Há tempos vivendo desiludida em uma fétida mediocridade, de casa para o trabalho, do trabalho para casa, da semana para a cama, da cama para a sala, da sala para o mesmo, do fim para a lida;
Sem nem mesmo uma sombra a lhe acompanhar, longe do que um dia foi ninho rodeado do que nunca foi família, com nem meia dúzia de seres menos ausentes, raramente presentes, que a carregavam por caridade, em meio a tantos outros milhões, que como todos os outros tantos nem a notavam;
Humilhada por tanto sem jeito um recosto mendigar, um único toque alheio que lhe pudesse acalentar – quiçá repugnar, ao menos seria algo – por míseros instantes que fossem, e nada encontrar por tudo a negarem e de tudo negar-se;
Cansada de tanto caminhar e a lugar nenhum chegar, nem de lugar algum sair, sendo só consigo mesma, na própria vida, entre tantos – mas nunca digna de ser só em ser só;
Ela, enfim, deu-se por derrotada e rendeu-se ao inevitável já anunciado:
Soltou as mãos, lançou para trás os braços e entregou-se ao vento frio da madrugada que lhe lambeu reconfortantemente todo o corpo que descia majestosamente desprendido pelo alívio de toda uma vida.
Poucas foram as lágrimas que se precipitaram por sua partida; e repente foi o tempo que pairou por sobre o mundo a sua memória.
Deu até um aperto no coração!
ResponderExcluirLindo texto, queria colocá-la no colo e dizer que a vida é bela, mas infelizmente, tais figuras estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia. Pessoas que nem percebemos e quando percebemos o sumiço nem mais lembramos do rosto, apenas do vulto. É, a crueldade da pressa da vida moderna.
Um bj.
è momento de parar e respirar.
ResponderExcluirbjs
Insana
melancólico, hein?
ResponderExcluirque foi o alvo da inspiração?
Oi Gisa!!
ResponderExcluirÉ esse o grande ponto: a frequência! Está se tornando comum, e por comum, não damos mais a mínima a atenção...e do mesmo jeito que vêm, se vão...mas real...
Obrigado...fico contente que tenha gostado!
Beijo...
hahaha...provavelmente seja melhor mesmo, Insana!!
ResponderExcluirBeijos!!
Oi Lenits!!
ResponderExcluirNada, ou ninguém, em especial...apenas coisas que peguei daqui e dalí, de notícias e músicas..misturei e deu nisso...rs
mas faz tempo que não escrevo neste estilo...que é o que gosto...
beijo...
Nossa que texto, viu.
ResponderExcluirEstou de volto ao blog, estava com saudades de passar por aqui.
abraços
Boa Hugo!! Que bom, tava sumido mesmo...Bem-vindo de volta...grande abraço!!
ResponderExcluirRafa, olha só, vc descreve uma personagem cuja maior companhia é a solidão. Eu conheço um caso muito semelhante, uma colega querida, que se despediu da vida por essa mesma situação. Impressionantemente vc narra aquilo que já vi na vida real.
ResponderExcluirMuito triste.
Beijos
Cris.
Entregar-se muitas vezes é tudo que resta... Quem sabe o vento tenha para ela uma surpresa...!
ResponderExcluirEsse emociona, Rafael!
ResponderExcluirQuantas e quantos passam a vida assim.
Excelente!
Beijos, poeta!
Mirze
Oi Rafael, estou na correria de fim de ano, mas passei rapidamente para lhe agradecer a gentileza da visita e comentário em meu blog de poesias. Seja sempre bem vindo . Um abraço.
ResponderExcluirOi Tia!!
ResponderExcluirSinceramente, não achei que estivesse descrevendo algo raro, pelo contrário, achei que teriam muitos casos semelhantes, pois isso a gente vê em todos os cantos, só que dá trabalho dar atenção (infelizmente esta é a maioria da rejeição)....mas tudo isso tem muito em comum com cada um de nós e, talvez, este também seja um agravante no distanciamento..."se eu deixar longe, a existência em minha vida também fica longe"...mas realmente, é algo muito triste...
Fico contente, em termos literários, de ter consegui lhe remeter a isso...mas, sempre, triste!
Beijos tia!!
Sempre há uma esperança, não é Shuzy...por mais instantânea que seja...
ResponderExcluir[]s
Pra sair já emocionou, Mirze...complicado, mas nada raro, pelo contrário...muito comum!!
ResponderExcluirMuito obrigado...beijos
É...essa época é muito complicada de tão boa que é, Úrsula..rsr...
ResponderExcluirEsquenta não...ótimo fim de ano para nós...seja sempre bem-vinda também...
[]s
Lindo seu texto, me emocionou.
ResponderExcluirTriste realidade, mas há aqueles que perdem totalmente as esperanças de que algo bom e importante possa acontecer em suas vidas.
bjs e ótima semana para vc.
Olá Salete!!
ResponderExcluirRealmente é triste...mas fico contente que tenha causado emoção...tocar-nos com um pouco da verdade e, como vc disse, quem sabe, esperança..
Beijos...ótimo fim de semana para vc..
Rafael
ResponderExcluirGostei muito do seu blog, estou te seguindo.
Abs
Gilson
Olá Gilson!!
