placas: bom e ruim;
Mas apenas são encruzilhadas [é onde mora o sentido da vida].

E diante destas encruzilhadas revejo minha vida,
Revejo os outros caminhos que escolhi,
Passo por outros caminhos de outros.
E é o próprio caminho que me leva de volta às outras escolhas. Aquelas.
Mas não a elas, mas próximos delas.
Longe o suficiente para não me permitir perceber a corretude da minha decisão.

Olho para trás, nada existe, nem minhas pegadas;
Apenas um infinito abismo repleto das minhas lembranças:
Lembranças daqueles que fui, daqueles que me transformei, daqueles que já não mais sou;
Transbordando minhas dores, meus sorrisos, minhas lástimas e meus deleites.

À minha frente, decisões, curvas perigosas, pontes velhas e quebradas.
Às vezes tenho vontade de me sentar, chorar e, talvez, esperar que uma reta plana se forme.
O medo me toma conta, a insegurança me consome, minhas pernas falseiam.

Mas é a esperança de caminhos melhores e de uma chegada completa
Que me faz persistir, produzir forças e continuar o meu caminho.

A simples possibilidade da plena felicidade idealizada em meus sonhos acordados
Faz com que eu prefira eternamente pagar o preço de me aventurar por e para ela,
Ao invés de me sentar e passar uma vida e meia imaginando se valeria à pena.

São meus caminhos, que formam a minha estrada.
Apenas uma de muitas, mas minha: única!
Nela nasci e nela serei finito, e assim, será sabido seu fim.

4 comentários:

  1. Trilhamos os nossos caminhos nessa jornada finita e nos deparamos com as mais diversas situações, passamos por perigos e riscos, mas também desfrutamos das mais belas paisagens, é o bem e o mal seguindo junto a nós. Mas o que fazer diante do abismo? Muitas vezes ele nos parece ser tão profundo!! Precisamos unir forças , encontrar um engenheiro e operários para a construção da ponte, pois nunca trilhamos nossas estradas sozinhos, nós temos dons e devemos usá-los ante a esses momentos. E assim poderemos atravessar mais uma etapa, construindo nossa história cheia de momentos antagônicos idos e vindos.
    Espero ser uma operária pra você nessa linda construção!!
    Beijos
    Cris.

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  2. É...acho que o grande ponto é esse: o bem e mal juntos...idos e vindos....engenheira!! rsrsrs

    Beijos...

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  3. Simples!!! É só seguir o caminho!!

    Não é o destino e sim o caminho que nos transforma!!
    É nele que aprendemos os nossos valores.
    O que nos traz alegria e tristeza?
    Descobrimos quando experimentamos!

    O destino é consequência!!! Quanto chegamos lá! Já queremos algo novo!

    Abraços, parabéns Rafael!

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  4. Boa, meu velho! Gostei disso...sempre penso no destino e depois tento traçar o caminho, mas acho que vc tem razão: seguir o caminho, simples assim! Muito boa mesmo!!

    Seguirei isso e o caminho...rsrs

    Grande abraço, meu amigo!!

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