Quero todas as pedras no meu chão; nem pense em tirar uma sequer.
Quero a mata densa e selvagem; não me venham com veredas paradisíacas que terminam em suas planícies verdejantes.
Quero corredeiras turvas e violentas por entre quedas rebojantes; nada de seus córregos mansos e cristalinos.
Quero dunas nômades e escaldantes, famintas de mim; não me venham com estradinhas de chão batido por entre pastagens baixas.
Quero montanhas escorregadias, cobertas de rochas soltas, paredões; não quero um caminho sinuoso com corrimões do século passado.
Quero tropeçar em minhas pedras, quem sabe desviar de algumas outras.
Quero abrir minhas picadas mata adentro; por a mata a chão, construir minha planície.
Quero atravessar as corredeiras, aprender por onde nadar, onde escorar. Desviá-la e criar o meu riacho.
Quero vagar pelo meu deserto, duna a duna, até conhecê-las todas, por nome, e atenderem ao meu chamado.
Quero subir todas minhas montanhas, fazer rolar todas as rochas soltas, conhecer cada trinca do paredão, colocar minhas próprias estacas para a próxima subida.
E quando tiver medo, quando cair, quando me arrebentar,
Vou tomar um fôlego do tamanho do mundo, vou firmar minhas pernas, uma a uma, e vou me levantar, limpar meus joelhos ralados e continuar.
Não negarei as mãos que me estenderem, mas as ferramentas.
E quando o abismo vier, vou correr com toda minha força em sua direção,
Às gargalhadas, com olhar fixo, peito aberto, alma leve, sem olhar para trás
E vou saltá-lo em um vôo memorável, despejando sobre ele minhas derrotas e minhas dúvidas,
Deixando um rastro do meu mais puro sarcasmo!
E quando, entre meus tombos, me for negado o direito de continuar, poderei parar de respirar tomado pela incrível leveza de poder amar com toda a minha intensidade tudo o que conquistei em mim.
Não me lembrarei dos meus tombos, nem das minhas pedras, nem das minhas lágrimas – quiçá seus motivos.
Mas me lembrarei de como foi maravilhoso me levantar naquela manhã.
Subir até o mais alto dos céus e poder voar como um passaro, essa é a máxima da vida, do viver... sempre lembrando que as pedras grandes nós podemos ver e removê-las do caminho e sem menosprezar as pedras pequenas que aí sim podemos tropeçar. A vida é um grande desafio e viver é uma arte, somos artistas e magos da nossa imaginação.
ResponderExcluirBeijos,
Cris
E às vezes insistimos e bater sempre nessas grandes, mas sem quedas, não há graça no fim!
ResponderExcluirBeijos tia!
Lindo, Rafael! Lindo!
ResponderExcluirTrilhar caminhos já tão batidos, sem sentir o prazer de desbravar, não tem graça de nenhuma. E se assim sempre fosse, talvez ainda estivéssemos morando em cavernas e fazendo fogueiras para espantar os animais.
O espírito humano é capaz de realizar maravilhas, desde que seja estimulado para tanto.
Só assim a vida tem graça.
Um abraço!
Dá-lhe Daniboy!!
ResponderExcluirQue bom que tenha gostado!! É...se não fossem essa coisas realmente não teria graça e mesmo em nosso tempo podemos ver o quantos ainda vivem assim, apenas esperando e transferindo a responsabilidade da felicidade aos outros e ao Outro!! Tô fora disso...rs
Grande abraço!!!
Uau!!!Todo esplendor à você, meu caro.
ResponderExcluirSomente a intensidade para dar sentido a um sentimento vagante.
Obrigada por ter comentado...
Estranho e engraçado não ter vindo aqui antes, mas agora tem minha fiel atenção.
gde abraço
XD
Olá Nayara!! Sou eu quem agradeço...muito obrigado! É..temos conhecidos em comum, inclusive o Daniel!
ResponderExcluirAgradeço muito que vc tenha passado por aqui e mais ainda o seu retorno!
Abraço...