ResponderExcluirMuito obrigado...fico muito contente com isso!!
Seja bem-vindo e puxe uma cadeira!
Grande abraço..
Por vezes a vida é tão sofrida que desistir é a saída de emergência.
ResponderExcluirGrata pela visita que fez ao meu espaço. Que bom que gostou!
Olá MariaIvone!!
ResponderExcluirE o duro é que isso não é raro, mas fico pensando o nível de desespero e o sofrimento que chega a pessoa para este tipo de saída....
Eu que agradeço a visita!!
[]s
Um texto fantástico num estilo muito próprio. Dramático a fugir para o trágico, o que espero seja apenas o estilo e não um retrato real. Um abraço.
ResponderExcluirArmando Sena
lamadeirasclick.blogspot.com
Oi Rafael...
ResponderExcluirObrigada pela visita ao meu blog, e também pelo comentário feito.
Espero vê-lo por lá outras vezes...
Tornei-me seguidora do seu blog.
Estou agora, lendo os teus escritos...:)
Um beijo no coração
Deus te abençoe
Nossa isso é muito bom mesmo, a rotina pesa muito, perdemos muitas coisas, e de tanto vivermos presos a ela, perdemos a vida no sentido mais literal da palavra.
ResponderExcluirAbraços e um ótimo final de semana
Olá Armando!!
ResponderExcluirFico muito contente e agradecido com seu comentário...sim, é apenas um estilo, mas baseado em fatos que, vez ou outra, de diferentes formas, nos chegam ao conhecimento.
Grande abraço...
Muito obrigado, Antonio!
ResponderExcluirÉ bem isso mesmo...vamos nos arrastando e nos tornando cada vez mais desatentos ao que realmente importa.
Abraço e ótimo fim de semana para vc tbm!
Olá Nalva!!
ResponderExcluirSeja muito bem-vinda por aqui! Espero que goste do que encontrar por aqui...
Beijo...
Olá, Rafael!
ResponderExcluirLindamente escrito, repleto de sensibilidade, esta história que para muitos não será mera ficção.
A morte como libertação da vida é um fim triste, que ninguém merece.
Um abraço; bom fim de semana.
Vitor
Meu amigo
ResponderExcluirUm texto triste e emocionante.
Soltou as mãos, lançou para trás os braços e entregou-se ao vento frio da madrugada que lhe lambeu reconfortantemente todo o corpo que descia majestosamente desprendido pelo alívio de toda uma vida.
Quantas vidas estão nesse limbo...
Beijinhos
Sonhadora
Olá Vitor!!
ResponderExcluirMuito me agrada esta sua descrição...fico contente que tenha gostado.
Realmente é algo muito triste, ter a morte como libertação, mas se olharmos com calma e atenção ao nosso redor, nem precisa ser muito, encontraremos isso como algo comum...
Obrigado pela visita!
grande abraço e bom fim de semana para vc tbm!
Oi Sonhadora!!
ResponderExcluirTriste mesmo, mas fico contente que tenha gostado! Sim, sim...qtas vidas mesmo, naquele momento...muitas, de si e de outras...
Beijos...
Rafaeeeeeeel
ResponderExcluirescrevi no meu BROG e comentei um conto seu... me permite? se não gostar, vc pode censurar. kkkkk
Leniiiiitts!!!
ResponderExcluirClaro que não achei ruim...pelo contrário, gostei e muito...já fui lá e comentei...
Quero ver essa censura pro meu lado...humpf...rsrs
Beijo..
Olá querida....
ResponderExcluirSEu blog continua lindo, sempre estou aqui...
COMEÇOU O SORTEIO DENATAL DOCECABANNA, QUE VAI SORTEAR 5 PESSOAS, COM PREMIOS INCRIVEIS...E AINDA DÁ DUAS CHANCES EXTRAS...
Voce não pode ficar fora desta!!!! te aguardo.
Um grande beijo!!!!SAÚDE E PAZ!!
Solidão é momento de olhar para si.
ResponderExcluirObrigadO, doce cabana!!
ResponderExcluirObrigado...Vou passar por lá conferir!
Sim Vanessa...mas por pouco tempo...por tem mesmo é que dançar!
ResponderExcluirbeijo..
Essa é a crueldade da vida ou das pessoas. Pessoas deitadas á solidão. Ninguém devia de viver assim e morrer assim, muito menos. Beijos com carinho
ResponderExcluirOlá Rosa!
ResponderExcluirÉ bem isso mesmo...não deveriam, mas, ao que me parece, isso só é aumentado...infelizmente...cada um com sua parcela de culpa, inclusive...
beijos!
Rafael,
ResponderExcluirSolidão não escolhida, mas acolhida ao final como possibilidade de SER!
Grande texto!
Beijos,
Sim Anna!! E por si só, para si só...como realmente o é..
ResponderExcluirbeijos..
Rafael,
ResponderExcluiramei teu cantinho!
É lindo!!!
O texto é maravilhoso.
Você arredonda bem as palavras hehehe..
Honra tua visita.
Beijo.
Fernanda.
Olá Fernanda!!
ResponderExcluirQue muito bom saber disso..fico tão contente em saber disso...seja muito bem-vinda por aqui!
Grande beijo!!