segunda-feira, 22 de junho de 2009

E se...?

Quando você se pergunta:
“E se o momento não for o certo, ou se as coisas correm mais que o calendário – ou o relógio?!
E se a poeira ainda não baixou, ou se as feridas ainda não fecharam, ou se palavras ainda doerem e as lembranças ainda rondarem?
E se não for a pessoa certa, ou se for o começo de mais um fim, ou se for pior dos infernos que volta a se formar?
E se as coisas saírem do controle, ou se ainda estão sob controle, ou se é loucura?

E se for a coisa certa a se fazer, ou se for tudo o que foi procurado agora batendo à porta, ou metade?
E se for um começo diferente, uma coisa diferente, estranha, ou quem sabe algo predestinado?
Mas se não for isso? E se for o que sempre foi? E se estiver errado? Está errado? Tudo?”

É quando eu lhe pergunto:
“E se o que está por vir for a pior das coisas? O pior dos fins - e não o último?
E se não houver controle? E não houver como e porque controlar?
Mas e se for o fim? O maldito fim que tanto fugiu? Que tanto foi procurado e buscado?
E se for um começo único e último?
E se for tudo o que foi negado? E se for o motivo de tantos calos?

E se amanhã os ‘eu’ não mais o serem? E se amanhã a encontrarmos esperando atrás da porta?
E se amanhã Deus se revelar um tirano sarcástico e der seu basta em uma fúria incontrolável?
E se amanhã eu não puder lhe desejar ao menos bom dia? E se estas forem as últimas palavras?
E se esse amanhã for hoje? Daqui um pouco? Agora? Nem tchau?

E se amanhã não for nada disso e isso tudo se tornar apenas um nada? Ido, passado, quem sabe lembrado ou até desejado, mas ido!
E se, seja lá o que for amanhã, se perguntar ‘e se?’ e a resposta for ‘não sei, quem sabe’?
Ninguém sabe e nem se importará, pois já foi!”

Larga suas pedras! Solta as correntes e liberta seus pensamentos, suas perguntas, suas angústias e deixa-os voar para longe e lhe trazerem sonhos para serem vividos: nesta vida ainda!

E quando assim escolher, olha em volta e me verá, pronto!
Caminhe em minha direção, faça-o a passos largos, de braços abertos, sem sentir as pernas, mas o vento em seu rosto, e sorria ao balanço único deste caminhar. Caminhe com seu todo, seu tudo!
E seus olhos brilharão aos meus, seu sorriso será gargalhada às minhas, e flutuará a mim!
E quando a mim chegar, enxugarei suas lágrimas com meu rosto, limparei seu sangue com meu corpo, fecharei suas feridas com meu toque.
Perca-se em meus braços como me perco nos seus.
E será com o meu mais verdadeiro e mal-intencionado beijo que lhe mostrarei que não estou nem atrás nem a sua frente, mas ao seu lado, sem “e se”; apenas sendo!

11 comentários:

  1. Oi Denaise!!

    Que bom que tenha gostado...sinceramente, durante a preparação eu não estava muito satisfeito, mas na minha última leitura fiquei um tanto...digamos... impressionado...bom, vc sabe como é nesses casos...

    Volte sempre...

    ResponderExcluir
  2. .....E se....pudessemos prever o nosso futuro? Você acaba de narrar aquilo a que eu chamo "destino", nós apenas trilhamos um caminho ou as ordens naturais já estão esquematicamente prontas? na verdade penso que construímos um, mas às vezes penso que esse tema é bastante enigmático.
    Que loucuraaaaaaa!!!rs
    Beijos,
    Cris.

    ResponderExcluir
  3. Eu acho que se prevêssemos o futuro perderíamos toda a graça de trilhar o caminho, pois também acho que apenas trilhamos um caminho, mas que o fazemos a cada curva, cada passo e chegaremos a algum lugar...tudo vai depender de "como" o percorremos...mas com certeza é um tema muuuuuito complexo...rsrs...

    Enquanto isso, vamos trilhando..rs

    Beijos, Tia...

    ResponderExcluir
  4. Rafael,
    Antes um agradecimento a sua visita ao meu blog... Valeu!
    O seu texto está perfeito (bom demais!), nunca temos todas as respostas, e se tivéssemos ficaria sem sentido o caminhar... vale mesmo a passagem, ser eterno aprendiz, buscar o crescimento, o "eu" verdadeiro, a chance de ser mais integrado, coerente e humano. Pode mesmo vir a ser um dilacerar a alma, mas, certamente, levará ao equilíbrio e o amadurecimento.
    Seu texto me fez lembrar o TENHO TANTO SENTIMENTO (Fernando Pessoa), e AMOR É ENIGMA (Artur da Távola). Parabéns! Abraço/ney.

    ResponderExcluir
  5. q lindo.. adorei. me animou.
    obrg pelo coment
    linkarei-te.
    aloha

    ResponderExcluir
  6. Oi Ney!! Que bom tê-lo por aqui...fico muito contente que tenha gostado deste texto. Ele realmente me surpreende a cada vez que o leio e é importante para mim. Realmente, temos que nos dar chance...nos permitir acontecer...a ser!

    Vou dar uma olha nestes textos que você citou, não os conheço, ainda..rs

    Um grande abraço!!

    ResponderExcluir
  7. Boa Gury!! Que bom que gostou...e principalmente que te animou!!!

    Acabei de notar que (sei lá pq) sumiram meus "blogs favoritos"...vou tentar resolver isso e linkarei-te tb..rs

    Abraços!!

    ResponderExcluir
  8. Achei ma-ra-vi-lho-soooooo!

    ResponderExcluir
  9. Boa tarde, Rafa, achei seu texto profundo e ao mesmo tempo de fácil entendimento, espero que suas idéias, continuem a fluir de maneira tão clara e de tão bom gosto, achei barbaro, abraços.

    Mario G

    ResponderExcluir
  10. Boa Marião!! Muito bom te ver por aqui, ainda mais tendo gostado do que encontrou...fico muito contente!

    Um grande abraço e muito obrigado pela visita e pelas palavras!!

    Rafa

    ResponderExcluir